Investigações
Primeiras investigações a serem solicitadas
saturação de oxigênio à oximetria de pulso
Exame
Recomendada para todos os pacientes com possível exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), quando disponível. Deve ser realizada quando os sinais vitais forem aferidos. Durante um episódio, a saturação de oxigênio está frequentemente deprimida abaixo do nível inicial do paciente, e os exames de oxigênio suplementar e de gasometria arterial devem ser considerados caso o nível seja <90%.
Resultado
deprimida abaixo do nível inicial do paciente
radiografia torácica
Exame
Raramente é diagnóstica; o principal propósito é excluir diagnósticos alternativos. Uma radiografia torácica deve ser realizada nas pessoas com doença de moderada a grave e nos casos em que se considera pneumonia ou outros possíveis diagnósticos (por exemplo, pneumotórax, insuficiência cardíaca congestiva, derrame pleural).
Resultado
hiperinsuflação, achatamento do diafragma, aumento do espaço aéreo retroesternal, bolhas e coração pequeno e vertical
eletrocardiograma (ECG)
Exame
Doenças cardiovasculares são comuns em pessoas com DPOC.[129] Além disso, a possibilidade de infarto do miocárdio, pneumotórax ou embolia pulmonar deve ser considerada se houver constrição torácica ou outro desconforto torácico. Os pacientes com DPOC apresentam maior risco de desenvolver isquemia cardíaca e/ou arritmia que também pode levar a dispneia.
Como registrar um ECG. Demonstra a colocação de eletrodos no tórax e nos membros.
Resultado
pode exibir dilatação cardíaca direita ou distensão do ventrículo direito, arritmia, isquemia
gasometria arterial
Exame
A gasometria arterial deve ser realizada nas pessoas com exacerbação aguda da DPOC de moderada a grave, para detectar hipercapnia crônica e avaliar acidose respiratória aguda. É essencial comparar os resultados aos níveis iniciais da gasometria arterial (quando disponíveis). Uma acidose respiratória aguda pode ser um sinal de insuficiência respiratória iminente. A amostra da gasometria venosa não é considerada uma medida alternativa confiável.[130]
Uma PaO2 <60 mmHg indica insuficiência respiratória potencial. PaO2 <50 mmHg, PaCO2 ≥45 mmHg ou pH <7.35 indicam uma doença com potencial risco de vida que requer consideração de terapia intensiva e início da ventilação assistida.[131]
Resultado
acidose respiratória e alcalose metabólica compensatória
hemograma completo com plaquetas
Exame
Deve ser considerado em pacientes com exacerbações moderadas a graves, para detectar anormalidades que possam sugerir distúrbios clínicos adicionais como infecção ou anemia.
Resultado
pode exibir hematócrito elevado, contagem de leucócitos elevada ou anemia
proteína C-reativa
Exame
A proteína C-reativa é também um possível biomarcador para orientar o uso de antibióticos durante as exacerbações da DPOC. A decisão de não prescrever antibióticos, com base em níveis baixos de proteína C-reativa no local de atendimento, foi associada a uma redução de prescrição de antibióticos sem desfechos clínicos piores.[118][119][120]
Resultado
pode estar elevada nas infecções bacterianas
contagem de eosinófilos
Exame
A contagem de eosinófilos também pode ser um indicador útil da probabilidade de benefício dos corticosteroides inalatórios.[1] Evidências sugerem que, em média, a contagem de eosinófilos no sangue é maior nos pacientes com DPOC. Nos pacientes com exacerbações frequentes e níveis elevados de eosinófilos no sangue, deve-se considerar a adição de corticosteroides inalatórios ao esquema com dois broncodilatadores.[1]
Resultado
os corticosteroides podem ser menos efetivos no tratamento das exacerbações nos pacientes com níveis mais baixos de eosinófilos no sangue
eletrólitos, ureia + creatinina
Exame
Devem ser considerados nos pacientes com exacerbações moderadas a graves. Um resultado alterado pode sugerir transtornos clínicos adicionais. Pacientes com exacerbações da DPOC podem apresentar diminuição na ingestão oral e depleção de volume. Os pacientes com insuficiência renal podem apresentar acidose metabólica, que pode aumentar a necessidade ventilatória.
Resultado
geralmente normais
Investigações a serem consideradas
cultura + coloração de Gram da expectoração
Exame
Nos casos graves, e se o escarro do paciente for purulento e a hospitalização estiver sendo considerada, devem ser obtidas a coloração de Gram e a cultura da expectoração para avaliar se há patógenos bacterianos potenciais que possam ter desencadeado o episódio.
Resultado
podem indicar infecção bacteriana
diagnóstico de vírus respiratório
Exame
Na doença grave, e se a hospitalização estiver sendo considerada, deve ser considerada testagem para patógenos virais respiratórios (onde possível), a fim de se identificarem agentes tratáveis (por exemplo, gripe [influenza], SARS-CoV-2) e para identificar a necessidade de expansão das precauções de controle de infecções.
Resultado
pode confirmar infecção viral
troponina cardíaca
Exame
Elevações dos níveis de troponina cardíaca podem ocorrer devido à lesão não identificada no miocárdio, resultante da exacerbação da DPOC. Elevações dos níveis de troponina podem estar associadas ao aumento da mortalidade.[132]
Resultado
normal se não houver lesão do miocárdio
peptídeo natriurético do tipo B (PNB)
Exame
As exacerbação da insuficiência cardíaca congestiva (sistólica ou diastólica) normalmente mimetizam a exacerbação da DPOC aguda.
Elevações nos níveis de PNB sérico podem ajudar a determinar se há presença de exacerbação da insuficiência cardíaca congestiva.
Resultado
normal na ausência de insuficiência cardíaca congestiva
TC do tórax
Exame
Pode ser útil para excluir diagnósticos alternativos, incluindo traqueobroncomalácia e especialmente embolia pulmonar, se o diagnóstico e o processo da descompensação respiratória continuarem incertos após a radiografia torácica.
Resultado
normal se não houver pneumonia, derrame pleural, neoplasia maligna, embolia pulmonar ou traqueobroncomalácia
Novos exames
procalcitonina
Exame
Um novo biomarcador promissor para o diagnóstico de infecções bacterianas, pois tende a ser maior em infecções bacterianas graves e baixa em infecções virais. A Food and Drug Administration dos EUA aprovou a procalcitonina como um teste para orientar a antibioticoterapia em pacientes com infecções agudas do trato respiratório. Uma revisão Cochrane sobre o uso da procalcitonina para orientar a iniciação e a duração do tratamento com antibióticos em pessoas com infecções agudas do trato respiratório constatou redução do risco de mortalidade, do consumo de antibióticos e do risco de efeitos colaterais relacionados com antibióticos em todos os pacientes, inclusive aqueles com exacerbação aguda da DPOC.[121] São necessárias novas pesquisas para estabelecer sua utilidade na prática clínica. Não deve ser usada para orientar o uso de antibióticos nos pacientes com exacerbações graves da DPOC que precisam de cuidados intensivos.[122]
Resultado
pode estar elevada nas infecções bacterianas graves e baixa nas infecções virais
vitamina D
Exame
A avaliação dos níveis de vitamina D deve ser considerada em pacientes com história de exacerbações da DPOC.
Níveis baixos de vitamina D estão associados ao aumento do risco de exacerbação da DPOC.[133] Consulte Prevenção secundária.
Resultado
pode estar baixa em pacientes com história de exacerbações da DPOC
imunoglobulinas
Exame
A avaliação dos níveis de imunoglobulinas deve ser considerada em pacientes com história de exacerbações da DPOC.
A hipogamaglobulinemia está associada com o aumento do risco de exacerbação da DPOC.[123][124][125] Níveis baixos de imunoglobulina também estão associados ao aumento da mortalidade em 1 ano.[134] Consulte Prevenção secundária.
Resultado
pode estar baixa em pacientes com história de exacerbações da DPOC
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