Complicações
O cor pulmonale é a insuficiência cardíaca do lado direito resultante de DPOC de longa duração. É causada por hipóxia crônica e subsequente vasoconstrição na vasculatura pulmonar que causa hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca no lado direito.
Veias jugulares ingurgitadas, hiperfonese da segunda bulha no foco pulmonar (P2), edema no membro inferior e hepatomegalia são sinais de cor pulmonale.
A oxigenoterapia contínua é a base da terapia. A terapia para DPOC deve ser otimizada. O uso criterioso de diuréticos é necessário.[261]
A DPOC é um fator de risco para câncer pulmonar independentemente da exposição ao tabaco. Um estudo de coorte de base populacional constatou que, em comparação com pessoas que nunca fumaram e que não têm DPOC, as razões de riscos totalmente ajustadas para câncer pulmonar em pessoas que nunca fumaram e que têm DPOC, fumantes sem DPOC e pessoas que nunca fumaram e que têm DPOC foram de 2.67, 1.97 e 6.19, respectivamente.[265]
A pneumonia recorrente é uma complicação comum da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e uma causa frequente de exacerbação da DPOC. Pode ser causada por uma infecção viral ou bacteriana.
Danos crônicos nas vias aéreas e nos pulmões, inflamação, função ciliar comprometida e colonização bacteriana são prováveis causa do aumento de vulnerabilidade a infecções. O uso de corticosteroides inalatórios também está associado a aumento do risco de pneumonia nos pacientes com DPOC.[118][258][259]
O uso da antibioticoterapia demonstrou alguns benefícios.[260] O tempo usual de tratamento é em torno de 7 a 14 dias. Uma cobertura para Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae apropriada é obrigatória. É altamente recomendada a vacinação para todos os pacientes com DPOC.
A depressão é uma consequência comum da DPOC. Estima-se que pacientes com DPOC têm 1.9 vez mais probabilidade de cometer suicídio que aqueles sem DPOC.[148] Se houver qualquer mudança de humor, será necessário fazer uma avaliação psiquiátrica.
Ocorre devido aos danos no parênquima pulmonar com formação e ruptura de bolhas subpleurais. O pneumotórax espontâneo é muito comum com tosse grave crônica ou trauma torácico e oferece risco de vida.
São necessários altos níveis de suspeita para obter o diagnóstico. A radiografia torácica ou a tomografia computadorizada (TC) do tórax confirmam o diagnóstico.
O manejo conservador pode ser suficiente em alguns casos. Em casos graves, a inserção do dreno torácico é necessária para prevenir o pneumotórax hipertensivo e a instabilidade hemodinâmica. Se houver pneumotórax recorrente, intervenções cirúrgicas como pleurodese ou bulectomia via toracoscopia videoassistida são necessárias.
Um estudo com um grande número de pacientes com DPOC e insuficiência respiratória aguda relatou mortalidade intra-hospitalar de 17% a 49%.[257] A terapia inclui ventilação não invasiva com pressão positiva e/ou ventilação mecânica.
A anemia é mais prevalente do que se pensava, afetando quase 25% dos pacientes com DPOC.[262] Um hematócrito baixo indica prognóstico desfavorável nos pacientes que recebem tratamento com oxigênio em longo prazo.[263] Uma metanálise constatou que pacientes com anemia comórbida tiveram maior probabilidade de passar períodos prolongados no hospital que aqueles sem anemia comórbida, além de apresentarem taxas mais altas de mortalidade.[264]
Pode-se desenvolver policitemia secundária na presença de hipoxemia arterial, sobretudo em pacientes que continuam fumando. Ela pode ser identificada pelo hematócrito >55%. Muitas vezes esses pacientes requerem suplementação de oxigênio em casa.
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