Complicações
Complicação | Período de ocorrência | Probabilidade |
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hiperfosfatemia | longo prazo | alta |
Uma complicação tardia, que geralmente surge vários dias após a queda da filtração glomerular. O tratamento inclui restrição alimentar e administração de aglutinantes de fosfato, como acetato de cálcio, carbonato de cálcio, sevelamer ou carbonato de lantânio. A hemodiálise é efetiva para a redução do fósforo. Em pacientes submetidos a terapia renal substitutiva intensa, como aqueles em terapias renais substitutivas contínuas ou regimes diários de diálise, a reposição do fósforo pode ser necessária. | ||
uremia | longo prazo | Médias |
As toxinas urêmicas acumuladas com insuficiência renal grave e não tratada resultam em letargia, confusão e obnubilação. A diálise é necessária para o controle da uremia. | ||
sobrecarga de volume (edema pulmonar, edema periférico) | variável | alta |
Comprometimento da regulação do volume é comum nos casos de lesão renal aguda (LRA) não derivada de azotemia pré-renal. O aporte de volume é limitado e a diurese é maximizada com agentes como a furosemida. A resposta aos diuréticos é variável. A ultrafiltração (remoção de volume por terapia renal substitutiva) pode ser necessária. | ||
hipercalemia | variável | alta |
Resulta do comprometimento da excreção de potássio, de lise celular ou de decomposição tecidual. A hipercalemia grave pode resultar nos achados clássicos do eletrocardiograma (ECG) com pico de ondas T, aumento do intervalo PR, QRS ampliado, parada atrial e deterioração do padrão de onda sinusal. As restrições na ingestão alimentar de potássio devem ser impostas para todos os pacientes, e podem ser suficientes para casos de hipercalemia leve. O poliestirenossulfonato de sódio pode ser usado nos casos de hipercalemia moderada a grave. No entanto, seus efeitos não são imediatos e o potássio sérico precisa ser reduzido rapidamente. Se essas etapas iniciais não forem suficientes ou se a hipercalemia for grave, a intervenção clínica é obrigatória e inclui avaliação cardíaca por ECG. Se alterações clássicas estiverem presentes, o tratamento imediato com cálcio intravenoso (IV) é necessário, associado à rápida redução do potássio sérico com insulina, glicose e beta-agonistas. Cuidados devem ser tomados para se prevenir o extravasamento ao administrar sais de cálcio por via intravenosa, pois estes são altamente tóxicos aos tecidos. Se a hipercalemia for refratária ao tratamento clínico, ou se houver manifestações cardíacas, a hemodiálise será indicada para a rápida normalização dos níveis de potássio. | ||
acidose metabólica | variável | alta |
Resulta do acúmulo de ácidos não voláteis. Preparações orais ou intravenosas de bicarbonato, como bicarbonato de sódio ou citrato de sódio/ácido cítrico, podem ser usadas para tratamento da acidose metabólica. Em geral, o controle exige diálise, se a condição for grave e se a compensação respiratória não for capaz de manter o potencial hidrogeniônico (pH). | ||
doença renal crônica progressiva | variável | Médias |
A LRA pode ter como sequela um dano renal prolongado, e a recuperação funcional pode não retornar ao nível basal. A recuperação depende do mecanismo e da gravidade da lesão e das condições de comorbidade clínica subjacentes. A LRA em crianças pode estar associada a doença renal crônica, que pode progredir para doença renal em estágio terminal.[127][128] Pacientes com recuperação parcial ou sem recuperação da LRA correm um risco maior de insuficiência cardíaca congestiva e infarto agudo do miocárdio.[129] | ||
doença renal em estágio terminal | variável | Médias |
Alguns pacientes podem se recuperar de lesão renal grave, especialmente aqueles com doença renal subjacente ou outras condições clínicas comórbidas. A terapia renal substitutiva crônica pode ser necessária.[123] |
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