Caso clínico

Caso clínico #1

Um homem de 66 anos de idade com história de tabagismo, fumando um maço por dia pelos últimos 47 anos, apresenta dispneia progressiva, tosse crônica e produção de escarro amarelado nos últimos 2 anos. Durante o exame físico, ele parecia caquético e com desconforto respiratório moderado, sobretudo após entrar na sala de exames, e respirava com lábios franzidos. As veias jugulares estavam levemente distendidas. O exame do pulmão revela um tórax em tonel e murmúrio vesicular reduzido bilateralmente, com sibilância inspiratória e expiratória moderada. Os exames cardíaco e abdominal estão dentro dos limites normais. Os membros inferiores exibem raros edemas depressíveis.

Caso clínico #2

Uma mulher de 56 anos com história de tabagismo se apresenta a seu clínico geral com sintomas de dispneia e tosse por vários dias. Seus sintomas começaram há 3 dias com rinorreia. Ela relata tosse matinal crônica com produção de escarro branco, que aumentou nos últimos 2 dias. Ela apresenta episódios semelhantes a cada inverno nos últimos 4 anos. Ela fumou de 1 a 2 maços de cigarros por dia por 40 anos e continua a fumar. A paciente nega hemoptise, calafrios ou perda de peso e ainda não teve nenhuma melhora da tosse com os medicamentos que tomou por conta própria.

Outras apresentações

Alguns pacientes relatam constrição torácica, a qual geralmente se segue a um esforço físico e pode ter origem na contração muscular intercostal. A perda de peso, a perda muscular e a anorexia são comuns nos pacientes com DPOC grave e muito grave.[1] As outras apresentações incluem fadiga, hemoptise, cianose e cefaleias matinais secundárias à hipercapnia. A dor torácica e a hemoptise são sintomas incomuns da DPOC e aumentam a possibilidade de diagnósticos alternativos.[2]

Os exames físicos podem demonstrar hipóxia, uso de músculos acessórios, movimentos paradoxais da costela, sons cardíacos hipofonéticos, edema no membro inferior e hepatomegalia secundários a cor pulmonale e asterixis (flapping) secundária a hipercapnia.

Os pacientes também podem apresentar sinais e sintomas de complicações da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Estas incluem dispneia grave, expansibilidade gravemente diminuída e dor torácica após exacerbação aguda de DPOC ou pneumotórax espontâneo.[3][4] Os pacientes com DPOC geralmente apresentam outras comorbidades, incluindo doenças cardiovasculares, disfunção de músculos esqueléticos, síndrome metabólica, diabetes, osteoporose, depressão, ansiedade, câncer de pulmão, doença do refluxo gastroesofágico, bronquiectasia, apneia obstrutiva do sono e comprometimento cognitivo.[1][5][6] Um estudo realizado no Reino Unido constatou que 14.5% dos pacientes com DPOC receberam um diagnóstico de asma concomitante, enquanto uma metanálise global estimou que a prevalência combinada de asma nos pacientes com DPOC é de 29.6% (variação: 12.6% a 55.5%).[7][8]

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