A evolução clínica natural da infecção apresenta uma variação acentuada entre as diferentes espécies virais, e de acordo com o nível de assistência médica de suporte disponível. A espécie mais letal é o Orthoebolavirus zairense, que tem uma taxa de letalidade relatada de até 90%. A taxa de letalidade média é de aproximadamente 50%, embora as taxas tenham variado de 25% a 90% em outros surtos anteriores.[3]World Health Organization. Ebola virus disease fact sheet. Apr 2023 [internet publication].
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A maioria das epidemias tem ocorrido em cenários com poucos recursos e pouca assistência de suporte; portanto, a taxa de letalidade em outros cenários pode ser <40%.[115]Fowler RA, Fletcher T, Fischer WA 2nd, et al. Caring for critically ill patients with Ebola virus disease. Perspectives from West Africa. Am J Respir Crit Care Med. 2014 Oct 1;190(7):733-7.
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Mundialmente, a taxa de letalidade combinada foi estimada em 60.6%, com base em dados de 1976 a 2022 para 16 países e 42 surtos. O Orthoebolavirus zairense apresentou a maior taxa de letalidade (66.6%), seguido pelo Orthoebolavirus sudanense (48.5%) e pelo Orthoebolavirus bundibugyoense (32.8%).[180]Izudi J, Bajunirwe F. Case fatality rate for Ebola disease, 1976-2022: a meta-analysis of global data. J Infect Public Health. 2024 Jan;17(1):25-34.
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As crianças mais jovens (<5 anos de idade) e os adultos com mais de 40 anos de idade apresentam taxa de mortalidade mais elevada em comparação a adolescentes e adultos mais jovens. As mulheres apresentam uma taxa de sobrevida ligeiramente melhor em relação aos homens.[181]WHO Ebola Response Team. Ebola virus disease among male and female persons in West Africa. N Engl J Med. 2016 Jan 7;374(1):96-8.
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Alta carga viral, lesão renal aguda e comprometimento neurológico também são preditores de desfecho desfavorável.[4]Leroy EM, Gonzalez JP, Baize S. Ebola and Marburg haemorrhagic fever viruses: major scientific advances, but a relatively minor public health threat for Africa. Clin Microbiol Infect. 2011 Jul;17(7):964-76.
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Um estudo observacional de um surto em 1995 mostrou diminuição acentuada na taxa de letalidade, de 93% para 69%, entre as fases inicial e final do surto.[182]Sadek RF, Khan AS, Stevens G, et al. Ebola hemorrhagic fever, Democratic Republic of the Congo, 1995: determinants of survival. J Infect Dis. 1999 Feb;179 Suppl 1:S24-7.
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Isso sugere que casos mais tardios foram reconhecidos mais precocemente e possivelmente receberam melhor qualidade de cuidados.
As gestantes apresentam uma alta incidência de aborto espontâneo, e a infecção é geralmente fatal nessas mulheres.[21]Chertow DS, Kleine C, Edwards JK, et al. Ebola virus disease in West Africa - clinical manifestations and management. N Engl J Med. 2014 Nov 27;371(22):2054-7.
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Dados sobre os efeitos da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) sobre o prognóstico são aguardados. Um estudo sugere que a infecção pelo vírus GB-C, um pegivírus imunomodulador presente em até 28% dos africanos ocidentais, está associada a uma melhor sobrevida na doença do Ebola aguda.[183]Lauck M, Bailey AL, Andersen KG, et al. GB virus C co-infections in West African Ebola patients. J Virol. 2015 Feb;89(4):2425-9.
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Evolução da infecção
Pacientes que acabam eventualmente por falecer tendem a desenvolver sinais clínicos no início da infecção, sendo que a morte geralmente é atribuída ao choque e insuficiência de múltiplos órgãos, geralmente ocorrendo entre os dias 6 e 16 da infecção.[4]Leroy EM, Gonzalez JP, Baize S. Ebola and Marburg haemorrhagic fever viruses: major scientific advances, but a relatively minor public health threat for Africa. Clin Microbiol Infect. 2011 Jul;17(7):964-76.
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Pacientes que acabam se recuperando apresentam febre isolada por vários dias, com melhora geralmente nos dias 6 a 11.[114]McElroy AK, Erickson BR, Flietstra TD, et al. Biomarker correlates of survival in pediatric patients with ebola virus disease. Emerg Infect Dis. 2014 Oct;20(10):1683-90.
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Indicadores prognósticos
Estudos observacionais mostraram que pacientes com doença fatal desenvolvem características avançadas de infecção (por exemplo, prostração, obnubilação, hipotensão, comprometimento neurológico) mais precocemente na evolução da infecção comparados a pacientes que sobreviveram com uma sobrevida mediana observada de 9 dias desde o início dos sintomas.[4]Leroy EM, Gonzalez JP, Baize S. Ebola and Marburg haemorrhagic fever viruses: major scientific advances, but a relatively minor public health threat for Africa. Clin Microbiol Infect. 2011 Jul;17(7):964-76.
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Lesão renal aguda e carga viral mais elevada estão correlacionadas a desfecho adverso e aumento da mortalidade.[20]Bah EI, Lamah MC, Fletcher T, et al. Clinical presentation of patients with Ebola virus disease in Conakry, Guinea. N Engl J Med. 2015 Jan 1;372(1):40-7.
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Biomarcadores como indicadores prognósticos requerem estudo adicional.[13]McElroy AK, Erickson BR, Flietstra TD, et al. Ebola hemorrhagic fever: novel biomarker correlates of clinical outcome. J Infect Dis. 2014 Aug 15;210(4):558-66.
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Recuperação e convalescença
Pacientes que ultrapassam a segunda semana de infecção têm chance >75% de sobreviver.[16]Kortepeter MG, Bausch DG, Bray M. Basic clinical and laboratory features of filoviral hemorrhagic fever. J Infect Dis. 2011 Nov;204 Suppl 3:S810-6.
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Os pacientes geralmente recebem alta da unidade de isolamento quando são capazes de deambular e cuidar de si, não apresentam sintomas significativos (por exemplo, diarreia, vômitos, sangramento) e têm 2 resultados negativos da reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa (RT-PCR) obtidos com 48 horas de diferença.[110]World Health Organization. Laboratory diagnosis of Ebola virus disease: interim guidance. September 2014 [internet publication].
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A eliminação de partículas virais no líquido seminal pode continuar por mais de um ano e meio após a recuperação.[43]Bausch DG, Towner JS, Dowell SF, et al. Assessment of the risk of Ebola virus transmission from bodily fluids and fomites. J Infect Dis. 2007 Nov 15;196 Suppl 2:S142-7.
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O vírus foi detectado no sêmen de 62% dos homens 4 a 6 meses após a recuperação da infecção aguda.[184]Deen GF, Broutet N, Xu W, et al. Ebola RNA persistence in semen of Ebola virus disease survivors - final report. N Engl J Med. 2017 Oct 12;377(15):1428-37.
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Outro estudo revelou que 63% dos homens apresentaram resultado de teste positivo para o vírus em seu sêmen 12 meses ou mais após a recuperação, com o maior intervalo entre a liberação de uma unidade de tratamento e a coleta da amostra sendo de 565 dias.[185]Soka MJ, Choi MJ, Baller A, et al. Prevention of sexual transmission of Ebola in Liberia through a national semen testing and counselling programme for survivors: an analysis of Ebola virus RNA results and behavioural data. Lancet Glob Health. 2016 Oct;4(10):e736-43.
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Também foi detectado no sêmen por até 548 dias após o início da doença em 5% dos homens.[186]Etard JF, Sow MS, Leroy S, et al; Postebogui Study Group. Multidisciplinary assessment of post-Ebola sequelae in Guinea (Postebogui): an observational cohort study. Lancet Infect Dis. 2017 May;17(5):545-52.
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A eliminação do vírus no sêmen pode ser intermitente. Um estudo relatou o reaparecimento do RNA viral no sêmen de 30 pacientes do sexo masculino após dois testes consecutivos com resultados negativos.[187]PREVAIL III Study Group, Sneller MC, Reilly C, et al. A longitudinal study of Ebola sequelae in Liberia. N Engl J Med. 2019 Mar 7;380(10):924-34.
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A transmissão sexual do vírus por um homem para sua parceira sexual foi confirmada por estudos genômicos na Libéria.[53]Mate SE, Kugelman JR, Nyenswah TG, et al. Molecular evidence of sexual transmission of Ebola virus. N Engl J Med. 2015 Dec 17;373(25):2448-54.
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os homens se submetam a exames de sêmen mensalmente, a partir de 3 meses após o início dos sintomas, e se mantenham em abstinência ou usem preservativos até realizarem dois exames negativos de sêmen com um mês entre exames (ou pelo menos 12 meses após a resolução dos sintomas).[50]World Health Organization. Clinical care for survivors of Ebola virus disease: interim guidance. Apr 2016 [internet publication].
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O vírus foi detectado no suor (até o dia 40), na urina (até o dia 30), no líquido conjuntival (até o dia 22), nas fezes (até o dia 19) e no leite materno (até o dia 17), mesmo na ausência de viremia.[188]Chughtai AA, Barnes M, Macintyre CR. Persistence of Ebola virus in various body fluids during convalescence: evidence and implications for disease transmission and control. Epidemiol Infect. 2016 Jun;144(8):1652-60.
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Pacientes que sobrevivem geralmente apresentam uma recuperação prolongada caracterizada por artralgias (76% a 77%), fadiga (69%), sintomas oculares (14% a 60%), cefaleia (48% a 54%), dor abdominal (54%), anemia (50%), distúrbios cutâneos (49%) e sintomas auditivos (24%).[189]Mattia JG, Vandy MJ, Chang JC, et al. Early clinical sequelae of Ebola virus disease in Sierra Leone: a cross-sectional study. Lancet Infect Dis. 2016 Mar;16(3):331-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26725449?tool=bestpractice.com
[190]Scott JT, Sesay FR, Massaquoi TA, et al. Post-Ebola syndrome, Sierra Leone. Emerg Infect Dis. 2016 Apr;22(4):641-6.
https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/22/4/15-1302_article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26983037?tool=bestpractice.com
[191]Tiffany A, Vetter P, Mattia J, et al. Ebola virus disease complications as experienced by survivors in Sierra Leone. Clin Infect Dis. 2016 Jun 1;62(11):1360-6.
https://academic.oup.com/cid/article/62/11/1360/1745263/Ebola-Virus-Disease-Complications-as-Experienced
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27001797?tool=bestpractice.com
Um estudo longitudinal que comparou sobreviventes positivos para anticorpos contra o vírus e contatos próximos negativos para esses anticorpos (controles) durante 12 meses constatou que seis sintomas foram relatados com mais frequência pelos sobreviventes em comparação com controles: polaciúria (14.7% versus 3.4%); cefaleia (47.6% versus 35.6%); fadiga (18.4% versus 6.3%); dor muscular (23.1% versus 10.1%); perda de memória (29.2% versus 4.8%);e dor nas articulações (47.5% versus 17.5%). Um número maior de sobreviventes também apresentou achados torácicos, abdominais, neurológicos e musculoesqueléticos anormais, em comparação com os controles.[187]PREVAIL III Study Group, Sneller MC, Reilly C, et al. A longitudinal study of Ebola sequelae in Liberia. N Engl J Med. 2019 Mar 7;380(10):924-34.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1805435
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30855742?tool=bestpractice.com
Manifestações tardias durante a convalescença podem incluir orquite, mielite, parotidite, pancreatite, hepatite e psicose.[17]Bwaka MA, Bonnet MJ, Calain P, et al. Ebola hemorrhagic fever in Kikwit, Democratic Republic of the Congo: clinical observations in 103 patients. J Infect Dis. 1999 Feb;179 Suppl 1:S1-7.
https://jid.oxfordjournals.org/content/179/Supplement_1/S1.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9988155?tool=bestpractice.com
Os sobreviventes também apresentam risco de uveíte (anterior, posterior ou panuveíte), que pode causar complicações estruturais secundárias, comprometimento da visão ou cegueira.[192]Shantha JG, Yeh S, Nguyen QD. Ebola virus disease and the eye. Curr Opin Ophthalmol. 2016 Nov;27(6):538-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27585217?tool=bestpractice.com
Um estudo retrospectivo, não controlado e transversal revelou que aproximadamente 28% dos sobreviventes desenvolveram uveíte e 3% desenvolveram neuropatia óptica. Naqueles com uveíte, revelou-se que 38.5% dos pacientes eram cegos (acuidade visual >20/400).[193]Shantha JG, Crozier I, Hayek BR, et al. Ophthalmic manifestations and causes of vision impairment in Ebola virus disease survivors in Monrovia, Liberia. Ophthalmology. 2017 Feb;124(2):170-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27914832?tool=bestpractice.com
Um sobrevivente apresentou uveíte aguda com detecção de vírus viável 14 semanas após o início da infecção e 9 semanas após a eliminação do vírus do sangue.[194]Varkey JB, Shanth JG, Crozier I, et al. Persistence of Ebola virus in ocular fluid during convalescence. N Engl J Med. 2015 Jun 18;372(25):2423-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25950269?tool=bestpractice.com
[195]Chancellor JR, Padmanabhan SP, Greenough TC, et al. Uveitis and systemic inflammatory markers in convalescent phase of Ebola virus disease. Emerg Infect Dis. 2016 Feb;22(2):295-7.
https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/22/2/15-1416_article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26812218?tool=bestpractice.com
Foram também relatadas cataratas brancas unilaterais e uma nova lesão da retina na distribuição anatômica dos axônios do nervo óptico.[196]Steptoe PJ, Scott JT, Baxter JM, et al. Novel retinal lesion in Ebola survivors, Sierra Leone, 2016. Emerg Infect Dis. 2017 Jul;23(7):1102-9.
https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/23/7/16-1608_article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28628441?tool=bestpractice.com
A etiologia dessas manifestações não está clara, mas pode estar relacionada a fenômenos imunocomplexos ou à persistência do vírus em locais imuno-privilegiados. Check-ups regulares dos sobreviventes são recomendados por, pelo menos, 18 meses após a recuperação.[186]Etard JF, Sow MS, Leroy S, et al; Postebogui Study Group. Multidisciplinary assessment of post-Ebola sequelae in Guinea (Postebogui): an observational cohort study. Lancet Infect Dis. 2017 May;17(5):545-52.
https://thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(16)30516-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28094208?tool=bestpractice.com
É provável que os sobreviventes da infecção adquiram imunidade vitalícia contra a mesma espécie de orthoebolairus. Os sobreviventes demonstraram ter respostas de células T de longa duração e um alto título constante de anticorpos neutralizantes.[197]Thom R, Tipton T, Strecker T, et al. Longitudinal antibody and T cell responses in Ebola virus disease survivors and contacts: an observational cohort study. Lancet Infect Dis. 2020 Oct 13;S1473-3099(20)30736-2.
https://www.doi.org/10.1016/S1473-3099(20)30736-2
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33065039?tool=bestpractice.com
Consequentemente, pacientes que se recuperaram da infecção são inestimáveis no tratamento de pacientes com infecções ativas. No entanto, nosso entendimento sobre a persistência viral em locais de difícil alcance permanece incompleto. Um profissional da saúde expatriado apresentou meningoencefalite (RT-PCR do LCR e plasma foram positivos para o vírus) 9 meses após recuperar-se de doença do Ebola primária grave em 2015.[198]Jacobs M, Rodger A, Bell DJ, et al. Late Ebola virus relapse causing meningoencephalitis: a case report. Lancet. 2016 Jul 30;388(10043):498-503.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4967715
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27209148?tool=bestpractice.com
Houve também relato de um caso de encefalite tardia e poliartrite,[199]Howlett P, Brown C, Helderman T, et al. Ebola virus disease complicated by late-onset encephalitis and polyarthritis, Sierra Leone. Emerg Infect Dis. 2016 Jan;22(1):150-2.
https://wwwnc.cdc.gov/eid/article/22/1/15-1212_article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26690042?tool=bestpractice.com
assim como um caso de possível transmissão de um sobrevivente com infecção persistente mais de um ano após a recuperação.[200]Dokubo EK, Wendland A, Mate SE, et al. Persistence of Ebola virus after the end of widespread transmission in Liberia: an outbreak report. Lancet Infect Dis. 2018 Sep;18(9):1015-24.
https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(18)30417-1/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30049622?tool=bestpractice.com
A possibilidade de persistência prolongada e reaparecimento tardio da doença clínica provavelmente alterará a abordagem epidemiológica e clínica dos sobreviventes que apresentarem doenças subsequentes. Essa também é uma preocupação teórica quanto ao tratamento das mulheres que engravidam logo após recuperação de uma infecção aguda.