Diagnósticos diferenciais

comuns

Síndrome da tosse das vias aéreas superiores (STVAS; gotejamento pós-nasal)

História

pigarro frequente, gotejamento pós-nasal, secreção nasal, obstrução nasal ou espirros típicos, halitose

Exame físico

secreções mucopurulentas na nasofaringe ou orofaringe ou aspecto pavimentoso ("cobblestone") da orofaringe posterior

Primeira investigação
  • tentativa terapêutica:

    resposta à terapia empírica com anti-histamínico e descongestionante

    Mais
Outras investigações

    Asma

    História

    sibilância, constrição torácica, dispneia, variabilidade de sintomas, forte associação com história familiar de asma/doença atópica, tosse, paroxismo, exacerbação por agentes irritantes ou exposição sazonal; às vezes, a tosse pode ser um sintoma isolado ou principal, geralmente pior à noite (variante tussígena da asma)

    Exame físico

    sibilância e fase expiratória prolongada no exame pulmonar

    Primeira investigação
    • espirometria com broncodilatador:

      A relação VEF1/CVF é o exame diagnóstico primário

      Mais
    • taxa de pico do fluxo expiratório (TPFE):

      pode estar reduzida; pode haver variabilidade (>10%) nas medições registradas em diferentes horas do dia

      Mais
    Outras investigações
    • fração de óxido nítrico exalado (FeNO):

      elevada (>40 partes por bilhão)

      Mais
    • outros biomarcadores não invasivos de inflamação nas vias aéreas (contagem de eosinófilos séricos e no escarro e proteína catiônica eosinofílica):

      elevado

    • tentativa terapêutica:

      melhora dos sintomas após um ciclo de 2-4 semanas de corticosteroide inalatório ou antagonista do receptor de leucotrieno

    • teste de broncoprovocação:

      concentração provocativa de metacolina causando uma queda de 20% no VEF1 (CP20) <4 mg/mL

      Mais
    • Hemograma completo:

      eosinófilos normais ou elevados e/ou neutrofilia

    • anticorpos IgE séricos:

      anticorpos IgE elevados específicos para antígenos

      Mais
    • teste alérgico cutâneo por puntura:

      pode ser positivo para alérgenos

      Mais

    Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)

    História

    pirose, disfagia, regurgitação ácida, associação de tosse com postura relaxada, fonação, levantar-se da cama ou comer sugerem doença de refluxo; ela pode ser silenciosa

    Exame físico

    sem características diferenciais no exame físico, pode ter sobrepeso ou obesidade

    Primeira investigação
    • tentativa terapêutica de inibidores da bomba de prótons (IBPs):

      alívio dos sintomas

      Mais
    Outras investigações
    • monitorização do pH esofágico por 24 horas:

      O pH <4 durante 4% ou mais de tempo de monitorização e coincidente com tosse é consistente com a exposição patológica ao ácido

      Mais
    • esofagograma com bário:

      refluxo

      Mais

    Bronquite eosinofílica não asmática (BENA)

    História

    tosse crônica não produtiva; nenhuma característica diferencial na história

    Exame físico

    sem características diferenciais no exame físico

    Primeira investigação
    • expectoração ou contagem diferencial na lavagem broncoalveolar (LBA):

      eosinofilia

      Mais
    Outras investigações
    • FeNO:

      elevado

      Mais
    • resposta terapêutica aos esteroides inalatórios:

      presente

      Mais

    Bronquite crônica/doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)

    História

    história de tabagismo pode estar presente; a tosse pode produzir expectoração; dispneia, sobretudo por esforço, pode acompanhar a tosse

    Exame físico

    casos leves: a maioria dos exames respiratórios é normal, pode apresentar murmúrios vesiculares em repouso, fase expiratória prolongada, ronco ou sibilos; casos avançados: cianose, tórax em tonel, uso de músculos acessórios da inspiração, B2 aumentada na borda esquerda do esterno ou edema periférico

    Primeira investigação
    • espirometria:

      volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e capacidade vital forçada (CVF) reduzidos; razão <0.70 de VEF1/CVF (limitação do fluxo aéreo) pós-broncodilatador

      Mais
    Outras investigações
    • radiografia torácica:

      hiperinsuflação, mas que pode não estar presente em alguns casos

      Mais
    • testes de função pulmonar:

      aumento do volume residual (VR), aumento da capacidade pulmonar total (CPT), diminuição da capacidade de difusão de monóxido de carbono (CDCO)

      Mais
    • gasometria arterial:

      hipoxemia, hipercapnia

      Mais

    Inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA)

    História

    tosse seca, tipicamente associada com sensação de coceira ou irritação da garganta; a tosse pode começar dias ou meses depois de iniciada a terapia com IECAs

    Exame físico

    nenhum achado específico nos exames

    Primeira investigação
    • interrupção do uso do IECA:

      resolução da tosse

      Mais
    Outras investigações

      Pneumonia

      História

      febre, mal-estar, tosse geralmente com produção de expectoração, dor torácica[27]

      Exame físico

      macicez à percussão, murmúrios vesiculares diminuídos e presença de estertores

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        infiltrado sugestivo de pneumonia

      Outras investigações
      • contagem de leucócitos (sangue):

        geralmente elevada, mas inespecífica

      • proteína C-reativa sérica:

        pode estar elevada

        Mais
      • coloração de Gram e cultura do escarro:

        presença de micro-organismos e leucócitos em uma boa amostra de expectoração (<25 células epiteliais escamosas por campo) embasam o diagnóstico de infecção do trato respiratório

      Tosse pós-infecciosa

      História

      tosse com duração de 3 a 8 semanas após sintomas de infecção respiratória aguda; congestão nasal/dos seios nasais, secreção nasal não purulenta, faringite[58]

      Exame físico

      o diagnóstico é clínico e de exclusão

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        normal, exclui a pneumonia

      Outras investigações
      • contagem de leucócitos (sangue):

        geralmente elevada, mas inespecífica

      • coloração de Gram e cultura do escarro:

        presença de micro-organismos e leucócitos em uma boa amostra de expectoração (<25 células epiteliais escamosas por campo) embasam o diagnóstico de infecção do trato respiratório

      Infecção por Bordetella pertussis

      História

      paroxismos de tosse, vômitos pós-tosse ou guincho inspiratório; mais provável se a epidemiologia local sugerir prevalência aumentada

      Exame físico

      hemorragia conjuntival e petequial podem resultar de paroxismos de tosse; exame do pulmão tipicamente normal

      Primeira investigação
      • cultura nasofaríngea (se os sintomas tiverem <2 semanas):

        positiva

        Mais
      Outras investigações
      • reação em cadeia da polimerase e/ou sorologia (se os sintomas tiverem >4 semanas):

        positiva

      Incomuns

      Câncer pulmonar

      História

      história de tabagismo, mudança no caráter da tosse crônica, hemoptise, rouquidão, dor torácica, perda de peso, síndrome da veia cava superior (edema localizado na face e nos membros superiores, pletora facial, veias torácicas e cervicais distendidas), sintomas relacionados a metástases à distância e estágios avançados de câncer

      Exame físico

      cânceres pulmonares centrais podem causar sibilância localizado unilateral; síndrome da veia cava superior, caquexia e sintomas relacionados a metástases à distância (por exemplo, dor no osso) são sintomas tardios

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        presença de lesão

        Mais
      Outras investigações
      • tomografia computadorizada (TC) do tórax:

        presença de lesão e doença locorregional

      • citologia do escarro:

        pode documentar a presença de células malignas

      • broncoscopia:

        presença de tumor

        Mais

      Bronquiectasia e doença pulmonar supurativa crônica

      História

      tosse produtiva com grande quantidade de expectoração mucopurulenta, variação diurna (por exemplo, piora pela manhã), piora posicional; dispneia, sibilância, hemoptise; eventualmente pode estar presente uma tosse paroxística não produtiva de expectoração

      Exame físico

      estertores e sibilância, predominantemente acima dos lobos inferiores; baqueteamento digital em uma minoria de pacientes

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        marcas broncovasculares aumentadas

        Mais
      • tomografia computadorizada (TC) de alta resolução do tórax:

        dilatação brônquica, tamanho dos brônquios que ultrapassa o tamanho da artéria acompanhante, falta de estreitamento dos brônquios nas periferias pulmonares[56]

        Mais
      Outras investigações
      • testes de função pulmonar:

        defeito obstrutivo irreversível com volume expiratório forçado no primeiro segundo/capacidade vital forçada (VEF1/CVF) <70%

        Mais

      Fibrose pulmonar intersticial

      História

      dispneia de início subagudo domina o quadro clínico; tosse tipicamente seca

      Exame físico

      seca, crepitação em velcro, tipicamente na base do pulmão; baqueteamento digital pode estar presente

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        marcações intersticiais aumentadas

        Mais
      • tomografia computadorizada (TC) de alta resolução do tórax:

        pneumonite intersticial: irregular, predomínio de alterações basilares e reticulares subpleurais com faveolamento e bronquiectasia de tração em estágios posteriores da doença

        Mais
      Outras investigações
      • testes de função pulmonar:

        padrão restritivo com capacidade pulmonar total <80%, capacidade residual funcional <80% e capacidade vital <80%, com capacidade de difusão de CO <80%

        Mais
      • biópsia:

        padrão da pneumonia intersticial usual

      Sarcoidose

      História

      a maioria dos pacientes é assintomática; pacientes sintomáticos: falta de ar, dispneia ao esforço e dor torácica presentes em uma minoria de pacientes; febre baixa; outros sintomas refletem o envolvimento de vários órgãos

      Exame físico

      geralmente normal; lesões cutâneas (eritema nodoso e lesões cutâneas maculopapulares), aumento das glândulas lacrimais, linfadenopatia nas regiões cervical, supraclavicular ou axilar; vermelhidão ocular, lacrimejamento e fotofobia podem representar uveíte

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        vários achados, linfadenopatia hilar e mediastinal bilateral, infiltrados reticulares; fibrose com diminuição dos volumes pulmonares na sarcoidose avançada

        Mais
      Outras investigações
      • tomografia computadorizada (TC) do tórax com cortes de alta resolução:

        linfadenopatia hilar e mediastinal bilateral, infiltrados intersticiais

      • testes de função pulmonar:

        frequentemente normal, mas pode mostrar redução inespecífica na capacidade de difusão, obstrução ou restrição, ou ainda um quadro misto

        Mais
      • broncoscopia com biópsia:

        granuloma não caseoso tem respaldo, mas é necessário descartar razoavelmente outros distúrbios granulomatosos com colorações especiais e avaliação clínica

        Mais

      Tuberculose (TB)

      História

      residência/visita a uma área de alta prevalência; estado imunossuprimido (por exemplo, infecção por HIV, medicamento imunossupressor, receptores de transplante, diabetes, tratamento de diálise); fatores de risco epidemiológicos, principalmente contato próximo com tuberculose ativa; história de anorexia, mal-estar, perda de peso, febre ou sudorese noturna; tosse crônica com escarro, ocasionalmente associada a hemoptise

      Exame físico

      febre, caquexia, taquicardia; assimetria no movimento torácico e macicez à percussão decorrente de derrame pleural, sopro tubário, crepitação, estertores decorrentes de infiltrado ou roncos na presença de purulência brônquica significativa; linfadenopatia extratorácica palpável não é comum

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        pode demonstrar atelectasia decorrente da compressão das vias aéreas, derrame pleural, condensação, infiltrado pulmonar, linfadenopatia mediastinal ou hilar, fibrose na área superior

        Mais
      • baciloscopia do escarro para detecção de bacilos álcool-ácido resistentes e cultura:

        presença de bacilos álcool-ácido resistentes (coloração de Ziehl-Neelsen) na amostra

        Mais
      • testes de amplificação de ácido nucleico (NAATs):

        positivos para M tuberculosis

        Mais
      Outras investigações
      • broncoscopia e lavagem broncoalveolar:

        positivo para bacilos álcool-ácido resistentes

        Mais
      • ensaio de lipoarabinomanano de fluxo lateral na urina (LF-LAM):

        positiva

        Mais
      • tomografia computadorizada torácica realçada por contraste:

        TB primária: linfadenite tuberculosa mediastinal com atenuação do nódulo central e realce periférico, cavidades delineadas; TB pós-primária: nódulos centrolobulares e padrão de árvore em brotamento

        Mais

      Divertículo de Zenker

      História

      disfagia presente em 98% dos pacientes; regurgitação de alimento insosso não digerido; aspiração frequente; deglutição barulhenta (gargarejos); halitose; alterações na voz

      Exame físico

      halitose, alterações na voz

      Primeira investigação
      • esofagograma com bário:

        contraste positivo na estrutura conectada à parede posterior do esôfago é consistente com um divertículo

      Outras investigações
      • endoscopia:

        visualização do divertículo

      Aneurisma aórtico torácico (AAT)

      História

      a maioria dos pacientes não apresenta sintomas atribuíveis ao AAT no momento do diagnóstico; o sinal inicial mais comum é dor vaga, que pode ocorrer no peito, costas, flanco ou abdome; rouquidão decorrente de alongamento ou compressão do nervo laríngeo esquerdo recorrente; desvio da traqueia, tosse persistente ou outros sintomas respiratórios, como dispneia ou dor torácica; disfagia (incomum) decorrente de compressão do esôfago pelo aneurisma, hemoptise repentina e catastrófica ou hematêmese; deficits neurológicos incluindo paraplegia

      Exame físico

      geralmente não se encontram achados físicos óbvios na região torácica, a menos que haja desvio da traqueia; pacientes com um componente abdominal podem apresentar massa abdominal pulsátil semelhante a aneurismas da aorta abdominal puros; sinais de perfusão diferenciais nos membros superiores e inferiores; evidência de isquemia visceral; deficits neurológicos focais; sopro de regurgitação aórtica; sopros

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        mediastino alargado; proeminência de botão aórtico ou desvio da traqueia

      Outras investigações
      • tomografia computadorizada (TC) espiral do tórax com reconstruções tridimensionais:

        visualização de aneurisma, observado como um aumento no tamanho de uma seção da aorta

      • RNM e angiografia por ressonância magnética:

        visualização de aneurisma, observado como um aumento no tamanho de uma seção da aorta

      Corpo estranho

      História

      início abrupto, mais comum em crianças pequenas

      Exame físico

      pode ser assintomática ou mostrar sinais de obstrução das vias aéreas, incluindo tosse, sibilância, diminuição dos murmúrios vesiculares, dispneia ou febre

      Primeira investigação
      • laringoscopia/broncoscopia:

        visualização do corpo estranho

      • radiografia torácica:

        visualização do corpo estranho (se o objeto for radiopaco)

      Outras investigações
      • tomografia computadorizada (TC) do tórax:

        visualização do corpo estranho

      Pneumonite por hipersensibilidade

      História

      exposição ocupacional/ambiental a alérgenos (por exemplo, agricultores, criadores de pássaros), dispneia progressiva, fadiga e perda de peso

      Exame físico

      baqueteamento digital, frequência respiratória aumentada, estertores inspiratórios nos campos pulmonares inferiores

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        alterações fibróticas; perda de volume pulmonar que afeta especialmente os lobos superiores

      Outras investigações
      • tomografia computadorizada (TC) do tórax:

        características de fibrose

      • teste de IgG:

        altos títulos com anticorpos específicos para antígenos

      Bronquiolite

      História

      idade <1 ano, tosse, sibilo e dispneia, história de prematuridade, doença cardiopulmonar subjacente ou imunodeficiência

      Exame físico

      frequência respiratória elevada, uso de musculatura acessória, retrações, sibilos, estertores, secreções purulentas ou na broncoscopia

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        condensação e atelectasia em doenças graves

      Outras investigações
      • virologia:

        pode ser positiva para vírus sincicial respiratório

        Mais
      • tomografia computadorizada (TC) de alta resolução:

        sinais de doença das pequenas vias aéreas

      Aspiração recorrente

      História

      disfagia, associação de tosse ao comer/beber, medo de sufocamento ao comer/beber; pode haver história de doença neurológica, incluindo acidente vascular cerebral (AVC), esclerose múltipla, doença de Parkinson

      Exame físico

      sinais de doença neurológica, como AVC, esclerose múltipla, doença de Parkinson

      Primeira investigação
      • radiografia torácica:

        infiltrados persistentes no lobo inferior

      • avaliação da deglutição:

        aspiração

        Mais
      Outras investigações

        Eosinofilia pulmonar tropical filariótica

        História

        viagem para área endêmica (África subsaariana, subcontinente indiano, sudeste asiático, Oceania); tosse paroxística seca, frequentemente noturna

        Exame físico

        frequentemente normal; sibilância, roncos e estertores podem estar presentes no exame do pulmão; alguns pacientes desenvolvem hepatoesplenomegalia

        Primeira investigação
        • hemograma com diferencial:

          eosinofilia

        • radiografia torácica:

          marcações intersticiais aumentadas

        Outras investigações
        • níveis de anticorpo filarial:

          elevado

        • imunoglobulina E (IgE) sérica:

          elevado

        Síndrome da tosse somática (tosse psicogênica)

        História

        uma extensa avaliação excluiu outras causas

        Exame físico

        tosse aumenta após mudança comportamental ou terapia psiquiátrica

        Primeira investigação
        • nenhuma:

          uma extensa avaliação já excluiu outras causas

        Outras investigações

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