História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

febre

Relatada em aproximadamente 64.6% dos pacientes.[430] A evolução pode ser prolongada e intermitente, e alguns pacientes podem ter calafrios. Nas crianças, a febre pode estar ausente ou ser breve e remitir rapidamente.[564][565]Dados do UK COVID Symptom Study relatam que a febre é muito menos comum agora, em comparação com as primeiras variantes do SARS-CoV-2.[566]

tosse

Relatada em aproximadamente 53.6% dos pacientes.[430] A tosse geralmente é seca; no entanto, uma tosse produtiva foi relatada em alguns pacientes. Ela pode persistir por semanas ou meses após a infecção.[567] Dados do UK COVID Symptom Study relatam que a tosse (com ou sem catarro) é um dos sintomas mais comuns.[566]

dispneia

Relatada em aproximadamente 19.8% dos pacientes.[430] Associada a maior gravidade da doença.[568] A sibilância foi relatada em 16.9% dos pacientes.[430]

olfato/paladar alterados

A anosmia foi relatada em, aproximadamente, 18.7% dos pacientes, e a ageusia em 17.4% dos pacientes.[430] Patognomônica para as variantes do SARS-CoV-2 que circularam anteriormente, mas menos prevalente em pessoas infectadas pela variante Ômicron.​[442][569][570]​ Pode ser um sintoma inicial antes do início de outros sintomas, ou pode ser o único sintoma.[571] A maioria dos pacientes se recupera em até 30 dias.[572] No entanto, pode se desenvolver uma disfunção persistente do olfato ou paladar em aproximadamente 5% dos pacientes.[573] A maioria dos pacientes se recupera em 1 a 2 anos.[574][575]​ A parosmia (percepção equivocada de um odor) foi relatada como um sintoma de início tardio.[576] Muitos medicamentos estão associados a alterações de paladar e olfato (por exemplo, antibióticos, inibidores da ECA) e devem ser considerados no diagnóstico diferencial.[577]​ Dados do UK COVID Symptom Study relatam que o olfato alterado é um dos sintomas mais comuns.[566]

Outros fatores diagnósticos

comuns

fadiga

Relatada em aproximadamente 29.4% dos pacientes.[430] A fadiga e a exaustão podem ser extremas e prolongadas, mesmo em pacientes com doença leve.

mialgia ou artralgia

A mialgia foi relatada em, aproximadamente, 18.7% dos pacientes, e a artralgia em 7.5% dos pacientes.[430] A artrite foi relatada raramente.[578]​ Dados do UK COVID Symptom Study relatam que a mialgia é um dos sintomas mais comuns.[566]

faringite

Relatada em aproximadamente 12.4% dos pacientes.[430] Em geral apresenta-se no início da evolução clínica. Dados do UK COVID Symptom Study relatam que a faringite é um dos sintomas mais comuns.[566]

cefaleia

Relatada em aproximadamente 11% dos pacientes.[430] Dados do UK COVID Symptom Study relatam que a cefaleia é um dos sintomas mais comuns.[566]

rinorreia ou congestão nasal

A rinorreia foi relatada em aproximadamente 7% dos pacientes, e a congestão nasal em 5.1% dos pacientes.[430] Dados do UK COVID Symptom Study relatam que a rinorreia e a congestão nasal são dois dos sintomas mais comuns.[566]

espirros

Relatada em aproximadamente 4.4% dos pacientes.[430] Dados do UK COVID Symptom Study relatam que os espirros são um dos sintomas mais comuns.[566]

expectoração

Relatada em aproximadamente 23.4% dos pacientes.[430]

dor/constrição torácica

O desconforto torácico foi relatado em aproximadamente 12.7% dos pacientes, e a dor torácica em 5.8% dos pacientes.[430] Pode indicar pneumonia.

mal-estar

Relatada em aproximadamente 12.1% dos pacientes.[430]

tontura

Relatada em aproximadamente 7.2% dos pacientes.[430] Pode ser uma consequência direta do vírus afetando a função vestibular, ou pode ser um efeito indireto de hipóxia, desidratação ou febre.[579]

confusão ou delirium

A confusão foi relatada em aproximadamente 6.4% dos pacientes, e o delirium em 17.5% dos pacientes.[430] O delirium foi associado com um aumento de três vezes na mortalidade, e há maior prevalência nos indivíduos >65 anos de idade.[580] Os fatores de risco para o delirium incluem o uso de benzodiazepínicos e a falta de visitas familiares.[581]

sintomas gastrointestinais

Geralmente relatados em <20% dos pacientes. A anorexia foi relatada em 12.9% dos pacientes, a diarreia em 8.1% dos pacientes, as náuseas em 6.7% dos pacientes, os vômitos em 5.5% dos pacientes e a dor abdominal em 3.7% dos pacientes. Outros sintomas menos comuns incluem constipação, pirose, hematêmese, melena e hematoquezia[430] É mais comum em crianças.[431] Foi associada a maior gravidade da doença.[582][583][584] Os pacientes que eliminam RNA viral por via fecal por períodos prolongados podem relatar sintomas gastrointestinais continuados.[585]

sintomas cutâneos

Geralmente relatados em <20% dos pacientes. A erupção cutânea foi relatada em 14% dos pacientes, lesões semelhantes a frieiras em 24.6% dos pacientes, urticária em 16.8% dos pacientes, vesículas similares à varicela em 16.2% dos pacientes e livedo reticular em 4.6% dos pacientes. As lesões podem ser eritematosas, vesiculares, pustulares, ulcerativas, edematosas, petequiais ou pruriginosas.[430] Pode ser o único, ou o primeiro, sinal de manifestação em crianças ou adultos.[586][587][588] Há relatos de manifestações dermatológicas mucocutâneas graves e com potencial risco de vida.[589] São necessários dados adicionais para compreender melhor o envolvimento cutâneo e se existe uma relação causal, pois as evidências são conflitantes.[590][591][592]

sintomas oculares

Geralmente relatados em 5% a 20% dos pacientes. Olho seco foi relatado em 14.5% dos pacientes, lacrimejamento em 12.8% dos pacientes, prurido em 9.2% dos pacientes, dor ocular em 6.9% dos pacientes e conjuntivite em 5.5% dos pacientes. Os outros sintomas menos comuns incluem fotofobia, quemose, congestão conjuntival, visão turva e edema de pálpebra. Relativamente raro em crianças e gestantes.[430] Pode ser o sintoma manifesto inicial. Geralmente leve, sem complicações.[593] No entanto, foram relatadas complicações retinianas.[594][595][596] Foi associada ao aumento da gravidade da doença.[597]

Incomuns

sinais de pneumonia ou desconforto respiratório agudo

Sopros brônquicos podem indicar pneumonia. Taquipneia, taquicardia, estertores (na ausculta) ou cianose podem estar presentes nos pacientes com desconforto respiratório agudo.

hemoptise

Relatada em aproximadamente 1.8% dos pacientes.[430] Pode ser um sintoma de embolia pulmonar.[598]

sintomas audiovestibulares

Perda auditiva neurossensorial súbita, zumbido e vertigem rotatória foram relatados em 7.6%, 14.8% e 7.2% dos pacientes, respectivamente. Otalgia também foi relatada.[599] Os dados sobre perda auditiva neurossensorial súbita em pacientes com COVID-19 são inconsistentes e contraditórios. Portanto, ainda se desconhece se a COVID-19 contribui para a incidência de perda auditiva neurossensorial súbita.[600]

lesões na mucosa oral

Úlceras aftosas, hemorrágicas e necróticas foram relatadas em 36.3% dos pacientes. As outras lesões incluem pústulas, máculas, bolhas, enantema maculopapular e lesões semelhantes ao eritema multiforme.[601] Erupção mucocutânea infecciosa reativa associada ao SARS-CoV-2 também foi relatada.[602] Não está claro se as lesões orais são decorrentes de infecção viral, consequências sistêmicas da infecção, secundárias a comorbidades existentes ou medicamentos que o paciente possa estar usando.[603]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal