Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

Aguda

Grupo A da GOLD: tratamento inicial

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broncodilatador de ação curta ou prolongada

Os pacientes do grupo A da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) são caracterizados por poucos sintomas (Modified British Medical Research Council [mMRC] 0-1 ou Teste de Avaliação da DPOC [CAT] <10) e baixo risco de exacerbações (0-1 exacerbações por ano, não necessitando de hospitalização).[1]

Um broncodilatador de ação curta ou broncodilatador de ação prolongada deve ser oferecido como primeira linha. Os beta-2 agonistas de longa duração (BALDs) e antagonistas muscarínicos de longa duração (LAMAs) são preferidos em relação aos broncodilatadores de ação curta, exceto para pacientes com dispneia ocasional apenas.[1] BALDs e LAMAs melhoram significativamente a função pulmonar, a dispneia e o estado de saúde e reduzem as exacerbações. [ Cochrane Clinical Answers logo ] [Evidência A]​​​​ Os LAMAs têm maior efeito na redução das exacerbações que os BALDs.[100][101]

Se um broncodilatador de ação prolongada for prescrito, deve-se também prescrever um broncodilatador de ação curta como terapia de resgate. O uso regular de broncodilatadores de ação curta não é geralmente recomendado.

Os beta-2 agonistas de ação curta (BACDs) e os antagonistas muscarínicos de ação curta (SAMAs) melhoram a função pulmonar, a dispneia e a qualidade de vida. O ipratrópio, um SAMA, pode ter um pequeno benefício sobre os BACDs na melhoria da qualidade de vida relacionada à saúde.[91]

Os SAMAs devem ser descontinuados caso se prescreva algum LAMA.

Os BACDs incluem o salbutamol. O ipratrópio é um SAMA. Os BALDs incluem o salmeterol, o arformoterol e o olodaterol. Os LAMAs incluem o tiotrópio, o umeclidínio, o aclidínio e o glicopirrônio. [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Opções primárias

BACD

salbutamol por via inalatória: (100 microgramas/dose no inalador) 100-200 microgramas (1-2 puffs) a cada 4-6 horas quando necessário

ou

SAMA

ipratrópio por via inalatória: (20 microgramas/dose no inalador) 40 microgramas (2 puffs) até quatro vezes ao dia quando necessário

ou

BALD

salmeterol por via inalatória: (50 microgramas/dose no inalador) 50 microgramas (1 puff) duas vezes ao dia

ou

BALD

arformoterol por via inalatória: 15 microgramas em nebulização duas vezes ao dia

ou

BALD

olodaterol por via inalatória: (2.5 microgramas/dose no inalador) 5 microgramas (2 aplicações) uma vez ao dia

ou

LAMA

tiotrópio por via inalatória: (18 microgramas/dose no inalador) 18 microgramas (1 cápsula) uma vez ao dia; (2.5 microgramas/dose no inalador) 5 microgramas (2 aplicações) uma vez ao dia

ou

LAMA

umeclidínio por via inalatória: (62.5 microgramas/dose no inalador) 62.5 microgramas (1 puff) uma vez ao dia

ou

LAMA

brometo de aclidínio por via inalatória: (400 microgramas/dose no inalador) 400 microgramas (1 puff) duas vezes ao dia

ou

LAMA

glicopirrônio por via inalatória: (55 microgramas/cápsula) 55 microgramas (1 cápsula) uma vez ao dia

Mais
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cuidados de suporte e aconselhamento

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se encorajar o abandono do hábito de fumar em todos os pacientes, além de se fornecerem orientações sobre como evitar exposições à fumaça de cigarro ambiental ou ocupacional e outros irritantes.[1][2]​​ O abandono do hábito de fumar reduz significativamente a taxa de progressão da DPOC e o risco de neoplasias malignas. Consulte Abandono do hábito de fumar (algoritmo de tratamento).

Dependendo das diretrizes locais, os pacientes devem ser vacinados contra o vírus influenza, Streptococcus pneumoniae, coqueluche (tosse comprida), vírus varicela-zóster (herpes-zóster), vírus sincicial respiratório e doença do coronavírus de 2019 (COVID-19).[1][181]​​ A vacinação contra a gripe está associada a menos exacerbações da DPOC.[182][183] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​ Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA também recomendam a vacina contra tétano/difteria/coqueluche nos indivíduos com DPOC que não foram vacinados na adolescência.[181]

Os pacientes que usam terapias inalatórias devem receber treinamento sobre a técnica do dispositivo inalador. A maioria dos pacientes comete pelo menos um erro ao usar o inalador, e o uso incorreto do inalador está associado a um pior controle da doença.[155][156]​ A demonstração do uso do inalador por um médico, a escolha do dispositivo e a revisão da técnica em consultas subsequentes podem melhorar a técnica de uso do inalador.[158]

Todos os pacientes devem ser muito bem educados sobre a evolução da doença e os sintomas de exacerbação ou descompensação. A expectativa que eles têm da doença, o tratamento e o prognóstico devem ser realistas. Nenhum medicamento demonstrou modificar a diminuição em longo prazo da função pulmonar, e o principal objetivo da farmacoterapia é controlar os sintomas e prevenir as complicações. As instruções sobre autocuidados devem incluir o fornecimento de um plano de ação por escrito. Recomenda-se atividade física para todos os pacientes com DPOC.[1]

Grupo B da GOLD: tratamento inicial

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BALD/LAMA

Os pacientes do grupo B da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) são caracterizados por mais sintomas (Modified British Medical Research Council [mMRC] ≥2 ou Teste de Avaliação da DPOC [CAT] ≥10) e baixo risco de exacerbações (0-1 exacerbações por ano, não necessitando de hospitalização).[1]

Um tratamento combinado de antagonista muscarínico de ação prolongada (LAMA)/beta-2 agonista de longa duração (BALD) pode ser oferecido como terapia de primeira linha na ausência de questões relacionadas a efeitos adversos ou disponibilidade.[1]

Umeclidínio/vilanterol, glicopirrônio/formoterol, tiotrópio/olodaterol e aclidínio/formoterol são combinações de BALD/LAMA aprovadas para o uso na DPOC.[113][227]​​ A combinação umeclidínio/vilanterol diminui o risco de exacerbações nos pacientes com DPOC leve/moderada.[107] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​

Opções primárias

BALD/LAMA

umeclidínio/vilanterol por via inalatória: (62.5/25 microgramas/dose no inalador) 1 puff uma vez ao dia

ou

BALD/LAMA

glicopirrônio/formoterol por via inalatória: (7.2/5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs duas vezes ao dia

ou

BALD/LAMA

tiotrópio/olodaterol por via inalatória: (2.5/2.5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs uma vez ao dia

ou

BALD/LAMA

brometo de aclidínio/formoterol por via inalatória: (400/12 microgramas/dose no inalador) 1 puff duas vezes ao dia

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broncodilatador de curta ação

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se prescrever, para todos os pacientes diagnosticados com DPOC, um broncodilatador de ação curta para alívio imediato dos sintomas.[1] Os beta-2 agonistas de ação curta (BACDs) e os antagonistas muscarínicos de ação curta (SAMAs) melhoram a função pulmonar, a dispneia e a qualidade de vida.

O ipratrópio, um SAMA, pode ter um pequeno benefício sobre os BACDs na melhoria da qualidade de vida relacionada à saúde.[91] Os SAMAs devem ser descontinuados caso se prescreva algum LAMA. Os BACDs incluem o salbutamol.

O uso regular de broncodilatadores de ação curta não é geralmente recomendado. A ausência de resposta ao broncodilatador de ação curta pode significar uma exacerbação aguda.

Opções primárias

salbutamol por via inalatória: (100 microgramas/dose no inalador) 100-200 microgramas (1-2 puffs) a cada 4-6 horas quando necessário

ou

ipratrópio por via inalatória: (20 microgramas/dose no inalador) 40 microgramas (2 puffs) até quatro vezes ao dia quando necessário

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cuidados de suporte e aconselhamento

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se encorajar o abandono do hábito de fumar em todos os pacientes, além de se fornecerem orientações sobre como evitar exposições a fumaças ocupacionais ou de cigarro ambiental ou outros irritantes.[1][2]​​ O abandono do hábito de fumar reduz significativamente a taxa de progressão da DPOC e o risco de neoplasias malignas. Consulte Abandono do hábito de fumar (algoritmo de tratamento).

Dependendo das diretrizes locais, os pacientes devem ser vacinados contra o vírus influenza, Streptococcus pneumoniae, coqueluche (tosse comprida), vírus varicela-zóster (herpes-zóster), vírus sincicial respiratório e doença do coronavírus de 2019 (COVID-19).[1][181]​​ A vacinação contra a gripe está associada a menos exacerbações da DPOC.[182][183] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​ Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA também recomendam a vacina contra tétano/difteria/coqueluche nos indivíduos com DPOC que não foram vacinados na adolescência.[181]

Os pacientes que usam terapias inalatórias devem receber treinamento sobre a técnica do dispositivo inalador. A maioria dos pacientes comete pelo menos um erro ao usar o inalador, e o uso incorreto do inalador está associado a um pior controle da doença.[155][156]​ A demonstração do uso do inalador por um médico, a escolha do dispositivo e a revisão da técnica em consultas subsequentes podem melhorar a técnica de uso do inalador.[158]

Todos os pacientes devem ser muito bem educados sobre a evolução da doença e os sintomas de exacerbação ou descompensação. A expectativa que eles têm da doença, o tratamento e o prognóstico devem ser realistas. Nenhum medicamento demonstrou modificar a diminuição em longo prazo da função pulmonar, e o principal objetivo da farmacoterapia é controlar os sintomas e prevenir as complicações. As instruções sobre autocuidados devem incluir o fornecimento de um plano de ação por escrito. Recomenda-se atividade física para todos os pacientes com DPOC.[1]

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reabilitação pulmonar

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A reabilitação pulmonar engloba exercícios aeróbicos, treinamento de força e educação, devendo ser iniciada precocemente no ciclo da doença.[1][189][190]​​ As diretrizes GOLD recomendam a reabilitação pulmonar para pacientes dos grupos B e E.[1]

A reabilitação pulmonar alivia a dispneia e a fadiga, melhora a função emocional e estimula o senso de controle de maneira moderadamente relevante e clinicamente significativa.[191]

Um grande estudo de coorte realizado nos EUA constatou que o início da reabilitação pulmonar em até 90 dias após a alta hospitalar depois de uma exacerbação aguda de DPOC foi significativamente associado com um risco de mortalidade mais baixo a 1 ano e um número menor de novas hospitalizações a 1 ano.[194][195]​ No entanto, o início da reabilitação pulmonar antes da alta hospitalar pode ser associado a uma taxa mais alta de mortalidade a 12 meses; por isso, não é recomendado.[196]

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2ª linha – 

BALD ou LAMA

Os pacientes do grupo B da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) são caracterizados por mais sintomas (Modified British Medical Research Council [mMRC] ≥2 ou Teste de Avaliação da DPOC [CAT] ≥10) e baixo risco de exacerbações (0-1 exacerbações por ano, não necessitando de hospitalização).[1]

Se houver problemas com efeitos adversos ou disponibilidade, pode ser prescrita terapia com um LAMA ou um BALD.[1]​Neste grupo de pacientes, não há evidências que justifiquem recomendar uma classe de broncodilatadores de ação prolongada em detrimento de outra para o tratamento inicial. A escolha depende da percepção do paciente quanto ao alívio dos sintomas.[1]

BALDs e LAMAs melhoram significativamente a função pulmonar, a dispneia e o estado de saúde e reduzem as exacerbações. [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Os BALDs incluem o salmeterol, o arformoterol e o olodaterol. Os LAMAs incluem o tiotrópio, o umeclidínio, o aclidínio e o glicopirrônio. [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​ A revefenacina é um LAMA nebulizado aprovado para o tratamento de manutenção da DPOC moderada a grave.

Opções primárias

BALD

salmeterol por via inalatória: (50 microgramas/dose no inalador) 50 microgramas (1 puff) duas vezes ao dia

ou

BALD

arformoterol por via inalatória: 15 microgramas em nebulização duas vezes ao dia

ou

BALD

olodaterol por via inalatória: (2.5 microgramas/dose no inalador) 5 microgramas (2 aplicações) uma vez ao dia

ou

LAMA

tiotrópio por via inalatória: (18 microgramas/dose no inalador) 18 microgramas (1 cápsula) uma vez ao dia; (2.5 microgramas/dose no inalador) 5 microgramas (2 aplicações) uma vez ao dia

ou

LAMA

umeclidínio por via inalatória: (62.5 microgramas/dose no inalador) 62.5 microgramas (1 puff) uma vez ao dia

ou

LAMA

brometo de aclidínio por via inalatória: (400 microgramas/dose no inalador) 400 microgramas (1 puff) duas vezes ao dia

ou

LAMA

glicopirrônio por via inalatória: (55 microgramas/cápsula) 55 microgramas (1 cápsula) uma vez ao dia

Mais

ou

LAMA

revefenacina por via inalatória: 175 microgramas em nebulização uma vez ao dia

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broncodilatador de curta ação

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se prescrever, para todos os pacientes diagnosticados com DPOC, um broncodilatador de ação curta para alívio imediato dos sintomas.[1] Os beta-2 agonistas de ação curta (BACDs) e os antagonistas muscarínicos de ação curta (SAMAs) melhoram a função pulmonar, a dispneia e a qualidade de vida.

O ipratrópio, um SAMA, pode ter um pequeno benefício sobre os BACDs na melhoria da qualidade de vida relacionada à saúde.[91] Os SAMAs devem ser descontinuados caso se prescreva algum LAMA. Os BACDs incluem o salbutamol.

O uso regular de broncodilatadores de ação curta não é geralmente recomendado. A ausência de resposta ao broncodilatador de ação curta pode significar uma exacerbação aguda.

Opções primárias

salbutamol por via inalatória: (100 microgramas/dose no inalador) 100-200 microgramas (1-2 puffs) a cada 4-6 horas quando necessário

ou

ipratrópio por via inalatória: (20 microgramas/dose no inalador) 40 microgramas (2 puffs) até quatro vezes ao dia quando necessário

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cuidados de suporte e aconselhamento

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se encorajar o abandono do hábito de fumar em todos os pacientes, além de se fornecerem orientações sobre como evitar exposições a fumaças ocupacionais ou de cigarro ambiental ou outros irritantes.[1][2]​​ O abandono do hábito de fumar reduz significativamente a taxa de progressão da DPOC e o risco de neoplasias malignas. Consulte Abandono do hábito de fumar (algoritmo de tratamento).

Dependendo das diretrizes locais, os pacientes devem ser vacinados contra o vírus da gripe (influenza), Streptococcus pneumoniae, coqueluche (tosse comprida), vírus varicela-zóster (herpes-zóster), vírus sincicial respiratório e doença do coronavírus de 2019 (COVID-19).[1][181]​​​​ A vacinação contra gripe está associada a menos exacerbações da DPOC.[182][183] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​​​ O CDC também recomenda a vacina contra tétano/difteria/coqueluche nos indivíduos com DPOC que não foram vacinados na adolescência.[181]

Os pacientes que usam terapias inalatórias devem receber treinamento sobre a técnica do dispositivo inalador. A maioria dos pacientes comete pelo menos um erro ao usar o inalador, e o uso incorreto do inalador está associado a um pior controle da doença.[155][156]​ A demonstração do uso do inalador por um médico, a escolha do dispositivo e a revisão da técnica em consultas subsequentes podem melhorar a técnica de uso do inalador.[158]

Todos os pacientes devem ser muito bem educados sobre a evolução da doença e os sintomas de exacerbação ou descompensação. A expectativa que eles têm da doença, o tratamento e o prognóstico devem ser realistas. Nenhum medicamento demonstrou modificar a diminuição em longo prazo da função pulmonar, e o principal objetivo da farmacoterapia é controlar os sintomas e prevenir as complicações. As instruções sobre autocuidados devem incluir o fornecimento de um plano de ação por escrito. Recomenda-se atividade física para todos os pacientes com DPOC.[1]

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reabilitação pulmonar

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A reabilitação pulmonar engloba exercícios aeróbicos, treinamento de força e educação, devendo ser iniciada precocemente no ciclo da doença.[1][189][190]​ As diretrizes GOLD recomendam a reabilitação pulmonar para pacientes dos grupos B e E.[1]

A reabilitação pulmonar alivia a dispneia e a fadiga, melhora a função emocional e estimula o senso de controle de maneira moderadamente relevante e clinicamente significativa.[191]

Um grande estudo de coorte realizado nos EUA constatou que o início da reabilitação pulmonar em até 90 dias após a alta hospitalar depois de uma exacerbação aguda de DPOC foi significativamente associado com um risco de mortalidade mais baixo a 1 ano e um número menor de novas hospitalizações a 1 ano.[194][195]​ No entanto, o início da reabilitação pulmonar antes da alta hospitalar pode ser associado a uma taxa mais alta de mortalidade a 12 meses; por isso, não é recomendado.[196]

Grupo E da GOLD: tratamento inicial

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BALD/LAMA ou BALD/LAMA/CI

Os pacientes do grupo E da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) são caracterizados por um alto risco de exacerbações (≥2 exacerbações por ano, ou ≥1 necessitando de hospitalização) e qualquer nível de sintomas.[1]

A GOLD recomenda iniciar a terapia com uma combinação de beta-2 agonista de longa duração (BALD)/antagonista muscarínico de ação prolongada (LAMA).[1]

A adição de um corticosteroide inalatório (CI) a uma combinação BALD/LAMA pode ser considerada se a contagem de eosinófilos no sangue do paciente for ≥300 células/microlitro.[1] O efeito dos esquemas de tratamento que contêm CI é mais elevado nos pacientes com maior risco de exacerbações (duas ou mais exacerbações e/ou uma hospitalização por exacerbação no ano anterior).[84][86][113]​​ A contagem de eosinófilos no sangue pode prever a eficácia da adição de corticosteroides inalatórios ao tratamento regular com broncodilatadores de ação prolongada para prevenir exacerbações.[71][72][73]​​ Pouco ou nenhum efeito é observado nas contagens de eosinófilos <100 células/microlitro, enquanto o efeito máximo é observado nas contagens de eosinófilos >300 células/microlitro.[70][74]​​ Estes limiares indicam valores de corte aproximados que podem ajudar os médicos a predizerem a probabilidade de benefício com o tratamento.[1] O uso de CI também reduz a taxa de queda da função pulmonar após exacerbação em pacientes com DPOC leve a moderada e eosinófilos sanguíneos elevados.[128] Ex-fumantes respondem melhor a corticosteroides do que fumantes atuais com qualquer contagem de eosinófilos.[73] Tanto fumantes atuais como ex-fumantes com DPOC podem se beneficiar dos CI em termos de função pulmonar e taxas de exacerbação, embora o efeito seja melhor para os fumantes atuais ou compulsivos, comparados com ex-fumantes ou fumantes leves.[86][114]

O CI aumenta o risco de desenvolver pneumonia em alguns pacientes, portanto, só deve ser usado como terapia inicial após os possíveis riscos e benefícios clínicos terem sido avaliados.

Umeclidínio/vilanterol, glicopirrônio/formoterol, tiotrópio/olodaterol e aclidínio/formoterol são combinações de BALD/LAMA aprovadas para o uso na DPOC.[113][227]​ A combinação umeclidínio/vilanterol diminui o risco de exacerbações nos pacientes com DPOC leve/moderada.[107] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Fluticasona/umeclidínio/vilanterol (uma combinação BALDA/LAMA/CI) está disponível como um inalador de combinação proprietário.

Opções primárias

BALD/LAMA

umeclidínio/vilanterol por via inalatória: (62.5/25 microgramas/dose no inalador) 1 puff uma vez ao dia

ou

BALD/LAMA

glicopirrônio/formoterol por via inalatória: (7.2/5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs duas vezes ao dia

ou

BALD/LAMA

tiotrópio/olodaterol por via inalatória: (2.5/2.5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs uma vez ao dia

ou

BALD/LAMA

brometo de aclidínio/formoterol por via inalatória: (400/12 microgramas/dose no inalador) 1 puff duas vezes ao dia

Opções secundárias

BALD/LAMA/CI

furoato de fluticasona/umeclidínio/vilanterol por via inalatória: (92/55/22 microgramas/dose no inalador) 1 puff uma vez ao dia

Mais

ou

BALD/LAMA/CI

furoato de fluticasona/vilanterol por via inalatória: (100/25 microgramas/dose no inalador) 1 puff uma vez ao dia

ou

propionato de fluticasona/salmeterol por via inalatória: (250/50 microgramas/dose no inalador) 1 puff duas vezes ao dia

ou

budesonida/formoterol por via inalatória: (160/4.5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs duas vezes ao dia

ou

mometasona/formoterol por via inalatória: (100/5 microgramas/dose no inalador; 200/5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs duas vezes ao dia

--E--

tiotrópio por via inalatória: (18 microgramas/dose no inalador) 18 microgramas (1 cápsula) uma vez ao dia; (2.5 microgramas/dose no inalador) 5 microgramas (2 aplicações) uma vez ao dia

ou

umeclidínio por via inalatória: (62.5 microgramas/dose no inalador) 62.5 microgramas (1 puff) uma vez ao dia

ou

brometo de aclidínio por via inalatória: (400 microgramas/dose no inalador) 400 microgramas (1 puff) duas vezes ao dia

ou

glicopirrônio por via inalatória: (55 microgramas/cápsula) 55 microgramas (1 cápsula) uma vez ao dia

Mais
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broncodilatador de curta ação

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se prescrever, para todos os pacientes diagnosticados com DPOC, um broncodilatador de ação curta para alívio imediato dos sintomas.[1] Os beta-2 agonistas de ação curta (BACDs) e os antagonistas muscarínicos de ação curta (SAMAs) melhoram a função pulmonar, a dispneia e a qualidade de vida.[91]

O ipratrópio, um SAMA, pode ter um pequeno benefício sobre os BACDs na melhoria da qualidade de vida relacionada à saúde.[91] Os SAMAs devem ser descontinuados caso se prescreva algum LAMA. Os BACDs incluem o salbutamol.

O uso regular de broncodilatadores de ação curta não é geralmente recomendado. A ausência de resposta ao broncodilatador de ação curta pode significar uma exacerbação aguda.

Opções primárias

salbutamol por via inalatória: (100 microgramas/dose no inalador) 100-200 microgramas (1-2 puffs) a cada 4-6 horas quando necessário

ou

ipratrópio por via inalatória: (20 microgramas/dose no inalador) 40 microgramas (2 puffs) até quatro vezes ao dia quando necessário

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cuidados de suporte e aconselhamento

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se encorajar o abandono do hábito de fumar em todos os pacientes, além de se fornecerem orientações sobre como evitar exposições a fumaças ocupacionais ou de cigarro ambiental ou outros irritantes.[1][2]​​ O abandono do hábito de fumar reduz significativamente a taxa de progressão da DPOC e o risco de neoplasias malignas. Consulte Abandono do hábito de fumar (algoritmo de tratamento).

Dependendo das diretrizes locais, os pacientes devem ser vacinados contra o vírus da gripe (influenza), Streptococcus pneumoniae, coqueluche (tosse comprida), vírus varicela-zóster (herpes-zóster), vírus sincicial respiratório e doença do coronavírus de 2019 (COVID-19).[1][181]​​ A vacinação contra a gripe está associada a menos exacerbações da DPOC.[182][183] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​ Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA também recomendam a vacina contra tétano/difteria/coqueluche nos indivíduos com DPOC que não foram vacinados na adolescência.[181]

Os pacientes que usam terapias inalatórias devem receber treinamento sobre a técnica do dispositivo inalador. A maioria dos pacientes comete pelo menos um erro ao usar o inalador, e o uso incorreto do inalador está associado a um pior controle da doença.[155][156]​ A demonstração do uso do inalador por um médico, a escolha do dispositivo e a revisão da técnica em consultas subsequentes podem melhorar a técnica de uso do inalador.[158]

Todos os pacientes devem ser muito bem educados sobre a evolução da doença e os sintomas de exacerbação ou descompensação. A expectativa que eles têm da doença, o tratamento e o prognóstico devem ser realistas. Nenhum medicamento demonstrou modificar a diminuição em longo prazo da função pulmonar, e o principal objetivo da farmacoterapia é controlar os sintomas e prevenir as complicações. As instruções sobre autocuidados devem incluir o fornecimento de um plano de ação por escrito. Recomenda-se atividade física para todos os pacientes com DPOC.[1]

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reabilitação pulmonar

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A reabilitação pulmonar engloba exercícios aeróbicos, treinamento de força e educação, devendo ser iniciada precocemente no ciclo da doença.[1][189][190]​​ As diretrizes GOLD recomendam a reabilitação pulmonar para pacientes dos grupos B e E.[1]

A reabilitação pulmonar alivia a dispneia e a fadiga, melhora a função emocional e estimula o senso de controle de maneira moderadamente relevante e clinicamente significativa.[191]

Um grande estudo de coorte realizado nos EUA constatou que o início da reabilitação pulmonar em até 90 dias após a alta hospitalar depois de uma exacerbação aguda de DPOC foi significativamente associado com um risco de mortalidade mais baixo a 1 ano e um número menor de novas hospitalizações a 1 ano.[194][195]​ No entanto, o início da reabilitação pulmonar antes da alta hospitalar pode ser associado a uma taxa mais alta de mortalidade a 12 meses; por isso, não é recomendado.[196]

Contínua

Grupo A, B ou E da GOLD: dispneia persistente/limitação da atividade física após a terapia inicial

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1ª linha – 

BALD/LAMA

Os pacientes do grupo A da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) são caracterizados por poucos sintomas (Modified British Medical Research Council [mMRC] 0-1 ou Teste de Avaliação da DPOC [CAT] <10) e baixo risco de exacerbações (0-1 exacerbações por ano, não necessitando de hospitalização); os do grupo B são caracterizados por mais sintomas (mMRC ≥2 ou CAT ≥10) e baixo risco de exacerbações (0-1 exacerbações por ano, não necessitando de hospitalização); e os do grupo E por um alto risco de exacerbações (≥2 exacerbações por ano, ou ≥1 necessitando de hospitalização) e qualquer nível de sintomas.[1]

A GOLD aconselha que, se o paciente apresentar sintomas e exacerbações persistentes após a terapia inicial, os médicos sigam a via de tratamento para exacerbações persistentes.[1]

Os pacientes com dispneia persistente/limitação da atividade física que fazem uso de beta-2 agonista de longa duração (BALD) ou antagonista muscarínico de ação prolongada (LAMA) isolado devem trocar para a terapia broncodilatadora de ação prolongada dupla com uma combinação de BALD/LAMA. Se os sintomas não melhorarem, pode-se considerar mudar o inalador ou as moléculas.[1]

A combinação BALD/LAMA pode fornecer um melhor efeito terapêutico sem aumentar os efeitos adversos de cada classe.[99][103][104][105][106]​​​ Revisões sistemáticas e metanálises constataram que a terapia combinada com um BALD/LAMA:

reduz as exacerbações em comparação com a monoterapia

está associada a uma melhora clinicamente significativa na função pulmonar e na qualidade de vida relacionada à saúde nos pacientes com DPOC leve/moderada, em comparação com placebo[107] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

melhora o VEF₁ e reduz ligeiramente o risco de pneumonia nos pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica estável, mas aumenta as chances de morte por todas as causas de 1% para 1.4%.[108] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

A dispneia por outras causas deve ser considerada, investigada e tratada. A técnica de inalação e a adesão também devem ser reavaliadas, pois podem levar a uma resposta inadequada ao tratamento.

Opções primárias

BALD/LAMA

umeclidínio/vilanterol por via inalatória: (62.5/25 microgramas/dose no inalador) 1 puff uma vez ao dia

ou

BALD/LAMA

glicopirrônio/formoterol por via inalatória: (7.2/5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs duas vezes ao dia

ou

BALD/LAMA

tiotrópio/olodaterol por via inalatória: (2.5/2.5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs uma vez ao dia

ou

BALD/LAMA

brometo de aclidínio/formoterol por via inalatória: (400/12 microgramas/dose no inalador) 1 puff duas vezes ao dia

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associado a – 

broncodilatador de curta ação

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se prescrever, para todos os pacientes diagnosticados com DPOC, um broncodilatador de ação curta para alívio imediato dos sintomas.[1]

Os beta-2 agonistas de ação curta (BACDs) e os antagonistas muscarínicos de ação curta (SAMAs) melhoram a função pulmonar, a dispneia e a qualidade de vida.[91]

O uso regular de broncodilatadores de ação curta não é geralmente recomendado. A ausência de resposta ao broncodilatador de ação curta pode significar uma exacerbação aguda.

SAMAs não devem ser prescritos com um LAMA. Os BACDs incluem o salbutamol.

Opções primárias

salbutamol por via inalatória: (100 microgramas/dose no inalador) 100-200 microgramas (1-2 puffs) a cada 4-6 horas quando necessário

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associado a – 

cuidados de suporte e aconselhamento

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se encorajar o abandono do hábito de fumar em todos os pacientes, além de se fornecerem orientações sobre como evitar exposições a fumaças ocupacionais ou de cigarro ambiental ou outros irritantes.[1][2]​​ O abandono do hábito de fumar reduz significativamente a taxa de progressão da DPOC e o risco de neoplasias malignas. Consulte Abandono do hábito de fumar (algoritmo de tratamento).

Dependendo das diretrizes locais, os pacientes devem ser vacinados contra o vírus influenza, Streptococcus pneumoniae, coqueluche (tosse comprida), vírus varicela-zóster (herpes-zóster), vírus sincicial respiratório e doença do coronavírus de 2019 (COVID-19).[1][181]​​ A vacinação contra a gripe está associada a menos exacerbações da DPOC.[182][183] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​ Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA também recomendam a vacina contra tétano/difteria/coqueluche nos indivíduos com DPOC que não foram vacinados na adolescência.[181]

Os pacientes que usam terapias inalatórias devem receber treinamento sobre a técnica do dispositivo inalador. A maioria dos pacientes comete pelo menos um erro ao usar o inalador, e o uso incorreto do inalador está associado a um pior controle da doença.[155][156]​ A demonstração do uso do inalador por um médico, a escolha do dispositivo e a revisão da técnica em consultas subsequentes podem melhorar a técnica de uso do inalador.[158]

Todos os pacientes devem ser muito bem educados sobre a evolução da doença e os sintomas de exacerbação ou descompensação. A expectativa que eles têm da doença, o tratamento e o prognóstico devem ser realistas. Nenhum medicamento demonstrou modificar a diminuição em longo prazo da função pulmonar, e o principal objetivo da farmacoterapia é controlar os sintomas e prevenir as complicações. As instruções sobre autocuidados devem incluir o fornecimento de um plano de ação por escrito. Recomenda-se atividade física para todos os pacientes com DPOC.[1]

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reabilitação pulmonar

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A reabilitação pulmonar engloba exercícios aeróbicos, treinamento de força e educação, devendo ser iniciada precocemente no ciclo da doença.[1][189][190]​​ As diretrizes GOLD recomendam a reabilitação pulmonar para pacientes dos grupos B e E.[1]

A reabilitação pulmonar alivia a dispneia e a fadiga, melhora a função emocional e estimula o senso de controle de maneira moderadamente relevante e clinicamente significativa.[191]

Um grande estudo de coorte realizado nos EUA constatou que o início da reabilitação pulmonar em até 90 dias após a alta hospitalar depois de uma exacerbação aguda de DPOC foi significativamente associado com um risco de mortalidade mais baixo a 1 ano e um número menor de novas hospitalizações a 1 ano.[194][195]​ No entanto, o início da reabilitação pulmonar antes da alta hospitalar pode ser associado a uma taxa mais alta de mortalidade a 12 meses; por isso, não é recomendado.[196]

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oxigenoterapia e/ou suporte ventilatório

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

As diretrizes da GOLD recomendam oxigenoterapia de longa duração nos pacientes estáveis que tenham: PaO₂ ≤7,3 kPa (55 mmHg) ou SaO₂ ≤88%, com ou sem hipercapnia confirmada duas vezes em um período de 3 semanas; ou PaO₂ entre 7.3 kPa (55 mmHg) e 8.0 kPa (60 mmHg) ou SaO₂ de 88%, se houver evidência de hipertensão pulmonar, edema periférico sugerindo insuficiência cardíaca congestiva ou policitemia (hematócrito >55%).[1]

As diretrizes da American Thoracic Society (ATS) recomendam a prescrição de oxigenoterapia em longo prazo por pelo menos 15 horas por dia nos adultos com DPOC que tiverem hipoxemia crônica grave ao repouso. A ATS define a hipoxemia grave como: PaO₂ ≤7.3 kPa (55 mmHg) ou saturação de oxigênio medida por oximetria de pulso (SpO₂) ≤88%; ou PaO₂ 7.5 a 7.9 kPa (56-59 mmHg) ou SpO₂ de 89% mais um dos seguintes: edema, hematócrito ≥55%, ou P pulmonale em um ECG.[204]

Para os pacientes com prescrição de oxigenoterapia doméstica, a ATS recomenda que o paciente e seus cuidadores recebam instruções e treinamento sobre o uso e a manutenção de todos os equipamentos de oxigênio e informações sobre segurança em relação ao oxigênio, como o abandono do hábito de fumar, a prevenção de incêndios e o risco de tropeços.[204]

O oxigênio suplementar deve ser ajustado para atingir uma SaO₂ ≥90%.[1] O paciente deve ser reavaliado após 60-90 dias para determinar se o oxigênio ainda é indicado e terapêutico.[1] Entre as diferentes modalidades terapêuticas para DPOC, os únicos dois fatores que melhoram a sobrevida são o abandono do hábito de fumar e a suplementação de oxigênio.

A oxigenoterapia ajuda a minimizar a hipertensão pulmonar diminuindo a pressão arterial pulmonar; ela aumenta a tolerância aos exercícios e a qualidade de vida. Há relatos de que ela melhore a sobrevida.[1][61]

A ATS sugere prescrever oxigênio ao movimento (fornecimento de oxigênio durante o exercício ou atividades da vida diária) para os adultos com DPOC que apresentem hipoxemia grave por esforço.[204] No entanto, a ATS não recomenda a prescrição de oxigenoterapia em longo prazo para adultos com DPOC que apresentem hipoxemia moderada crônica em repouso (SpO₂ de 89%-93%).[204]

Para os pacientes com DPOC e apneia obstrutiva do sono, o suporte ventilatório com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) pode melhorar a sobrevida e reduzir as internações hospitalares.[1][67]​ A ventilação não invasiva é usada ocasionalmente nos pacientes com DPOC muito grave, porém estável, embora os melhores critérios para seleção dos candidatos não estejam claros.[1][208]

As diretrizes da ATS sugerem o uso de VNI noturna em associação com os cuidados habituais para os pacientes com DPOC crônica estável hipercápnica.[211] A European Respiratory Society e a Canadian Thoracic Society emitiram orientações similares.[212][213]

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mucolítico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os pacientes com fenótipo de bronquite crônica da DPOC geralmente produzem escarro espesso com frequência. Os agentes mucolíticos proporcionam uma pequena redução na frequência das exacerbações agudas e no número de dias de incapacidade por mês, mas não melhoram a função pulmonar nem a qualidade de vida.[186] Uma metanálise de comparação da erdosteína, carbocisteína e acetilcisteína concluiu que a erdosteína apresentava o perfil de segurança e eficácia mais favorável. A erdosteína reduziu o risco de hospitalização por uma exacerbação aguda, e a erdosteína e a acetilcisteína reduziram a duração da exacerbação aguda.[187] A erdosteína é, portanto, a opção de escolha nos países onde está disponível. Outra metanálise constatou que a acetilcisteína reduziu significativamente a frequência das exacerbações em comparação com placebo, sem aumentar o risco de efeitos adversos. Os autores concluíram que 3 meses de tratamento com dose baixa foram eficazes.[188] O tratamento com agentes mucolíticos, como carbocisteína e acetilcisteína, pode reduzir as exacerbações e melhorar levemente o estado de saúde em pacientes que não fazem uso de CIs.[1] No entanto, a erdosteína pode ter um efeito significativo sobre as exacerbações leves, independentemente de o paciente usar ou não corticosteroides inalatórios.[1]

Opções primárias

erdosteína: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

ou

acetilcisteína: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

ou

carbocisteína: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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teofilina

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A teofilina (um agente metilxantina) não é comumente usada em decorrência da sua potência limitada, janela terapêutica estreita, perfil de risco elevado e frequentes interações medicamentosas. A teofilina tem efeitos modestos sobre a função pulmonar na DPOC moderada a grave.[144] Um grande ensaio clínico randomizado e controlado não encontrou efeitos da teofilina oral isolada ou associada a prednisolona sobre as exacerbações da DPOC grave.[145] Os especialistas podem prescrever teofilina quando o paciente já tiver esgotado as opções de terapias inalatórias. A toxicidade está relacionada à dose. A teofilina não é recomendada a menos que outros tratamentos com broncodilatadores no longo prazo não estejam disponíveis ou sejam inacessíveis.[1]

Opções primárias

teofilina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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intervenção broncoscópica ou cirurgia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

As intervenções cirúrgicas são o último passo no tratamento da DPOC e incluem bulectomia, cirurgia redutora de volume pulmonar e transplante de pulmão.[214][215] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​ Elas são usadas para melhorar a dinâmica pulmonar, a adesão a exercícios físicos e a qualidade de vida.[215] A cirurgia redutora do volume pulmonar é indicada para pacientes com limitação muito grave do fluxo aéreo e, especialmente, em pacientes com doença localizada no lobo superior e capacidade para exercícios abaixo do normal.[214] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​ Uma metanálise constatou um aumento do risco de mortalidade precoce em pacientes submetidos a cirurgia redutora do volume pulmonar, em comparação com o padrão de assistência; no entanto, nenhuma diferença significativa foi observada na mortalidade geral.[216] A bulectomia é uma opção para os pacientes de DPOC com dispneia nos quais a TC revelar bolhas grandes ocupando ao menos 30% do hemitórax. Um status funcionais gravemente comprometido e uma diminuição grave do VEF₁ (<500 mL) tornam estas opções menos favoráveis. A inserção de válvulas endobrônquicas pode produzir melhoras clinicamente significativas em pacientes com DPOC adequadamente selecionados.[216][217][218]​ O procedimento pode ser mais benéfico nos pacientes cuja dispneia decorrer principalmente da hiperinsuflação e do aprisionamento de ar nos espaços aéreos distais dos bronquíolos terminais, o que se manifesta como enfisema com volume residual acentuadamente aumentado. As contraindicações incluem infecção pulmonar ativa e fissuras lobares incompletas (<80%).[219] Os eventos adversos mais comuns associados com a inserção da valva endobrônquica são pneumotórax e exacerbação.[216]

Os critérios de encaminhamento para transplante de pulmão incluem:[220]

Escore Body mass index, airflow Obstruction, Dyspnoea, and Exercise (BODE) de 5-6 com fatores adicionais que sugiram aumento do risco de mortalidade: exacerbações agudas frequentes, aumento no índice BODE >1 nos últimos 24 meses, diâmetro da artéria pulmonar para a aorta >1 à TC e/ou VEF₁ de 20% a 25% do predito.

Deterioração clínica apesar de tratamento máximo, incluindo medicação, reabilitação pulmonar, oxigenoterapia e, conforme adequada, ventilação não invasiva com pressão positiva noturna.

Má qualidade de vida, inaceitável para o paciente.

Para paciente candidato a redução do volume pulmonar (RVP) cirúrgica ou broncoscópica, o encaminhamento simultâneo para transplante de pulmão e avaliação para CRVP é adequado.

[ Índice BODE para predição de sobrevida na DPOC Opens in new window ]

O transplante pulmonar demonstrou aumentar a qualidade de vida e a capacidade funcional.[215] No entanto, o transplante pulmonar parece não conferir um benefício de sobrevida.[221]

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cuidados paliativos

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Terapias paliativas para melhorar os sintomas de dispneia, oferecer suporte nutricional, tratar a ansiedade e a depressão e reduzir a fadiga podem beneficiar pacientes com DPOC que apresentem esses sintomas apesar da terapia medicamentosa ideal. Cuidados no final da vida e internações em hospices devem ser considerados para pacientes com doença muito avançada. Os pacientes e famílias devem ser muito bem educados sobre o processo, e sugere-se que esse assunto seja discutido precocemente durante a evolução da doença antes do desenvolvimento de insuficiência respiratória aguda.[1][222]​ Analgésicos opioides, ventilação, estimulação elétrica neuromuscular e vibração da parede torácica podem aliviar a dispneia.[1] Um estudo sugeriu que baixas doses de um analgésico opioide e de um benzodiazepínico são seguras e não estão associadas a aumento das internações hospitalares ou da mortalidade.[223] Outro estudo revelou que a morfina oral de liberação sustentada regular, em baixa dosagem, por 4 semanas, melhorou o estado de saúde específico da doença em pacientes com DPOC e dispneia refratária.[224]

Uma revisão Cochrane concluiu não haver nenhuma evidência contra ou a favor dos benzodiazepínicos para o alívio da dispneia em pacientes com câncer avançado e DPOC.[225]

A acupuntura e a acupressão também podem melhorar a dispneia e a qualidade de vida em pacientes com DPOC avançada.[226]

Grupo A, B ou E da GOLD: exacerbações persistentes após a terapia inicial

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1ª linha – 

BALD/LAMA ou BALD/LAMA/CI

Os pacientes do grupo A da Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) são caracterizados por poucos sintomas (Modified British Medical Research Council [mMRC] 0-1 ou Teste de Avaliação da DPOC [CAT] <10) e baixo risco de exacerbações (0-1 exacerbações por ano, não necessitando de hospitalização); os do grupo B são caracterizados por mais sintomas (mMRC ≥2 ou CAT ≥10) e baixo risco de exacerbações (0-1 exacerbações por ano, não necessitando de hospitalização); e os do grupo E por um alto risco de exacerbações (≥2 exacerbações por ano, ou ≥1 necessitando de hospitalização) e qualquer nível de sintomas.[1]

Os pacientes que fizerem uso de um beta-2 agonista de longa duração (BALD) ou um antagonista muscarínico de ação prolongada (LAMA) isolado e que apresentarem exacerbações persistentes devem aumentar a terapia para BALD/LAMA.

A contagem de eosinófilos no sangue pode identificar os pacientes com maior probabilidade de responderem aos corticosteroides inalatórios (CIs).[70][71][72]​ O uso de CIs também reduz a taxa de queda da função pulmonar após as exacerbações nos pacientes com DPOC leve a moderada e eosinófilos sanguíneos elevados.[128] Ex-fumantes respondem melhor a corticosteroides do que fumantes atuais com qualquer contagem de eosinófilos.[73]

O escalonamento para terapia tripla com BALD/LAMA/CI pode ser considerado para os pacientes em monoterapia com broncodilatador de ação prolongada se a contagem de eosinófilos periféricos for ≥300 células/microlitro. É improvável que o CI seja benéfico nos pacientes cuja contagem de eosinófilos no sangue for <100 células/microlitro.[1]

Pacientes que tomam BALD/LAMA que apresentarem exacerbações persistentes e cujos eosinófilos no sangue forem ≥100 células/microlitro devem escalar para BALD/LAMA/CI.[1] Vários estudos respaldam a terapia tríplice com BALDs/LAMAs/CIs como sendo superior à terapia com um ou dois agentes, com BALD/LAMA ou LABA/CI, em relação à taxa de exacerbações moderadas a graves da DPOC e à taxa de hospitalização.[74][82][83][84][85][86][87][88]​​[89]​​ Um ensaio clínico randomizado e controlado relatou uma redução na mortalidade por todas as causas nos pacientes com risco de exacerbação que tomam furoato de fluticasona/umeclidínio/vilanterol, comparados com umeclidínio/vilanterol.[129] Outro ensaio clínico randomizado controlado apresentou achados similares em termos de mortalidade no braço de terapia tripla (budesonida/glicopirrônio/formoterol), mas apenas com a dose mais alta de CI.[89][130]​​ Em ambos os estudos, não houve diferenças na mortalidade, em comparação com BALD/CI.[89][129][130]​​ Uma análise post-hoc combinada de três ensaios clínicos de terapia tripla em pacientes com DPOC e limitação grave do fluxo aéreo e uma história de exacerbações mostrou uma tendência não significativa de redução da mortalidade com a terapia tripla, comparada aos tratamentos sem CI.[131] Esses resultados são reforçados por achados de uma metanálise de mais de 200 estudos: a terapia tripla proporcionou uma redução significativa na mortalidade, em comparação com a terapia dupla, embora tenha sido associada a aumento do risco de pneumonia. Nenhuma diferença foi observada entre os esquemas na função pulmonar ou na qualidade de vida relacionada com a saúde.[132]

As diretrizes da American Thoracic Society recomendam o uso de BALD/LAMA/CI nos pacientes que tenham apresentado uma ou mais exacerbações com necessidade de corticosteroides orais, antibióticos ou hospitalização no último ano, e que tenham sintomas de dispneia ou redução da tolerância ao exercício apesar de terapia dupla com BALD/LAMA.[90] As diretrizes do Reino Unido recomendam o uso de BALD/LAMA/CI nos pacientes com exacerbação que exija hospitalização, ou duas exacerbações moderadas dentro de um ano apesar de uma terapia dupla com BALD/LAMA.[2]

A combinação BALD/CI não é recomendada pela GOLD. No entanto, se um paciente com DPOC e sem características de asma tiver recebido este tratamento e estiver bem controlado, ele pode continuar com BALD/CI. Se os pacientes tiverem mais exacerbações, ele devem passar para a terapia tripla, com a adição de um LAMA. Se tiverem sintomas importantes, os pacientes podem passar para BALD/LAMA. Os pacientes com eosinófilos no sangue ≥300 células/microlitro apresentam maior risco de exacerbações após a suspensão do CI.[75]

Opções primárias

BALD/LAMA

umeclidínio/vilanterol por via inalatória: (62.5/25 microgramas/dose no inalador) 1 puff uma vez ao dia

ou

BALD/LAMA

glicopirrônio/formoterol por via inalatória: (7.2/5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs duas vezes ao dia

ou

BALD/LAMA

tiotrópio/olodaterol por via inalatória: (2.5/2.5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs uma vez ao dia

ou

BALD/LAMA

brometo de aclidínio/formoterol por via inalatória: (400/12 microgramas/dose no inalador) 1 puff duas vezes ao dia

ou

BALD/LAMA/CI

furoato de fluticasona/umeclidínio/vilanterol por via inalatória: (92/55/22 microgramas/dose no inalador) 1 puff uma vez ao dia

Mais

ou

BALD/LAMA/CI

furoato de fluticasona/vilanterol por via inalatória: (100/25 microgramas/dose no inalador) 1 puff uma vez ao dia

ou

propionato de fluticasona/salmeterol por via inalatória: (250/50 microgramas/dose no inalador) 1 puff duas vezes ao dia

ou

budesonida/formoterol por via inalatória: (160/4.5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs duas vezes ao dia

ou

mometasona/formoterol por via inalatória: (100/5 microgramas/dose no inalador; 200/5 microgramas/dose no inalador) 2 puffs duas vezes ao dia

--E--

tiotrópio por via inalatória: (18 microgramas/dose no inalador) 18 microgramas (1 cápsula) uma vez ao dia; (2.5 microgramas/dose no inalador) 5 microgramas (2 aplicações) uma vez ao dia

ou

umeclidínio por via inalatória: (62.5 microgramas/dose no inalador) 62.5 microgramas (1 puff) uma vez ao dia

ou

brometo de aclidínio por via inalatória: (400 microgramas/dose no inalador) 400 microgramas (1 puff) duas vezes ao dia

ou

glicopirrônio por via inalatória: (55 microgramas/cápsula) 55 microgramas (1 cápsula) uma vez ao dia

Mais
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associado a – 

broncodilatador de curta ação

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se prescrever, para todos os pacientes diagnosticados com DPOC, um broncodilatador de ação curta para alívio imediato dos sintomas.[1]

Os beta-2 agonistas de ação curta (BACDs) e os antagonistas muscarínicos de ação curta (SAMAs) melhoram a função pulmonar, a dispneia e a qualidade de vida.[91] O ipratrópio, um SAMA, pode ter um pequeno benefício sobre os BACDs na melhoria da qualidade de vida relacionada à saúde.[91] Os SAMAs devem ser descontinuados caso se prescreva algum LAMA. Os BACDs incluem o salbutamol.

O uso regular de broncodilatadores de ação curta não é geralmente recomendado. A ausência de resposta ao broncodilatador de ação curta pode significar uma exacerbação aguda.

Opções primárias

salbutamol por via inalatória: (100 microgramas/dose no inalador) 100-200 microgramas (1-2 puffs) a cada 4-6 horas quando necessário

ou

ipratrópio por via inalatória: (20 microgramas/dose no inalador) 40 microgramas (2 puffs) até quatro vezes ao dia quando necessário

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associado a – 

cuidados de suporte e aconselhamento

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve-se encorajar o abandono do hábito de fumar em todos os pacientes, além de se fornecerem orientações sobre como evitar exposições a fumaças ocupacionais ou de cigarro ambiental ou outros irritantes.[1][2]​​ O abandono do hábito de fumar reduz significativamente a taxa de progressão da DPOC e o risco de neoplasias malignas. Consulte Abandono do hábito de fumar (algoritmo de tratamento).

Dependendo das diretrizes locais, os pacientes devem ser vacinados contra o vírus influenza, Streptococcus pneumoniae, coqueluche (tosse comprida), vírus varicela-zóster (herpes-zóster), vírus sincicial respiratório e doença do coronavírus de 2019 (COVID-19).[1][181]​​ A vacinação contra a gripe está associada a menos exacerbações da DPOC.[182][183] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​ Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA também recomendam a vacina contra tétano/difteria/coqueluche nos indivíduos com DPOC que não foram vacinados na adolescência.[181]

Os pacientes que usam terapias inalatórias devem receber treinamento sobre a técnica do dispositivo inalador. A maioria dos pacientes comete pelo menos um erro ao usar o inalador, e o uso incorreto do inalador está associado a um pior controle da doença.[155][156]​ A demonstração do uso do inalador por um médico, a escolha do dispositivo e a revisão da técnica em consultas subsequentes podem melhorar a técnica de uso do inalador.[158]

Todos os pacientes devem ser muito bem educados sobre a evolução da doença e os sintomas de exacerbação ou descompensação. A expectativa que eles têm da doença, o tratamento e o prognóstico devem ser realistas. Nenhum medicamento demonstrou modificar a diminuição em longo prazo da função pulmonar, e o principal objetivo da farmacoterapia é controlar os sintomas e prevenir as complicações. As instruções sobre autocuidados devem incluir o fornecimento de um plano de ação por escrito. Recomenda-se atividade física para todos os pacientes com DPOC.[1]

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reabilitação pulmonar

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A reabilitação pulmonar engloba exercícios aeróbicos, treinamento de força e educação, devendo ser iniciada precocemente no ciclo da doença.[1][189][190]​​ As diretrizes GOLD recomendam a reabilitação pulmonar para pacientes dos grupos B e E.[1]

A reabilitação pulmonar alivia a dispneia e a fadiga, melhora a função emocional e estimula o senso de controle de maneira moderadamente relevante e clinicamente significativa.[191]

Um grande estudo de coorte realizado nos EUA constatou que o início da reabilitação pulmonar em até 90 dias após a alta hospitalar depois de uma exacerbação aguda de DPOC foi significativamente associado com um risco de mortalidade mais baixo a 1 ano e um número menor de novas hospitalizações a 1 ano.[194][195]​ No entanto, o início da reabilitação pulmonar antes da alta hospitalar pode ser associado a uma taxa mais alta de mortalidade a 12 meses; por isso, não é recomendado.[196]

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oxigenoterapia e/ou suporte ventilatório

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

As diretrizes da GOLD recomendam oxigenoterapia de longa duração nos pacientes estáveis que tenham: PaO₂ ≤7,3 kPa (55 mmHg) ou SaO₂ ≤88%, com ou sem hipercapnia confirmada duas vezes em um período de 3 semanas; ou PaO₂ entre 7.3 kPa (55 mmHg) e 8.0 kPa (60 mmHg) ou SaO₂ de 88%, se houver evidência de hipertensão pulmonar, edema periférico sugerindo insuficiência cardíaca congestiva ou policitemia (hematócrito >55%).[1]

As diretrizes da American Thoracic Society (ATS) recomendam a prescrição de oxigenoterapia em longo prazo por pelo menos 15 horas por dia nos adultos com DPOC que tiverem hipoxemia crônica grave ao repouso. A ATS define a hipoxemia grave como: PaO₂ ≤7.3 kPa (55 mmHg) ou saturação de oxigênio medida por oximetria de pulso (SpO₂) ≤88%; ou PaO₂ 7.5 a 7.9 kPa (56-59 mmHg) ou SpO₂ de 89% mais um dos seguintes: edema, hematócrito ≥55%, ou P pulmonale em um ECG.[204]

Para os pacientes com prescrição de oxigenoterapia doméstica, a ATS recomenda que o paciente e seus cuidadores recebam instruções e treinamento sobre o uso e a manutenção de todos os equipamentos de oxigênio e informações sobre segurança em relação ao oxigênio, como o abandono do hábito de fumar, a prevenção de incêndios e o risco de tropeços.[204]

O oxigênio suplementar deve ser ajustado para atingir uma SaO₂ ≥90%.[1] O paciente deve ser reavaliado após 60-90 dias para determinar se o oxigênio ainda é indicado e terapêutico.[1] Entre as diferentes modalidades terapêuticas para DPOC, os únicos dois fatores que melhoram a sobrevida são o abandono do hábito de fumar e a suplementação de oxigênio.

A oxigenoterapia ajuda a minimizar a hipertensão pulmonar diminuindo a pressão arterial pulmonar; ela aumenta a tolerância aos exercícios e a qualidade de vida. Há relatos de que ela melhore a sobrevida.[1][61]

A ATS sugere prescrever oxigênio ao movimento (fornecimento de oxigênio durante o exercício ou atividades da vida diária) para os adultos com DPOC que apresentem hipoxemia grave por esforço.[204] No entanto, a ATS não recomenda a prescrição de oxigenoterapia em longo prazo para adultos com DPOC que apresentem hipoxemia moderada crônica em repouso (SpO₂ de 89%-93%).[204]

Para os pacientes com DPOC e apneia obstrutiva do sono, o suporte ventilatório com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) pode melhorar a sobrevida e reduzir as internações hospitalares.[1][67]​ A ventilação não invasiva é usada ocasionalmente nos pacientes com DPOC muito grave, porém estável, embora o momento ideal de início e os melhores critérios de seleção dos candidatos não estejam claros.[1][208][209]

As diretrizes da ATS sugerem o uso de VNI noturna em associação com os cuidados habituais para os pacientes com DPOC crônica estável hipercápnica.[211] A European Respiratory Society e a Canadian Thoracic Society emitiram orientações similares.[212][213]

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roflumilaste

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O roflumilaste, um inibidor oral da fosfodiesterase-4, pode ser prescrito para os pacientes que tomam BALD/LAMA que apresentem exacerbações persistentes e cujos eosinófilos sanguíneos sejam <100 células/microlitro, e para os pacientes que tomam BALD/LAMA/CI que apresentem exacerbações persistentes.[1]

O roflumilaste deve ser considerado para os pacientes com VEF₁ <50% do predito e bronquite crônica, particularmente se tiverem apresentado pelo menos uma hospitalização por causa de exacerbação no ano anterior.[1]

Opções primárias

roflumilaste: 500 microgramas por via oral uma vez ao dia

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azitromicina

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A azitromicina pode ser prescrita para os pacientes que tomam BALD/LAMA que apresentem exacerbações persistentes e cujos eosinófilos sanguíneos sejam <100 células/microlitro, e para os pacientes que tomam BALD/LAMA/CI que apresentem exacerbações persistentes.[1]

A azitromicina aumenta o risco de colonização com organismos resistentes a macrolídeos e não deve ser prescrita para pacientes com comprometimento auditivo, taquicardia em repouso ou risco aparente de prolongamento do QTc.[141] A azitromicina deve ser considerada preferencialmente, mas não apenas, nos ex-fumantes com exacerbações persistentes apesar de uma terapia adequada.[1]

Antes de se iniciarem antibióticos profiláticos, devem ser realizados um ECG e testes da função hepática basais, uma amostra de escarro obtida para cultura e testes de sensibilidade (incluindo testagem para tuberculose), a técnica de eliminação da expectoração do paciente deve ser otimizada e a bronquiectasia deve ser descartada com uma TC.[2][142]​ O ECG e os testes hepáticos devem ser repetidos após 1 mês de tratamento. A antibioticoterapia profilática deve ser reavaliada aos 6 e 12 meses para se determinar se há algum benefício em termos de taxas de exacerbação.[142] Se a antibioticoterapia não for eficaz, deve-se interrompê-la.

Opções primárias

azitromicina: 250 mg por via oral uma vez ao dia; ou 500 mg por via oral três vezes por semana

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mucolítico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Os pacientes com fenótipo de bronquite crônica da DPOC geralmente produzem escarro espesso com frequência. Os agentes mucolíticos proporcionam uma pequena redução na frequência das exacerbações agudas e no número de dias de incapacidade por mês, mas não melhoram a função pulmonar nem a qualidade de vida.[186] Uma metanálise de comparação da erdosteína, carbocisteína e acetilcisteína concluiu que a erdosteína apresentava o perfil de segurança e eficácia mais favorável. A erdosteína reduziu o risco de hospitalização por uma exacerbação aguda, e a erdosteína e a acetilcisteína reduziram a duração da exacerbação aguda.[187] A erdosteína é, portanto, a opção de escolha nos países onde está disponível. Outra metanálise constatou que a acetilcisteína reduziu significativamente a frequência das exacerbações em comparação com placebo, sem aumentar o risco de efeitos adversos. Os autores concluíram que 3 meses de tratamento com dose baixa foram eficazes.[188] O tratamento com agentes mucolíticos, como carbocisteína e acetilcisteína, pode reduzir as exacerbações e melhorar levemente o estado de saúde em pacientes que não fazem uso de CIs.[1] No entanto, a erdosteína pode ter um efeito significativo sobre as exacerbações leves, independentemente de o paciente usar ou não corticosteroides inalatórios.[1]

Opções primárias

erdosteína: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

ou

acetilcisteína: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

ou

carbocisteína: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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teofilina

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A teofilina (um agente metilxantina) não é comumente usada em decorrência da sua potência limitada, janela terapêutica estreita, perfil de risco elevado e frequentes interações medicamentosas. A teofilina tem efeitos modestos sobre a função pulmonar na DPOC moderada a grave.[144] Um grande ensaio clínico randomizado e controlado não encontrou efeitos da teofilina oral isolada ou associada a prednisolona sobre as exacerbações da DPOC grave.[145] Os especialistas podem prescrever teofilina quando o paciente já tiver esgotado as opções de terapias inalatórias. A toxicidade está relacionada à dose. A teofilina não é recomendada a menos que outros tratamentos com broncodilatadores no longo prazo não estejam disponíveis ou sejam inacessíveis.[1]

Opções primárias

teofilina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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intervenção broncoscópica ou cirurgia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

As intervenções cirúrgicas são o último passo no tratamento da DPOC e incluem bulectomia, cirurgia redutora de volume pulmonar e transplante de pulmão.[214][215] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​​ Elas são usadas para melhorar a dinâmica pulmonar, a adesão aos exercícios físicos e a qualidade de vida.[215] A cirurgia redutora do volume pulmonar é indicada para pacientes com limitação muito grave do fluxo aéreo e, especialmente, em pacientes com doença localizada no lobo superior e capacidade para exercícios abaixo do normal.[214] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​​ Uma metanálise constatou um aumento do risco de mortalidade precoce em pacientes submetidos a cirurgia redutora do volume pulmonar, em comparação com o padrão de assistência; no entanto, nenhuma diferença significativa foi observada na mortalidade geral.[216] A bulectomia é uma opção para os pacientes de DPOC com dispneia nos quais a TC revelar bolhas grandes ocupando ao menos 30% do hemitórax. Um status funcionais gravemente comprometido e uma diminuição grave do VEF₁ (<500 mL) tornam estas opções menos favoráveis. A inserção de válvulas endobrônquicas pode produzir melhoras clinicamente significativas em pacientes com DPOC adequadamente selecionados.[216][217][218]​​​ O procedimento pode ser mais benéfico nos pacientes cuja dispneia decorrer principalmente de hiperinsuflação e do aprisionamento de ar nos espaços aéreos distais dos bronquíolos terminais, o que se manifesta como enfisema com volume residual acentuadamente aumentado. As contraindicações incluem infecção pulmonar ativa e fissuras lobares incompletas (<80%).[219] Os eventos adversos mais comuns associados com a inserção da valva endobrônquica são pneumotórax e exacerbação.[216]

Os critérios de encaminhamento para transplante de pulmão incluem:[220]

Escore Body mass index, airflow Obstruction, Dyspnoea, and Exercise (BODE) de 5-6 com fatores adicionais que sugiram aumento do risco de mortalidade: exacerbações agudas frequentes, aumento no índice BODE >1 nos últimos 24 meses, diâmetro da artéria pulmonar para a aorta >1 à TC e/ou VEF₁ de 20% a 25% do predito.

Deterioração clínica apesar de tratamento máximo, incluindo medicação, reabilitação pulmonar, oxigenoterapia e, conforme adequada, ventilação não invasiva com pressão positiva noturna.

Má qualidade de vida, inaceitável para o paciente.

Para paciente candidato a redução do volume pulmonar (RVP) cirúrgica ou broncoscópica, o encaminhamento simultâneo para transplante de pulmão e avaliação para CRVP é adequado.

[ Índice BODE para predição de sobrevida na DPOC Opens in new window ]

O transplante pulmonar demonstrou aumentar a qualidade de vida e a capacidade funcional.[215] No entanto, o transplante pulmonar parece não conferir um benefício de sobrevida.[221]

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cuidados paliativos

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Terapias paliativas para melhorar os sintomas de dispneia, oferecer suporte nutricional, tratar a ansiedade e a depressão e reduzir a fadiga podem beneficiar pacientes com DPOC que apresentem esses sintomas apesar da terapia medicamentosa ideal. Cuidados no final da vida e internações em hospices devem ser considerados para pacientes com doença muito avançada. Os pacientes e famílias devem ser muito bem educados sobre o processo, e sugere-se que esse assunto seja discutido precocemente durante a evolução da doença antes do desenvolvimento de insuficiência respiratória aguda.[1][222]​ Analgésicos opioides, ventilação, estimulação elétrica neuromuscular e vibração da parede torácica podem aliviar a dispneia.[1] Um estudo sugeriu que baixas doses de um analgésico opioide e de um benzodiazepínico são seguras e não estão associadas a aumento das internações hospitalares ou da mortalidade.[223] Outro estudo revelou que a morfina oral de liberação sustentada regular, em baixa dosagem, por 4 semanas, melhorou o estado de saúde específico da doença em pacientes com DPOC e dispneia refratária.[224]

Uma revisão Cochrane concluiu não haver nenhuma evidência contra ou a favor dos benzodiazepínicos para o alívio da dispneia em pacientes com câncer avançado e DPOC.[225]

A acupuntura e a acupressão também podem melhorar a dispneia e a qualidade de vida em pacientes com DPOC avançada.[226]

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