Prognóstico

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença com evolução indeterminada e prognóstico variável. O prognóstico depende de diversos fatores, incluindo predisposição genética, exposições ambientais, comorbidades e, em menor grau, exacerbações agudas.

Embora a sobrevida em curto prazo para pacientes com DPOC e insuficiência respiratória dependam da gravidade geral da doença aguda, a sobrevida em longo prazo é inicialmente influenciada pela gravidade da DPOC e pela presença de comorbidades clínicas. Tradicionalmente, o prognóstico tem sido relatado com base no volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), que faz parte dos testes de função pulmonar. Uma análise de meta-regressão mostrou uma correlação significativa entre o aumento do VEF1 e o risco mais baixp de exacerbação da DPOC.[231]

Além do VEF1, outros fatores que preveem o prognóstico são o peso (peso muito baixo é um fator prognóstico desfavorável, e uma metanálise identificou uma associação significativa entre baixo índice de massa corporal e redução acelerada do VEF1), a distância percorrida em 6 minutos e o grau de dispneia com atividades físicas.[232][233]​ Estes fatores, conhecidos como índice de massa corporal, obstrução do fluxo aéreo, dispneia e exercício (BODE), podem ser usados para fornecer informações sobre o prognóstico da sobrevida em 1 ano, 2 anos e 4 anos.[234] Um estudo revelou que a concentração de plasma pró-adrenomedulina associada ao índice BODE é uma melhor ferramenta de prognóstico que o índice BODE isolado.[235] A elevação de adrenomedulina, da arginina-vasopressina e do peptídeo natriurético atrial está associada a aumento do risco de morte nos pacientes com DPOC estável.[236][237] As diretrizes do Reino Unido não recomendam o uso do índice BODE para avaliar o prognóstico.[2]

Recentemente, demonstrou-se mais interesse sobre as comorbidades e as exacerbações prévias como sendo preditoras da evolução da DPOC. O índice CODEX (comorbidades, obstrução, dispneia e exacerbações prévias graves) é comprovadamente superior ao índice BODE na predição de prognóstico de pacientes com DPOC.[238] As frequentes exacerbações da DPOC e a necessidade de diversas intubações e de ventilação mecânica invasiva para o tratamento da insuficiência respiratória aguda em pacientes com DPOC são marcadores de prognóstico desfavorável.[239]

Entre as diferentes modalidades terapêuticas para DPOC, os únicos dois fatores que melhoram a sobrevida são o abandono do hábito de fumar e a suplementação de oxigênio.

[ Índice BODE para predição de sobrevida na DPOC ]

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