Investigações
Deve ser realizado um teste de glicose plasmática como uma avaliação laboratorial inicial. Na CAD, em geral, é >13.9 mmol/L (>250 mg/dL) com acidose e cetonemia.
No entanto, 10% dos pacientes com CAD apresentam glicose sanguínea <13.9 mmol/L (<250 mg/dL), que é chamada de CAD euglicêmica.[1]
elevado
A acidose é essencial para o diagnóstico da CAD. Medições do potencial hidrogeniônico (pH) arterial são necessárias para diagnosticar a CAD, mas o pH venoso é recomendado para monitorar o tratamento, em função da dor e do risco de infecção na obtenção de amostras arteriais frequentes. Uma amostra de pH venoso é geralmente 0.03 unidade menor que a de pH arterial, e essa diferença deve ser considerada.
No estado hiperosmolar hiperglicêmico, o pH arterial geralmente é >7.30 e o bicarbonato arterial é >15 mmol/L (>15 mEq/L).[1]
o pH varia de 7.00 a 7.30; o bicarbonato arterial varia de <10 mmol/L (<10 mEq/L) na CAD grave a >15 mmol/L (>15 mEq/L) na CAD leve
Existem três cetonas principais que são produzidas na CAD que podem ser medidas: acetona, acetoacetato e beta-hidroxibutirato (BOHB).
No início da CAD, a concentração de acetoacetato é baixa, mas é um importante substrato para a medição de cetonas por muitos laboratórios (método de reação de nitroprussiato). Portanto, a medição da cetona sérica por técnicas laboratoriais usuais tem alta especificidade, mas baixa sensibilidade para o diagnóstico de CAD; portanto, um teste negativo para cetonas séricas não exclui a CAD. A acetona é raramente medida devido à sua natureza volátil.[46] Por sua vez, o BOHB é um cetoácido inicial e abundante que pode representar o primeiro sinal de desenvolvimento de CAD. O teste de BOHB remoto está amplamente disponível e é altamente sensível e específico para o diagnóstico de CAD.[47]
Durante o tratamento da CAD, o BOHB é convertido em acetoacetato, que é detectado pelo método de nitroprussiato. O aumento no acetoacetato e a reação do nitroprussiato durante o tratamento da CAD pode ser confundido com um indicativo de agravamento da cetonemia.
Outra fonte potencial de erro na detecção de corpos cetônicos são os medicamentos do paciente. Alguns medicamentos, como o inibidor da enzima conversora da angiotensina (ECA) captopril, contêm grupos sulfidrila que podem reagir com o reagente no teste de nitroprussiato e fornecer um resultado falso-positivo. Portanto, critério clínico e outros testes bioquímicos são necessários em pacientes que recebem tais medicamentos.[1]
beta-hidroxibutirato elevado ≥3.8 mmol/L (≥0.04 mg/dL) em adultos ou ≥3.0 mmol/L (≥0.031 mg/dL) em crianças[50]
A glicose e as cetonas são achados típicos na CAD.[1]
positiva para glicose e corpos cetônicos; positiva para leucócitos e nitritos na presença de infecção
Elevada em virtude da depleção de volume.[1]
elevado
Elevada em virtude da depleção de volume.[1]
elevado
O sódio sérico geralmente é baixo em função do refluxo osmótico de água do espaço intracelular ao espaço extracelular na presença de hiperglicemia. O deficit total de sódio é de 7 a 10 mmol/kg (7 a 10 mEq/kg). A hipernatremia na presença de hiperglicemia na CAD indica uma depleção de volume profunda. Ou então, na presença de uma alta concentração de quilomícrons séricos, pode ocorrer a pseudonormoglicemia e a pseudo-hiponatremia na CAD.
O nível de sódio sérico corrigido deve ser avaliado, pois é usado para orientar a fluidoterapia adequada. A equação das unidades do sistema internacional (SI) é: sódio corrigido (mmol/L) = sódio medido (mmol/L) + 0.016 ([glicose (mmol/L) × 18]-100). A equação das unidades convencionais é: sódio corrigido (mEq/L) = sódio medido (mEq/L) + 0.016 (glicose [mg/dL] - 100).[1][23]
geralmente baixa
O deficit total de potássio é de 3 a 5 mmol/kg (3 a 5 mEq/kg). O potássio sérico geralmente está elevado em função do desvio extracelular de potássio causado pela insuficiência de insulina, hipertonicidade e acidemia, mas a concentração total de potássio corporal é baixa em decorrência do aumento da diurese. Portanto, um nível baixo de potássio na internação indica um grave deficit de potássio corporal total.[1][23]
geralmente elevado
O anion gap é calculado pela subtração da soma do cloreto sérico e do bicarbonato da concentração sódica medida.[ Anion gap ][1]
anion gap elevado (>10-12 mmol/L [>10-12 mEq/L])
Em pacientes com história de abuso de cocaína e com CAD, a rabdomiólise é comum; portanto, a verificação do nível de creatina fosfoquinase pode ser avaliada inicialmente em pacientes com CAD se houver indicação clínica.
Na rabdomiólise, o pH e a osmolalidade sérica geralmente têm uma discreta elevação e a glicose plasmática e as cetonas estão normais. A mioglobinúria e/ou hemoglobinúria são detectadas na urinálise.[1][23]
elevada na rabdomiólise
A glicose plasmática e as cetonas no soro estão normais na acidose láctica. O lactato sérico é >5 mmol/L na acidose láctica.[1]
elevado na acidose láctica
Utilizado para identificar doenças subjacentes como fígado gorduroso ou insuficiência cardíaca congestiva.[1]
geralmente normais
A amilase está elevada na maioria dos pacientes com CAD, mas isso pode ser decorrente de origens não pancreáticas, como as glândulas parótidas.[1]
geralmente elevada decorrente de fontes extrapancreáticas
A lipase sérica pode ser benéfica na diferenciação da pancreatite em pacientes com níveis elevados de amilase. Entretanto, discreta elevação no nível de lipase sérica na ausência de pancreatite também foi relatada em pacientes com CAD.[1]
geralmente normais
A osmolalidade sérica é variável na CAD, mas é >320 mmol/kg (320 mOsm/kg) no estado hiperosmolar hiperglicêmico.[1]
variável
A leucocitose está presente nas crises hiperglicêmicas e se correlaciona com os níveis de corpos cetônicos no sangue. No entanto, a leucocitose acima de 25 × 10⁹/L (25,000/microlitro) pode indicar infecção e necessita de avaliações adicionais.[1]
contagem de leucócitos elevada
As infecções mais comuns são pneumonia e infecções do trato urinário.[1]
pode ser compatível com pneumonia
Se clinicamente indicado, deve ser realizado para identificação de doenças cardiovasculares desencadeantes, como infarto do miocárdio (IAM) ou anormalidades eletrolíticas graves.[1]
As evidências de IAM incluem alterações nas ondas Q ou no segmento ST.
Evidências de hipocalemia (ondas U) ou hipercalemia (ondas T altas) podem estar presentes.[1]
pode mostrar evidência de infarto do miocárdio (IAM) ou hipercalemia ou hipocalemia
O IAM é um fator desencadeante comum da CAD em pacientes com diabetes.[1]
podem estar elevadas na presença de IAM
Se clinicamente indicado, investigações adicionais para sepse devem ser realizadas.[1]
positivas na presença de infecção
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