História
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem início insidioso e geralmente ocorre em idosos. Uma história de tosse produtiva, sibilância e dispneia, sobretudo com exercícios, é típica. Outros sintomas incluem bronquite frequente, tolerância reduzida ao exercício, despertar noturno com dispneia, edema maleolar e fadiga.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
[2]National Institute for Health and Care Excellence. Chronic obstructive pulmonary disease in over 16s: diagnosis and management. Jul 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng115
Os pacientes podem se queixar de fadiga como um resultado de interrupções do sono por tosse noturna constante, hipóxia e hipercapnia persistentes. Deve-se determinar a história de tabagismo do paciente, exposição ocupacional, comorbidade e qualquer história familiar de doença pulmonar. História de exacerbações e internações prévias devem ser investigadas.
Os pacientes com DPOC também podem apresentar dispneia grave e aguda, febre e dor torácica durante exacerbações infecciosas agudas. Consulte Exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica.
Exame físico
Um exame físico não é diagnóstico de DPOC, mas é uma parte importante da assistência ao paciente.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
O exame físico pode apresentar taquipneia, desconforto respiratório, uso de músculos acessórios e retração intercostal. Tórax em tonel (ou em barril) é uma observação comum. Pode haver hiper-ressonância/timpanismo à percussão, expansibilidade reduzida e murmúrio vesicular diminuído à ausculta pulmonar. Pode haver sibilância, crepitação grossa, baqueteamento digital e cianose, bem como sinais de insuficiência cardíaca do lado direito (veias jugulares distendidas, hiperfonese da segunda bulha no foco pulmonar [P2], hepatomegalia, refluxo hepatojugular e edema no membro inferior). Ocasionalmente, os pacientes podem exibir asterixis (flapping) - perda de controle postural nos braços esticados (comumente conhecida como flap ou flapping) causada por hipercapnia. Isso se deve ao comprometimento das trocas gasosas no parênquima pulmonar, piora com exercícios e sugere insuficiência respiratória.
Exames iniciais
A espirometria é necessária para se fazer o diagnóstico de DPOC e também é usada para monitorar a evolução da doença.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
[2]National Institute for Health and Care Excellence. Chronic obstructive pulmonary disease in over 16s: diagnosis and management. Jul 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng115
[61]Qaseem A, Wilt TJ, Weinberger SE, et al. Diagnosis and management of stable chronic obstructive pulmonary disease: a clinical practice guideline update from the American College of Physicians, American College of Chest Physicians, American Thoracic Society, and European Respiratory Society. Ann Intern Med. 2011 Aug 2;155(3):179-91.
https://www.acpjournals.org/doi/10.7326/0003-4819-155-3-201108020-00008
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21810710?tool=bestpractice.com
Ela é a medição mais viável e objetiva da limitação do fluxo aéreo. A espirometria deve ser realizada após a administração de uma dose adequada de, pelo menos, um broncodilatador de curta ação por via inalatória para minimizar a variabilidade.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Os pacientes com DPOC têm um padrão diferente observado à espirometria, com uma redução no VEF₁ e na razão VEF₁/CVF. A presença de limitação do fluxo aéreo é definida pelos critérios da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) como um VEF₁/CVF pós-broncodilatador <0.7.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Nos casos em que há dificuldade para medir a CVF, pode-se usar o volume expiratório forçado em 6 segundos (VEF₆).[62]Jing JY, Huang TC, Cui W, et al. Should FEV1/FEV6 replace FEV1/FVC ratio to detect airway obstruction? A metaanalysis. Chest. 2009 Apr;135(4):991-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19349398?tool=bestpractice.com
A espirometria também indica a gravidade da obstrução do fluxo aéreo. Em pacientes com uma razão VEF₁/CVF <0.7:[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Um VEF₁ ≥80% do predito indica DPOC leve (GOLD 1)
Um VEF₁ <80% e ≥50% do predito indica DPOC moderada (GOLD 2)
Um VEF₁ <50% e ≥30% do predito indica DPOC grave (GOLD 3)
Um VEF₁ <30% do predito indica DPOC muito grave (GOLD 4).
Espirometria na práticaUm médico de atenção primária explica como realizar a espirometria e como evitar armadilhas.
A radiografia torácica raramente é diagnóstica, mas deve ser realizada para descartar outros diagnósticos e avaliar a presença de comorbidades importantes;[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
A oximetria de pulso faz o rastreamento da hipóxia e deve ser usada para avaliar todos os pacientes com sinais clínicos de insuficiência respiratória ou insuficiência cardíaca direita. Se a saturação de oxigênio no sangue arterial periférico for inferior a 92%, a gasometria capilar ou arterial deverá ser medida.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Além da limitação do fluxo aéreo, as diretrizes GOLD reconhecem a importância das exacerbações quanto à interferência na evolução natural da DPOC e enfatizam a avaliação dos sintomas, dos fatores de risco das exacerbações e das comorbidades.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
O questionário modificado do Medical Research Council (mMRC) ou o Teste de Avaliação da DPOC (CAT) são recomendados para avaliar os sintomas. Estes podem ser encontrados nas diretrizes da GOLD.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Precauções da GOLD contra o uso da escala de dispneia mMRC isoladamente para avaliar os pacientes, pois os sintomas da DPOC vão além de apenas dispneia. Por esse motivo, o CAT é preferível. No entanto, a GOLD reconhece que o uso da escala mMRC é disseminado; dessa forma, um limite de um grau ≥2 na mMRC ainda é incluído para se definirem os pacientes com "mais falta de ar" em comparação com os pacientes com "menos falta de ar" em seus critérios de avaliação.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
O melhor preditor de exacerbações frequentes (duas ou mais por ano) é uma história de exacerbações previamente tratadas.[63]Hurst JR, Vestbo J, Anzueto A, et al; Evaluation of COPD Longitudinally to Identify Predictive Surrogate Endpoints (ECLIPSE) Investigators. Susceptibility to exacerbation in chronic obstructive pulmonary disease. N Engl J Med. 2010 Sep 16;363(12):1128-38.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa0909883
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20843247?tool=bestpractice.com
Além disso, o risco de exacerbações é consideravelmente maior nos pacientes com limitação do fluxo aéreo a <50% (DPOC grave ou muito grave).[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
As diretrizes GOLD usam uma abordagem "ABE" combinada para avaliar os pacientes de acordo com os sintomas e a história pregressa de exacerbações. Os sintomas são avaliados pelo uso da escala mMRC ou CAT. As exacerbações são avaliadas independentemente dos sintomas para destacar sua relevância clínica.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Grupo A: baixo risco (0-1 exacerbação por ano, sem necessidade de hospitalização) e menos sintomas (mMRC 0-1 ou CAT <10)
Grupo B: baixo risco (0-1 exacerbação por ano, sem necessidade de hospitalização) e mais sintomas (mMRC ≥2 ou CAT ≥10)
Grupo E: alto risco (≥2 exacerbações por ano, ou uma ou mais exacerbações com necessidade de hospitalização) e qualquer nível de sintomas.
As diretrizes do Reino Unido recomendam um hemograma completo para todos os pacientes recém-diagnosticados, para fazer rastreamento de anemia ou policitemia.[2]National Institute for Health and Care Excellence. Chronic obstructive pulmonary disease in over 16s: diagnosis and management. Jul 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng115
Outros testes
Testes de função pulmonar detalhados realizados em laboratórios especializados em função pulmonar podem medir as curvas de fluxo-volume e a capacidade inspiratória. Eles não são usados com frequência, mas podem ajudar a resolver incertezas diagnósticas e na avaliação pré-operatória. Antes, a capacidade de difusão do monóxido de carbono (CDCO)só era medida em laboratórios especializados; no entanto, já há sistemas portáteis disponíveis, que permitem que as medições sejam realizadas em campo. As diretrizes internacionais da GOLD recomendam a medição da CDCO se o paciente com DPOC apresentar dispneia desproporcional ao grau de obstrução do fluxo aéreo. Um valor baixo de CDCO (<60% do predito) em paciente com DPOC está associado à redução da capacidade de exercício, ao agravamento do estado de saúde e ao aumento do risco de morte.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Medições seriadas do pico do fluxo podem distinguir DPOC de asma, se houver incerteza diagnóstica.[2]National Institute for Health and Care Excellence. Chronic obstructive pulmonary disease in over 16s: diagnosis and management. Jul 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng115
Em pacientes jovens (<45 anos) com história familiar ou com doença de progressão rápida e alterações no lobo inferior nos exames de imagem, é necessário verificar os níveis de alfa 1-antitripsina.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Todos os pacientes com diagnóstico de DPOC devem ser rastreados uma vez, especialmente nas regiões com alta prevalência de deficiência de alfa 1-antitripsina.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
[64]World Health Organization. Alpha 1-antitrypsin deficiency: memorandum from a WHO meeting. Bull World Health Organ. 1997;75(5):397-415.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2487011/pdf/bullwho00396-0013.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9447774?tool=bestpractice.com
[65]Miravitlles M, Dirksen A, Ferrarotti I, et al. European Respiratory Society statement: diagnosis and treatment of pulmonary disease in α(1)-antitrypsin deficiency. Eur Respir J. 2017 Nov;50(5).
https://www.doi.org/10.1183/13993003.00610-2017
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29191952?tool=bestpractice.com
Isso pode ajudar no rastreamento e no aconselhamento familiar.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
A tomografia computadorizada (TC) mostra alterações anatômicas, e seu uso na DPOC está aumentando. As diretrizes GOLD recomendam a consideração de uma TC para os pacientes com exacerbações persistentes, aqueles com sintomas que não corresponderem à gravidade da doença nos testes de função pulmonar, aqueles com VEF₁ <45% do predito com hiperinsuflação significativa e aqueles que atenderem a critérios para rastreamento de câncer pulmonar.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
A TC de baixa dose anual é recomendada pela US Preventive Services Task Force (USPSTF) para o rastreamento de câncer de pulmão em pacientes com DPOC em decorrência de tabagismo.[66]Krist AH, Davidson KW, Mangione CM, et al; US Preventive Services Task Force. Screening for lung cancer: US Preventive Services Task Force recommendation statement. JAMA. 2021 Mar 9;325(10):962-70.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2777244
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33687470?tool=bestpractice.com
A apneia obstrutiva do sono está associada a um aumento do risco de morte e hospitalização em pacientes com DPOC, e um estudo do sono deve ser considerado.[67]Marin JM, Soriano JB, Carrizo SJ, et al. Outcomes in patients with chronic obstructive pulmonary disease and obstructive sleep apnea: the overlap syndrome. Am J Respir Crit Care Med. 2010 Aug 1;182(3):325-31.
https://www.atsjournals.org/doi/10.1164/rccm.200912-1869OC
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20378728?tool=bestpractice.com
O teste ergométrico pode ser útil em pacientes com um grau desproporcional de dispneia.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Ele pode ser realizado em um cicloergômetro, esteira ergométrica ou com um simples teste de marcha cronometrada (por exemplo, 6 minutos ou duração <6 minutos).[68]Johnston KN, Potter AJ, Phillips A. Measurement properties of short lower extremity functional exercise tests in people with chronic obstructive pulmonary disease: systematic review. Phys Ther. 2017 Sep 1;97(9):926-43.
https://academic.oup.com/ptj/article/97/9/926/3866635
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28605481?tool=bestpractice.com
O teste ergométrico também é útil na seleção dos pacientes para reabilitação. A função dos músculos respiratórios também pode ser testada se a dispneia ou a hipercapnia aumentarem desproporcionalmente em relação ao VEF₁, bem como nos pacientes com desnutrição ou com miopatia por corticosteroides.[69]Siafakas NM, Vermeire P, Pride NB, et al. Optimal assessment and management of chronic obstructive pulmonary disease (COPD). The European Respiratory Society Task Force. Eur Respir J. 1995 Aug;8(8):1398-420.
https://erj.ersjournals.com/content/erj/8/8/1398.full.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7489808?tool=bestpractice.com
Em pacientes com exacerbações frequentes, limitação intensa do fluxo aéreo e/ou exacerbações que necessitam de ventilação mecânica, deve-se enviar o escarro para cultura.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Os fatores de risco para DPOC são semelhantes aos para cardiopatia isquêmica, de forma que a comorbidade é comum. O ECG pode detectar hipertrofia ventricular direita, arritmia ou isquemia. A ecocardiografia avalia a suspeita de doença cardíaca ou hipertensão pulmonar.[2]National Institute for Health and Care Excellence. Chronic obstructive pulmonary disease in over 16s: diagnosis and management. Jul 2019 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng115
A OMS especificou um conjunto mínimo de intervenções para o diagnóstico de DPOC na atenção primária.
WHO: package of essential noncommunicable (PEN) disease interventions for primary health care
Opens in new window
A presença de eosinófilos circulatórios elevados prediz um alto risco de exacerbações e uma boa resposta aos efeitos preventivos e terapêuticos dos corticosteroides. A contagem de eosinófilos no sangue pode identificar os pacientes com maior probabilidade de responderem aos corticosteroides inalatórios (CIs).[70]Bafadhel M, Peterson S, De Blas MA, et al. Predictors of exacerbation risk and response to budesonide in patients with chronic obstructive pulmonary disease: a post-hoc analysis of three randomised trials. Lancet Respir Med. 2018 Feb;6(2):117-26.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29331313?tool=bestpractice.com
[71]Harries TH, Rowland V, Corrigan CJ, et al. Blood eosinophil count, a marker of inhaled corticosteroid effectiveness in preventing COPD exacerbations in post-hoc RCT and observational studies: systematic review and meta-analysis. Respir Res. 2020 Jan 3;21(1):3.
https://respiratory-research.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12931-019-1268-7
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31900184?tool=bestpractice.com
[72]Oshagbemi OA, Odiba JO, Daniel A, et al. Absolute blood eosinophil counts to guide inhaled corticosteroids therapy among patients with COPD: systematic review and meta-analysis. Curr Drug Targets. 2019;20(16):1670-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31393244?tool=bestpractice.com
Ela pode prever a efetividade da adição de CIs ao tratamento regular com broncodilatadores de ação prolongada para prevenir exacerbações.[71]Harries TH, Rowland V, Corrigan CJ, et al. Blood eosinophil count, a marker of inhaled corticosteroid effectiveness in preventing COPD exacerbations in post-hoc RCT and observational studies: systematic review and meta-analysis. Respir Res. 2020 Jan 3;21(1):3.
https://respiratory-research.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12931-019-1268-7
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31900184?tool=bestpractice.com
[72]Oshagbemi OA, Odiba JO, Daniel A, et al. Absolute blood eosinophil counts to guide inhaled corticosteroids therapy among patients with COPD: systematic review and meta-analysis. Curr Drug Targets. 2019;20(16):1670-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31393244?tool=bestpractice.com
[73]Pascoe S, Barnes N, Brusselle G, et al. Blood eosinophils and treatment response with triple and dual combination therapy in chronic obstructive pulmonary disease: analysis of the IMPACT trial. Lancet Respir Med. 2019 Sep;7(9):745-56.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31281061?tool=bestpractice.com
Pouco ou nenhum efeito é observado nas contagens de eosinófilos <100 células/microlitro, enquanto o efeito máximo é observado nas contagens de eosinófilos ≥300 células/microlitro.[70]Bafadhel M, Peterson S, De Blas MA, et al. Predictors of exacerbation risk and response to budesonide in patients with chronic obstructive pulmonary disease: a post-hoc analysis of three randomised trials. Lancet Respir Med. 2018 Feb;6(2):117-26.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29331313?tool=bestpractice.com
[74]Cazzola M, Rogliani P, Calzetta L, et al. Triple therapy versus single and dual long-acting bronchodilator therapy in COPD: a systematic review and meta-analysis. Eur Respir J. 2018 Dec 13;52(6):1801586.
https://erj.ersjournals.com/content/52/6/1801586
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30309975?tool=bestpractice.com
Estes limiares indicam valores de corte aproximados que podem ajudar os médicos a predizerem a probabilidade de benefício com o tratamento com CIs.[1]Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global strategy for the diagnosis, management, and prevention of chronic obstructive pulmonary disease: 2024 report. 2024 [internet publication].
https://goldcopd.org/2024-gold-report
Os pacientes com eosinófilos no sangue ≥300 células/microlitro apresentam maior risco de exacerbações após a suspensão do CI.[75]Chapman KR, Hurst JR, Frent SM, et al. Long-term triple therapy de-escalation to indacaterol/glycopyrronium in patients with chronic obstructive pulmonary disease (SUNSET): a randomized, double-blind, triple-dummy clinical trial. Am J Respir Crit Care Med. 2018 Aug 1;198(3):329-39.
https://www.atsjournals.org/doi/10.1164/rccm.201803-0405OC
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29779416?tool=bestpractice.com