História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem uma insulinoterapia inadequada ou inapropriada, infecção (pneumonia e infecções do trato urinário são as mais comuns) e infarto do miocárdio (IAM).

Outros fatores de risco incluem outras afecções clínicas agudas ou recorrentes, incluindo pancreatite, acidentes vasculares cerebrais, acromegalia e síndrome de Cushing; o uso de medicamentos que sabidamente afetam o metabolismo de carboidratos (corticosteroides, simpatomiméticos, tiazidas, antipsicóticos de segunda geração e cocaína); e a ancestralidade negra ou hispânica.

Outros fatores diagnósticos

comuns

poliúria

Sintoma de hiperglicemia.

polifagia

Sintoma de hiperglicemia.

polidipsia

Sintoma de hiperglicemia.

perda de peso

Sintoma de hiperglicemia.

fraqueza

Sintoma de hiperglicemia.

náuseas ou vômitos

Dor abdominal, náuseas e vômitos na CAD se correlacionam ao grau de acidose e podem ser confundidos com uma crise abdominal aguda.[1]

dor abdominal

Dor abdominal, náuseas e vômitos na CAD se correlacionam ao grau de acidose e podem ser confundidos com uma crise abdominal aguda.[1]

membranas mucosas ressecadas

Sinal de depleção de volume.

turgor cutâneo diminuído

Sinal de depleção de volume.

olhos encovados

Sinal de depleção de volume.

taquicardia

Sinal de depleção de volume.

hipotensão

Sinal de depleção de volume.

respiração de Kussmaul

Respiração rápida e profunda decorrente da acidose. Comum na CAD.

hálito cetônico

Sinal de cetose. Comum na CAD.

estado mental alterado

O estado mental pode estar alterado e varia de alerta na CAD leve a letargia/coma na CAD grave. Estudos demonstram que a acidose está associada de forma independente à alteração sensorial em pacientes com CAD, mas os níveis de hiperosmolaridade e de cetonas séricas não estão associados. A combinação da hiperosmolaridade e acidose prevê uma alteração sensorial com boa sensibilidade (61%) e especificidade (87%) em pacientes com CAD.[49]

Incomuns

hipotermia

Embora uma infecção concomitante seja comum, os pacientes geralmente são normotérmicos ou hipotérmicos em virtude da vasodilatação periférica. A hipotermia grave é um sinal de prognóstico desfavorável.[50]

Fatores de risco

Fortes

insulinoterapia inadequada ou inapropriada

A redução na concentração final efetiva de insulina causa uma deficiência no metabolismo de carboidratos, lipídios e cetonas na cetoacidose diabética (CAD). A diminuição da insulina resulta em aumento da gliconeogênese, glicogenólise acelerada e deficiência na utilização da glicose por tecidos periféricos.[1]

Constatou-se que a não adesão à insulinoterapia é o principal fator desencadeante em negros e está presente em mais de 30% dos pacientes com CAD.[15][24]​​​ Fatores psicológicos e sociais podem afetar o controle glicêmico, e uma condição socioeconômica desfavorável está relacionada a um aumento do risco de CAD.[25][26]​ Uma falha em uma bomba de insulina em uso (por exemplo, devido a deslocamento, oclusão) pode resultar em um rápido desenvolvimento de CAD.[3]

infecção

O fator mais comum de precipitação da CAD é a infecção. O aumento de hormônios contrarreguladores, especialmente adrenalina, como resposta sistêmica à infecção, causa resistência insulínica, aumento da lipólise, cetogênese e depleção de volume, que podem contribuir para o desenvolvimento de crises hiperglicêmicas em pacientes com diabetes.[1]

infarto do miocárdio

Eventos cardiovasculares subjacentes, especialmente infarto do miocárdio, provocam a liberação de hormônios contrarreguladores que podem resultar em CAD em pacientes com diabetes.[1][27]

Fracos

pancreatite

Afecções como a pancreatite, caracterizada por níveis elevados de hormônios contrarreguladores e acesso comprometido à água e insulina, podem contribuir para o desenvolvimento de crises hiperglicêmicas.[1][28]

acidente vascular cerebral (AVC)

Eventos clínicos agudos, como acidentes vasculares cerebrais, com níveis aumentados de hormônios contrarreguladores e acesso comprometido a água e insulina, podem contribuir para o desenvolvimento de crises hiperglicêmicas.[1]

acromegalia

Os distúrbios hormonais em algumas glândulas endócrinas levam ao aumento de hormônios contrarreguladores e ao desenvolvimento de CAD em pacientes com diabetes concomitante.[29]

hipertireoidismo

Os distúrbios hormonais em algumas glândulas endócrinas levam ao aumento de hormônios contrarreguladores e ao desenvolvimento de CAD em pacientes com diabetes concomitante.[30]

uso de determinados medicamentos

Os medicamentos que afetam o metabolismo do carboidrato podem precipitar crises hiperglicêmicas.[17][31]​​[32][33]​ Isso pode incluir medicamentos como corticosteroides, diuréticos tiazídicos, pentamidina, simpaticomiméticos e antipsicóticos atípicos.

O abuso de cocaína pode ser um fator de risco independente associado à CAD recorrente.[16][34]​​​ O uso de cannabis (e a síndrome de hiperêmese associada) tem sido associado a um aumento do risco de CAD em adultos com diabetes do tipo 1.[3]

Os inibidores da proteína cotransportadora de sódio e glicose 2 (SGLT-2) (por exemplo, canagliflozina, dapagliflozina, empagliflozina, ertugliflozina), usados para controle glicêmico do diabetes do tipo 2 (ou, mais recentemente, redução do risco de eventos cardiovasculares), foram objeto de um alerta da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA sobre o risco de CAD.[35]​ O risco é aumentado com o uso de um inibidor de SGLT-2 em certas situações, como durante doenças graves ou em um período de jejum prolongado, ou no período perioperatório, e seu uso deve ser evitado nesses casos.[3]

A terapia com inibidores de checkpoints imunológicos para o câncer (anticorpos bloqueadores de PD-1 e PD-L1 como nivolumabe, pembrolizumabe e avelumabe) parece estar associada ao risco de CAD e diabetes mellitus do tipo 1.[36][37]

Síndrome de Cushing

O hipercortisolismo causa resistência insulínica e pode ocasionalmente desencadear a CAD em pacientes com diabetes concomitante; desencadeia de forma mais frequente o estado hiperosmolar hiperglicêmico.

Ascendência hispânica, asiática ou negra

A ancestralidade desempenha um papel importante no diabetes propenso à cetose, sendo a CAD uma manifestação inicial de diabetes do tipo 2 não diagnosticada em adultos jovens. Os indivíduos de ascendência africana e asiática podem apresentar uma forma de diabetes do tipo 2 propensa à cetose.[3]​ Aproximadamente 80% dos pacientes negros obesos com CAD têm diabetes do tipo 2 caracterizado por uma maior secreção de insulina, ausência de marcadores autoimunes e falta de associação genética do antígeno leucocitário humano (HLA), em comparação com pacientes magros com diabetes do tipo 1.[4]

cirurgia bariátrica

A CAD foi relatada em pacientes com diabetes do tipo 1 submetidos à cirurgia bariátrica.[38]

jejum prolongado ou restrição de carboidratos

O jejum aumenta o risco de desidratação, hiperglicemia e cetoacidose nas pessoas com diabetes em graus variados (dependendo do tipo de diabetes e da terapia usada, entre outras coisas).[3]​ Seguir uma dieta com teor muito baixo de carboidratos ou cetogênica em conjunto com o uso de inibidor da proteína cotransportadora de sódio e glicose 2 (SGLT-2) pode aumentar o risco de CAD.[3]

gestação

A gestação é um estado cetogênico e há risco de CAD nas gestantes com diabetes preexistente (principalmente para aquelas com diabetes do tipo 1) com níveis mais baixos de glicose (por exemplo, pode se apresentar como CAD euglicêmica).[3]

demência

As pessoas com diabetes do tipo 2 e demência têm um risco de CAD maior do que aquelas sem demência.[3]

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