Visão geral da dor musculoesquelética

Última revisão: 24 Jun 2024
Última atualização: 17 Sep 2021

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Introdução

CondiçãoDescrição

Capsulite adesiva

Uma doença fibrosante crônica, caracterizada por uma restrição insidiosa, progressiva e intensa da amplitude de movimento ativa e passiva do ombro, na ausência de um distúrbio intrínseco do ombro conhecido. Mesmo não sendo um componente essencial da capsulite adesiva, muitos pacientes se queixam de dor no ombro.

Fraturas do tornozelo

Embora outras fraturas ao redor e incluindo o tornozelo possam ocorrer (como fraturas do “plafond” tibial distal), o termo "fratura do tornozelo" mais comumente se refere a tipos de fraturas em que um ou mais dos maléolos medial, lateral ou posterior estão quebrados. A dor é óssea e está presente sobre o maléolo medial e lateral.

Espondilite anquilosante

A espondiloartrite axial é uma artropatia inflamatória crônica progressiva que pode causar alterações radiográficas na coluna vertebral e nas articulações sacroilíacas. Este estágio radiográfico é conhecido como espondilite anquilosante. A dorsalgia inflamatória é sua principal característica clínica. Ela é definida como uma dorsalgia de início insidioso, pior pela manhã e que melhora com exercícios.

Lesão do ligamento cruzado anterior

Lesão tipificada por um estalo audível, doloroso e súbito. Geralmente, o paciente apresenta incapacidade de retornar a suas atividades, instabilidade da articulação e desenvolvimento rápido de um derrame (hemartrose). O côndilo femoral lateral, o platô tibial lateral e as interlinhas articulares tibiofemorais ficam sensíveis à palpação.

Avaliação da dorsalgia

A dor nas costas é extremamente comum, e a lombalgia (dor lombar), em particular, causa mais incapacidade no mundo que qualquer outra afecção.[7][8] Várias estruturas da coluna vertebral, inclusive ligamentos, facetas articulares, musculatura e fáscia paravertebrais, discos intervertebrais e raízes nervosas da coluna vertebral, têm sido apontadas como geradoras de dor.[9] As etiologias podem ser subdivididas em 3 grupos: mecânica, sistêmica e referida. A causa mais comum é decididamente a mecânica (97%).[9] No entanto, a maior parte das dores lombares é inespecífica, não se podendo identificar a causa.[8]

Lesão no plexo braquial

Em geral, resulta de acidentes com veículos automotores, ferimentos por arma de fogo ou arma branca, acidentes em esportes de contato ou acidentes de trabalho durante esforços físicos pesados.[10] Os efeitos da lesão incluem paralisia, perda de sensibilidade e dor. O quadro clínico específico dependerá das raízes nervosas envolvidas e do grau de lesão em cada raiz.

Bursite

Uma bursa é um saco contendo uma quantidade pequena de líquido sinovial, situado entre um tendão e a pele ou o osso, que age como um amortecedor durante a fricção. Na bursite, ocorrem espessamento e proliferação da membrana sinovial, aderências bursais, formações vilosas, pólipos e depósitos calcários. Estes podem resultar de estresse por esforço repetitivo, infecção, doença autoimune ou trauma. Os principais achados diagnósticos são dor localizada, sensibilidade sobre a bursa e edema, caso esteja localizada superficialmente.

Depósito de pirofosfato de cálcio (pseudogota)

A artrite por pirofosfato de cálcio é causada por depósito de cristais de pirofosfato de cálcio (PFC). Seu diagnóstico pode ser difícil. Os cristais de PFC no líquido sinovial podem ser pequenos, escassos e difíceis de serem encontrados. Geralmente, ocorre em pacientes mais velhos. Em pacientes com idade <60 anos, devem-se investigar doenças metabólicas subjacentes associadas ao depósito de pirofosfato de cálcio, como hiperparatireoidismo ou hemocromatose.

Síndrome do túnel do carpo

Um conjunto de sintomas e sinais causados pela compressão do nervo mediano no túnel do carpo. É a neuropatia de encarceramento mais comum.[11] Os sintomas incluem dormência e/ou parestesia dos dedos polegar e radial, dor no punho e falta de coordenação.

Lesão da coluna cervical, aguda

Engloba uma ampla variedade de lesões potenciais aos ligamentos, músculos, ossos e medula espinhal decorrentes de incidentes agudos, que vão desde uma queda aparentemente inofensiva até acidentes de alto impacto com veículo automotor. Em todos os casos, é necessária uma investigação cuidadosa para garantir que a estabilidade da coluna cervical não tenha sido comprometida. Em casos extremos, a instabilidade da coluna cervical pode levar a deficit neurológico progressivo, tetraplegia e até morte.

Doença da coluna cervical, degenerativa

Osteoartrite da coluna cervical, incluindo degeneração espontânea de discos ou facetas articulares. Os sintomas manifestos abrangem dor cervical axial e complicações neurológicas.

Encefalomielite miálgica (síndrome da fadiga crônica)

É caracterizada por um início súbito ou gradual de fadiga incapacitante persistente, mal-estar pós-esforço, sono não revigorante, disfunção cognitiva e autonômica e dor, com sintomas que duram pelo menos 6 meses.[12]​ Esses sintomas são inexplicáveis e persistem por, pelo menos 6 meses, não são aliviados pelo repouso e comprometem consideravelmente a qualidade de vida.

Embora os critérios de diagnóstico estipulem que o diagnóstico em adultos não deve ser feito antes de 6 meses de sintomas (3 meses para crianças) e avaliação clínica negativa, a orientação de 2021 do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido discute o impacto negativo de um atraso de 6 meses no início do tratamento. Portanto, o NICE recomenda que a observação em adultos seja reduzida a 3 meses antes de iniciar a terapia.

Síndromes de dor crônica

A dor crônica é uma das razões mais comuns para a busca de atenção primária. As causas da dor crônica são variadas e podem ser decorrentes de causas musculoesqueléticas (mecânicas), neurológicas, cefaleias, psicológicas ou de doenças localizadas, ou como parte de um processo generalizado de doença. A prevalência da dor crônica aumenta com a idade, afetando cerca de 30% dos idosos.[13] Etiologias típicas nessa população incluem artrite, osteoporose com fraturas e estenose da coluna lombar. Essas afecções são tratáveis e não devem ser consideradas parte do processo normal de envelhecimento. A dor crônica não tratada em adultos mais velhos pode resultar em depressão, baixa qualidade de vida e perda da independência.

Coccigodinia

Dor debilitante no cóccix, geralmente provocada pelo ato de sentar-se ou levantar-se da posição sentada. Pode ter origem pós-traumática (por exemplo, após uma queda ou um parto), não traumática ou idiopática.

Síndrome compartimental dos membros

Caracterizada por alta pressão intersticial em um compartimento osteofascial fechado, o que resulta em comprometimento microvascular (restrição do fluxo sanguíneo capilar).[14]​ Pode ser causada por fratura, hemorragia compartimental, lesão direta dos tecidos moles ou lesão muscular direta.

Síndrome da dor regional complexa

Dor prolongada, desproporcional ao evento desencadeante (geralmente um trauma menor) e que costuma afetar o aspecto distal de um membro. A dor é frequentemente descrita como espontânea, lancinante, aguda, fulgurante, em pontadas ou queimação. Caracteristicamente se torna surda, incômoda e persistente ao se tornar crônica.

Costocondrite

Apresenta-se com início insidioso de dor na parede torácica anterior, exacerbada por certos movimentos do tórax e inspiração profunda. Um sinal característico é a dor à palpação das articulações costocondrais (especialmente da segunda à quinta).

Lombalgia discogênica

Quadro clínico multifatorial complexo caracterizado por dor lombar com ou sem a concomitância de sintomas radiculares nos membros inferiores na presença de doença discal degenerativa radiologicamente confirmada. A dor é exacerbada com atividade, mas pode se apresentar em certas posições, como ao sentar.

Epicondilite

Típica da quarta e quinta décadas da vida. Os pacientes descrevem uma história de atividades que contribuem para o uso excessivo dos músculos do antebraço que se originam no cotovelo. Tanto a epicondilite lateral (comumente conhecida como cotovelo do tenista) quanto a medial (comumente conhecida como cotovelo do golfista) são caracterizadas por dor no cotovelo durante ou após a flexão e a extensão do mesmo.

Fibromialgia

Uma síndrome caracterizada por dor generalizada no corpo, presente por pelo menos 3 meses.[15][16] Acredita-se que esteja relacionada a uma amplificação dos sinais de dor na medula espinhal e no cérebro. Os pacientes com fibromialgia geralmente apresentam dor corporal generalizada crônica, crescente e decrescente. Sintomas comórbidos, como fadiga, dificuldades de memória e dificuldades de sono e humor, são comuns.

Cisto ganglionar

Massas lisas, moles e benignas que geralmente se encontram no punho. Os pacientes podem apresentar desconforto doloroso ocasional, secundário à compressão das estruturas circundantes. Em certos pacientes, a dor se apresenta apenas após a atividade. Os cistos ganglionares ocultos não são geralmente detectados no exame físico, mas podem causar dor vaga no punho.

Gota

Início agudo de dor intensa na articulação, com edema, derrame, calor, eritema e/ou sensibilidade à palpação das articulações envolvidas. Essa doença afeta mais comumente o hálux (podagra), o pé, o tornozelo, o joelho, os dedos das mãos, o punho e o cotovelo; porém, pode afetar qualquer articulação.

Dor na virilha

A manifestação mais comum de patologia intra-articular do quadril; porém, não é incomum dor referida de outras origens. Seus sinais e sintomas geralmente incluem dor relacionada a atividades, dor com movimento do quadril e marcha antálgica.

Fraturas do quadril

De modo geral, é considerada como qualquer fratura do fêmur distal à cabeça do fêmur e em uma posição proximal a um nível de poucos centímetros abaixo do trocânter menor. Associadas mais comumente a lesões de baixa energia (por exemplo, quedas da própria altura) e osteoporose ou osteopenia. O risco aumenta significativamente com a idade.

Síndrome da banda iliotibial

A síndrome da banda iliotibial é a causa mais comum de dor na região lateral dos joelhos em corredores, e está relacionada ao atrito repetitivo da banda iliotibial com o epicôndilo femoral lateral. Os corredores predispostos a essa lesão geralmente encontram-se em fase de sobretreinamento e muitas vezes apresentam fraqueza subjacente da musculatura abdutora da articulação do quadril.

Luxação articular

Separação total de 2 superfícies ósseas da articulação, muitas vezes causada por um impacto súbito na articulação. Geralmente, os pacientes sentem muita dor ao tentarem movimentar-se e se sentem significativamente apreensivos em relação à movimentação da articulação afetada. O diagnóstico geralmente é confirmado através de radiografia simples.

Avaliação da articulação inflamada

A artrite inflamatória é um termo comum para diversas condições que se manifestam com dor articular, edema e rigidez em graus variados de comprometimento funcional. Em pacientes de dor e edema em uma única articulação, a infecção aguda é uma causa relativamente comum, podendo resultar em um dano rápido e irreversível. Por outro lado, a maioria dos pacientes com comprometimento de várias articulações tende a apresentar distúrbios de duração crônica.

Artrite idiopática juvenil

Esta é a doença reumática crônica mais comum nas crianças, abrangendo diversos subtipos. As articulações afetadas podem ficar doloridas, especialmente com movimentos e à palpação. Uma artrite objetiva em articulações por pelo menos 6 semanas é necessária para o diagnóstico.[17]

Avaliação da lesão do joelho

Na maioria das definições, as lesões agudas do joelho são definidas como aquelas diagnosticadas nos primeiros 30 a 42 dias após a lesão ou início dos sintomas. As lesões crônicas do joelho são decorrentes de traumas antigos residuais ou cirurgia, doenças degenerativas existentes ou condições prévias não resolvidas durante os primeiros 30 a 42 dias após seu início.

Lesão do ligamento colateral medial

Ocorre quando estresse excessivo em valgo ou forças de rotação externa são exercidos sobre a articulação do joelho. O sintoma mais comum é a dor na porção medial do joelho, acima ou abaixo da interlinha articular. Os pacientes geralmente conseguem andar. O diagnóstico e a classificação são feitos principalmente com anamnese e exame físico.

Ruptura do menisco

Os meniscos podem se romper em decorrência de lesão traumática ou desgaste degenerativo (por exemplo, na artrite do joelho) e podem comprometer a distribuição da força em toda a articulação do joelho. As rupturas podem causar dor, edema, amplitude de movimentos limitada e travamento, bloqueio e instabilidade da articulação do joelho.

Cãibras musculares

Embora na maior parte sejam benignas e autolimitadas, as cãibras musculares também podem ser indicativas de uma grande variedade de doenças sistêmicas potencialmente graves. Cãibras musculares idiopáticas (usuais) são comuns, de curta duração, e geralmente envolvem o músculo da panturrilha e/ou o pé. A abordagem diagnóstica para cãibras musculares idiopáticas é de exclusão.

Dor musculoesquelética na coluna lombar

Dor, rigidez e/ou sensibilidade na região lombossacral. O diagnóstico é feito eliminando-se as causas específicas de dor lombar decorrentes de comprometimento neurológico, neoplasia, artrite inflamatória, fratura e dor referida de outros locais ou sistemas de órgãos.

Entorses e distensões musculoesqueléticas

A torção é uma lesão na junção muscular ou musculotendinosa, enquanto uma entorse é uma lesão no ligamento. A história e o exame físico são fundamentais para o diagnóstico e a classificação da lesão como de grau 1 (leve), 2 (moderada) ou 3 (grave com ruptura completa).

Dor cervical, avaliação da

Os pacientes podem apresentar um quadro clínico agudo, especialmente no contexto de trauma ou quando associado a outras dores crônicas. A prevalência ao longo da vida estimada de um episódio significativo de dor cervical é de 40% a 70%, e a prevalência pontual global da dor cervical é de 4.9%.[18][19] É importante detectar dor cervical oriunda de causas significativas (por exemplo, câncer primário ou metastático) e dor associada a comprometimento neurológico.

Doença de Osgood-Schlatter

Síndrome de sobrecarga da população pediátrica que resulta em apofisite de tração da tuberosidade tibial. Ela geralmente ocorre durante o estirão de crescimento da adolescência em jovens atletas que participam de esportes com extensão forçada e flexão repetidas dos joelhos. Os homens são afetados com maior frequência que as mulheres. O diagnóstico é clínico; os pacientes geralmente apresentam dor, edema, calor e sensibilidade localizada à palpação sobre o tubérculo tibial.

Osteoartrite

Um distúrbio articular comum e frequentemente debilitante; a prevalência aumenta com a idade.[20]​ As articulações mais afetadas são os joelhos, o quadril, as mãos e a coluna lombar e cervical. Os pacientes apresentam dor e rigidez nas articulações, que normalmente pioram com atividade física.

Osteocondrite dissecante do joelho

Uma lesão idiopática adquirida, potencialmente reversível, do osso subcondral que resulta em delaminação e sequestro, com ou sem comprometimento e instabilidade da cartilagem articular.[21][22][23] A maioria dos pacientes é composta por atletas adolescentes ou adultos jovens. As principais articulações comprometidas são as do joelho, tornozelo e a articulação radiocapitelar do cotovelo. Quadro clínico variável: traumático ou sem trauma, início insidioso, dor articular inespecífica, exacerbação dos sintomas com exercício (principalmente, subir escadas ou aclives), derrame recorrente, falseio ou travamento.

Osteomalácia

É uma doença óssea metabólica caracterizada pela mineralização incompleta da porção orgânica da matriz subjacente do tecido ósseo maduro (osteoide) após o fechamento da placa epifisária em adultos. A deficiência de vitamina D é a causa mais comum. Os pacientes geralmente se queixam de dor difusa nos ossos e têm uma história de pouca exposição à luz solar. Fraqueza muscular proximal, sensibilidade à percussão da coluna, pseudofraturas e deformidades esqueléticas são comumente encontradas.

Osteomielite

Uma condição inflamatória do osso causada por um organismo infectante, mais comumente Staphylococcus aureus. A gravidade pode ser dividida em estágios dependendo da etiologia da infecção, da sua patogênese, da extensão do comprometimento ósseo, da duração e de fatores do hospedeiro específicos para cada paciente. De forma geral, a infecção óssea é hematogênica ou com foco contíguo.

Osteoporose

Assintomática até ocorrer uma fratura. O diagnóstico é baseado em uma história de fratura prévia por fragilidade ou uma baixa densidade mineral óssea, que é definida como um T-score ≤-2.5. O rastreamento se baseia nos fatores de risco individuais, incluindo sexo feminino, história materna de fratura por fragilidade/osteoporose, idade avançada, baixo índice de massa corporal (<20 kg/m²), tratamento de privação de androgênios (em homens), tratamento com inibidor da aromatase (em mulheres), utilização de corticosteroides, tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Fraturas osteoporóticas por compressão vertebral

A maioria das fraturas osteoporóticas por compressão vertebral representa uma falha isolada da coluna vertebral anterior decorrente de uma combinação de flexão e carga de compressão axial. Os pacientes podem relatar dorsalgia súbita decorrente de atividades não traumáticas, como ao se levantarem da posição sentada, curvarem-se para frente, tossirem e espirrarem.[24]​ A dor é caracteristicamente exacerbada pelo movimento. Também pode ser um achado incidental em pacientes assintomáticos.

Osteossarcoma

A neoplasia maligna primária óssea não hematológica mais comum em crianças e adolescentes. O agravamento da dor no decorrer de semanas ou meses é o primeiro e mais comum sintoma. A dor é geralmente leve no início e passa a ser mais intensa. Muitas vezes ela é relatada como mais intensa em repouso e à noite. A dor também é comumente descrita como profunda, surda, incômoda e incessante.[25]

Doença de Paget óssea

Distúrbio crônico e localizado da remodelação óssea, caracterizado pelo aumento na reabsorção, formação e remodelação ósseas, que pode causar grandes deformidades cranianas e nos ossos longos. A maioria dos pacientes geralmente é assintomática, mas pode apresentar dor intensa nos ossos longos e, raramente, em algumas áreas faciais.

Síndrome da dor patelofemoral

A síndrome da dor patelofemoral é um dos distúrbios do joelho mais comumente observados na prática de medicina esportiva.[26]​ As causas dos problemas patelofemorais são multifatoriais, abrangendo uma mecânica anormal da articulação patelofemoral, alterações na cadeia cinética inferior e sobrecarga.

Fasciite plantar

Dor crônica ou aguda no calcanhar inferior na ligação da banda medial da fáscia plantar à tuberosidade medial do calcâneo. Afeta mais comumente pessoas entre 40 e 60 anos de idade que estejam com sobrepeso ou obesas. Também ocorre em 10% dos corredores.[27] A dor pode irradiar para a lateral do calcanhar. Para se diagnosticar a fasciite plantar, a dor deve ser aliviada com repouso.

Polimialgia reumática

Manifesta-se sob a forma de dor e rigidez matinal que comprometem o pescoço e as cinturas escapular e/ou pélvica em indivíduos acima de 50 anos de idade. Os pacientes se queixam de dificuldade para se levantar da posição sentada ou prona, rigidez significativa da cintura escapular e do quadril, graus variáveis de sensibilidade muscular, bursite do ombro/quadril e/ou oligoartrite. É mais comum em mulheres.[28]​ Cerca de 15% a 20% dos pacientes com polimialgia reumática (PMR) apresentam arterite de células gigantes (ACG); 40% a 60% dos pacientes com ACG apresentam PMR.[29]

Cisto poplíteo

Geralmente, resultante de patologia da articulação do joelho, como artrite, ou uma ruptura na cartilagem. Pode apresentar-se com edema ou dor atrás do joelho, mas a maioria dos casos é assintomática. Um cisto poplíteo pode sofrer ruptura, causando edema e dor intensa na panturrilha.

Artrite psoriática

Doença musculoesquelética inflamatória crônica associada à psoríase. A artrite psoriática frequentemente se apresenta com um padrão de envolvimento articular monoarticular ou oligoarticular. Nos pacientes com envolvimento de várias articulações, o padrão não tem a simetria da artrite reumatoide.

Artrite reativa

Uma artrite inflamatória que ocorre após a exposição a certas infecções gastrointestinais e geniturinárias, sobretudo por espécies de Chlamydia, Campylobacter jejuni, Salmonella enteritidis, Shigella e Yersinia. Os pacientes podem relatar história de infecção geniturinária ou disentérica prévia de 1 a 4 semanas antes do início. As características incluem sintomas sistêmicos como febre, artrite periférica e axial, entesite (inflamação das inserções dos tendões nos ossos), dactilite (edema de um dedo inteiro do pé ou da mão), conjuntivite e irite, lesões cutâneas incluindo balanite circinada e ceratodermia blenorrágica.

Artrite reumatoide

A artrite inflamatória mais comum é caracterizada por artrite simétrica das articulações pequenas das mãos e pés.[30]​ Uma artrite crônica e erosiva que requer tratamento precoce e agressivo.

Fraturas das costelas

Podem ser decorrentes de lesão por força contusa, quedas, lesão não acidental, RCP agressiva, ou mais raramente, tosse intensa, atividades atléticas ou lesões metastáticas e tumores ósseos primários. As fraturas de costelas podem ser relativamente benignas, mas muitas vezes podem ser um marcador de lesões concomitantes, como pneumotórax, hemopneumotórax e/ou contusões pulmonares, tórax instável e possíveis lesões não torácicas.

Raquitismo

Mineralização deficiente na placa epifisária dos ossos longos que resulta em retardo do crescimento. Se a afecção subjacente não for tratada, ocorrerá deformidade óssea, normalmente causando pernas arqueadas e espessamento das extremidades dos ossos longos. Ocorre apenas em crianças em fase de crescimento antes da fusão das epífises e, normalmente, afeta os punhos, os joelhos e as junções costocondrais. Ocorre essencialmente em decorrência de deficiência nutricional de vitamina D, mas pode estar associado a deficiências de cálcio ou fósforo.

Lesão do manguito rotador

Causa comum de dor no ombro, especialmente em pessoas idosas e ativas.[31][32] As rupturas podem ser sintomáticas ou assintomáticas. A causa da ruptura pode ser traumática ou por fricção.

Escoliose

A escoliose idiopática do adolescente é uma deformação estrutural da coluna vertebral caracterizada pela descompensação do alinhamento vertebral normal durante o rápido crescimento esquelético em crianças saudáveis. A dorsalgia é geralmente mínima ou ausente na apresentação. A presença de dor significativa na apresentação justifica uma avaliação cuidadosa em busca de outras causas de deformidade da coluna. Os pacientes com curvatura grave apresentam risco de progressão futura da curvatura, podendo desenvolver problemas em longo prazo relacionados ao grau da deformidade causada por essa curvatura e/ou dorsalgia.[33][34]

Epifisiólise proximal do fêmur

Normalmente, observada na faixa etária da adolescência. Ela ocorre quando a fraqueza na placa epifisária proximal do fêmur permite um deslocamento da epífise femoral proximal. Pode se apresentar com início agudo/insidioso de dor e claudicação. A rotação externa involuntária com a flexão do quadril é um achado importante no exame físico.

Síndrome da cauda equina

Causada por compressão das raízes nervosas lombossacras que se estendem abaixo da medula espinhal. Os sintomas e sinais típicos da síndrome da cauda equina (SCE) incluem disfunção vesical, dor lombar, ciática bilateral ou unilateral, fraqueza ou dormência de membros inferiores, disfunção intestinal e disfunção sexual.[35][36] A SCE é uma emergência neurocirúrgica, e atrasos no diagnóstico e no tratamento podem causar incapacidade permanente.

Estenose da coluna vertebral

Doença geralmente resultante de alterações degenerativas na coluna lombar. Os pacientes geralmente apresentam sintomas prolongados de claudicação neurogênica, caracterizados por dores nas costas e nas pernas e parestesia nos membros inferiores, provocados pela deambulação e aliviados ao sentar.

Sinovite do quadril, transitória

Um distúrbio inflamatório autolimitado do quadril, que comumente afeta crianças pequenas entre 2 e 12 anos de idade. Apresenta-se agudamente com claudicação e dor leves a moderadas no quadril.[37]

Disfunções temporomandibulares

As disfunções temporomandibulares (anteriormente síndrome da articulação temporomandibular) são um grupo de disfunções associadas a dor na boca e no rosto que podem evoluir para dor crônica.[38][39]​ Geralmente, manifesta-se com 4 achados característicos: dor na articulação temporomandibular, ruído na articulação, sensibilidade dos músculos da mastigação e limitação do movimento mandibular.

Tendinopatia

Termo geral para descrever a degeneração do tendão caracterizada por uma combinação de dor, edema e comprometimento do desempenho. Os locais comuns incluem o manguito rotador (tendão supraespinhal), extensores do punho (epicôndilo lateral) e pronadores (epicôndilo medial), tendões patelar e do quadríceps e tendão de Aquiles.

Tenossinovite da mão e do punho

A tenossinovite da mão e do punho é um grupo de entidades com uma patologia comum que envolve os tendões extrínsecos da mão e do punho e suas bainhas retinaculares correspondentes. Elas geralmente começam como uma irritação do tendão que se manifesta como dor e pode evoluir para encarceramento e bloqueio quando o deslizamento do tendão falha.

Trauma da coluna toracolombar

As fraturas toracolombares são o desfecho habitual de um trauma toracolombar. Elas ocorrem geralmente como resultado de traumas de alta energia (por exemplo, acidentes de trânsito e quedas de alturas).[40]​ Ele pode ocorrer espontaneamente em pacientes com distúrbios osteoporóticos, neoplásicos ou metabólicos da coluna.

Torção de membro inferior em crianças

Anormalidades de torção do membro inferior são comuns em crianças. Em geral, elas são atribuídas à torção femoral ou tibial, contraturas dos tecidos moles, tônus muscular anormal, retropé em varo/valgo, adução/abdução do antepé ou uma combinação destes.

Fraturas do punho

As fraturas do rádio distal são as mais comuns em adultos. Elas são geralmente causadas por uma queda sobre a mão estendida. Pode ser acompanhada por fraturas do estiloide ulnar, da ulna distal e do escafoide. Fraturas isoladas do escafoide também podem ocorrer.

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