Diagnósticos diferenciais
Asma
O início de asma ocorre geralmente nos primeiros anos de vida. Uma história pessoal ou familiar de alergia, rinite e eczema geralmente está presente. Há uma variabilidade diária nos sintomas, e os pacientes têm um excesso de sibilância que, geralmente, responde rapidamente a broncodilatadores. A variante tussígena da asma mimetiza várias características da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
A espirometria mostra reversibilidade com broncodilatadores. Os testes de função pulmonar apresentam reversibilidade com broncodilatadores e não apresentam aumento da capacidade de difusão do monóxido de carbono (CDCO). Eosinofilia sérica ou no escarro sugerem asma, embora também possa estar presente na DPOC.
Insuficiência cardíaca congestiva
Geralmente há uma história presente de doenças cardiovasculares. Os pacientes relatam sintomas de ortopneia, sendo possível ouvir estertores inspiratórios bibasais à ausculta.
Os níveis de peptídeo natriurético do tipo B são geralmente elevados, e a radiografia torácica revela um aumento na congestão vascular pulmonar. A ecocardiografia pode confirmar o diagnóstico.
Bronquiectasia
Pode haver uma história de infecção recorrente na infância. Grande volume de escarro purulento está geralmente presente. Podem-se ouvir crepitações grossas à ausculta. Histórias de coqueluche ou tuberculose são indicativas do diagnóstico.
A tomografia computadorizada (TC) do tórax revela dilatação bronquial e espessamento da parede brônquica.
Tuberculose
Geralmente há uma história de febre, sudorese noturna, perda de peso e tosse produtiva crônica presente. A tuberculose é mais comum em pessoas que vivem ou são provenientes de regiões endêmicas.
O diagnóstico requer confirmação microbiológica. Infiltrados, fibroses ou granuloma observados na radiografia torácica ou na TC do tórax podem sugerir tuberculose. Os pacientes geralmente apresentam prova tuberculínica positiva.
Bronquiolite
A bronquiolite pode afetar pacientes em idades mais precoces. O paciente pode ter história de doenças do tecido conjuntivo, sobretudo artrite reumatoide ou exposição ao fumo. Alguns casos são pós-infecciosos.
Os testes de função pulmonar na bronquiolite podem apresentar padrão obstrutivo, restritivo ou misto. A radiografia torácica mostra hiperinsuflação. A TC do tórax em alta resolução pode apresentar opacidades nodulares difusas, pequenas e centrolobulares, mas raramente é feita em crianças devido ao risco da radiação.
Disfunção das vias aéreas superiores
Pode afetar pacientes de qualquer idade. História pregressa de trauma ou intubação é muito útil. O exame pulmonar geralmente é normal, mas pode apresentar sinais de restrição das vias aéreas superiores, como sibilância e estridor. Os pacientes podem apresentar rouquidão na voz se as pregas vocais estiverem envolvidas.
A curva de volume do fluxo nos testes de função pulmonar pode revelar um platô característico de expiração ou inspiração, ou ambos. O diagnóstico é confirmado pela visualização direta da via aérea afetada através da endoscopia.
Sinusite crônica/gotejamento pós-nasal
Rinite/sinusite crônica é uma causa muito comum de tosse crônica. Os pacientes podem reclamar de pressão nos seios nasais, rinorreia, tosse não produtiva e/ou cefaleia.
A endoscopia nasal, TC dos seios nasais e/ou testes empíricos com anti-histamínicos são comumente utilizados para auxiliar no diagnóstico.
Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
Os pacientes com DRGE geralmente apresentam dispepsia e eructações frequentes, e podem apresentar tosse crônica que piora à noite em decúbito dorsal.
O diagnóstico é geralmente com base na resposta à terapia empírica com inibidores da bomba de prótons.
Tosse crônica induzida por inibidor da ECA
Os inibidores da ECA podem causar tosse crônica; entretanto, a tosse geralmente é não produtiva.
O diagnóstico é geralmente baseado na melhora dos sintomas após a interrupção empírica do IECA.
Câncer pulmonar
Os pacientes podem apresentar perda de peso, sudorese noturna, hemoptise e/ou dor torácica ou dorsalgia.
Pessoas com DPOC também têm aumento do risco de câncer de pulmão.
A radiografia é importante na avaliação do câncer de pulmão. A broncoscopia pode ser necessária para avaliação de câncer endobrônquico se a suspeita for alta.
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