Caso clínico
Caso clínico
Um homem de 20 anos chega ao pronto-socorro com dor abdominal, náuseas e vômitos com aumento de poliúria, polidipsia e torpor, desde o dia anterior. Ele recebeu o diagnóstico de diabetes do tipo 1 há 2 anos. Ele menciona que está sem insulina há 2 dias. Os sinais vitais à admissão são: PA de 106/67 mmHg, frequência cardíaca de 123 batimentos por minuto, frequência respiratória de 32 respirações por minuto, temperatura de 37.1 °C (98.8 °F). De acordo com o exame do estado mental, ele está apático. O exame físico revela uma respiração de Kussmaul (respiração profunda e rápida devida a cetoacidose) com odor de acetona e leve desconforto abdominal generalizado sem rigidez e dor à descompressão brusca. Os dados laboratoriais iniciais são: glicemia de 25.0 mmol/L (450 mg/dL), pH arterial de 7.24, PCO2 de 25 mmHg, bicarbonato de 12 mmol/L (12 mEq/L), contagem leucocitária de 18.5 × 10⁹/L (18,500/microlitro), sódio de 128 mmol/L (128 mEq/L), potássio de 5.2 mmol/L (5.2 mEq/L), cloreto de 97 mmol/L (97 mEq/L), ureia sérica de 11.4 mmol/L (32 mg/dL), creatinina de 150.3 micromoles/L (1.7 mg/dL), cetonas séricas fortemente positivas.
Outras apresentações
Atualmente, é amplamente reconhecido que o diabetes do tipo 2 inicial pode se manifestar com a cetoacidose diabética (CAD). Esses pacientes estão obesos e apresentam hiperglicemia não diagnosticada, deficiência na secreção de insulina e resistência insulínica. Entretanto, após o tratamento do episódio hiperglicêmico agudo com insulina, a função da célula beta e os efeitos da insulina melhoram, e esses pacientes são capazes de descontinuar a insulinoterapia e podem ser tratados por via oral ou com a dieta isolada, sendo que 40% permanecem insulinodependentes por 10 anos após os episódios iniciais de CAD. Esses pacientes não apresentam os achados laboratoriais autoimunes típicos do diabetes do tipo 1.[5] Esse tipo de diabetes é denominado diabetes do "tipo 1 e 1/2", ou "tipo 1 e meio", diabetes "Flatbush" ou diabetes "propenso à cetose". Por outro lado, um estado hiperosmolar extremo semelhante ao estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH) foi relatado em combinação com a CAD no diabetes de tipo 1.[6][7][8][9]
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