Visão geral do vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Última revisão: 1 Mai 2023
Última atualização: 25 Out 2022

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Introdução

Condição
Descrição

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é uma doença infecciosa pandêmica com um impacto sem precedentes nas sociedades. Globalmente, estima-se que 37.7 milhões de pessoas viviam com HIV no final de 2020, com 1.5 milhão de pessoas recém-infectadas.[4] É causada por um retrovírus que infecta e se replica nos linfócitos e nos macrófagos humanos, destruindo a integridade do sistema imunológico humano ao longo de vários anos, culminando em deficiência imunológica e suscetibilidade a uma série de infecções oportunistas e outros tipos de infecções, assim como o desenvolvimento de certas neoplasias.

A gestação em mulheres com HIV é complicada não apenas pela infecção por HIV em si, mas também pelas comorbidades clínicas e psicossociais associadas ao HIV. A infecção por HIV na gestação representa uma ameaça à saúde imunológica materna e pode provocar transmissão perinatal do HIV no útero, intraparto ou por meio do aleitamento materno pós-parto.

A administração de terapia antirretroviral (TAR) para pessoas negativas para vírus da imunodeficiência humana (HIV) que possam ter sido expostas ao HIV por atividade ocupacional ou sexual. Uma vez ocorrida a exposição ao HIV, pode haver um período breve antes de a infecção se estabelecer, durante o qual a TAR pode ser bem-sucedida na prevenção da replicação viral.[5][6]

Síndromes clínicas que surgem como consequência da imunidade debilitada em estágios avançados da infecção por HIV. Essas afecções tendem a ocorrer com maior frequência em pacientes que têm uma infecção por HIV não tratada ou que não se beneficiam da terapia antirretroviral. Tuberculose, pneumonia por Pneumocystis jirovecii, candidíase, criptococose, toxoplasmose, citomegalovírus e infecções do complexo Mycobacterium avium (MAC) estão entre as infecções oportunistas relacionadas ao HIV geralmente encontradas na prática clínica.[3]

Uma das doenças definidoras mais comuns da AIDS em crianças, adolescentes e adultos.[7] É uma infecção pulmonar causada pelo organismo fúngico Pneumocystis jirovecii (antes conhecido como Pneumocystis carinii). Geralmente, ela causa doença clínica em pacientes gravemente imunocomprometidos, como pacientes positivos para vírus da imunodeficiência humana (HIV) com contagem de células CD4 <200 células/microlitro, pacientes submetidos a transplante de células hematopoiéticas, pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos ou pacientes tratados cronicamente com terapias imunossupressoras.

Uma das causas mais comuns de morte entre pacientes com AIDS em todo o mundo.[3] É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis. Em muitos pacientes, o M tuberculosis torna-se latente antes de evoluir para tuberculose ativa. Ela envolve mais comumente os pulmões e é transmissível dessa forma, mas pode afetar praticamente qualquer sistema de órgãos, incluindo os linfonodos, o sistema nervoso central, fígado, ossos, trato geniturinário e trato gastrointestinal.

O complexo Mycobacterium avium (MAC), também conhecido como Mycobacterium avium-intracellulare (MAI), consiste em 2 espécies de micobactéria, M avium e M intracellulare. Ele tradicionalmente causa 3 síndromes patológicas: doença pulmonar, linfadenite cervical e doença disseminada. As pessoas vivendo com HIV com uma contagem de CD4 <50 células/microlitro apresentam um risco aumentado de infecção.[3]

Causada pelo protozoário parasita Toxoplasma gondii. Os gatos são os hospedeiros definitivos do parasita. Os seres humanos são hospedeiros intermediários, contaminando-se pela ingestão de carne crua infectada com cistos teciduais (bradizoítos), ingestão de outros alimentos ou água contaminados com oócitos ou transmissão de taquizoítos através da placenta. A infecção em seres humanos é vitalícia e quase sempre assintomática, salvo se o paciente se tornar imunossuprimido. As pessoas vivendo com HIV com contagem de CD4 <50 células/microlitro apresentam o risco mais alto de doença sintomática.[3]

Uma infecção fúngica oportunista causada por espécies de Cryptococcus. O Cryptococcus neoformans variante grubii e p Cryptococcus neoformans causam morbidade e mortalidade, especialmente em populações imunossuprimidas, tais como aquelas com HIV. Os pacientes com comprometimento da imunidade celular apresentam maior risco de contrair criptococose, particularmente aqueles com contagem de CD4 <100 células/microlitro.[3]

O citomegalovírus (CMV) é um vírus beta-herpes ubíquo que infecta a maioria dos seres humanos. A infecção primária nos indivíduos com função imunológica normal é geralmente assintomática. Após a infecção primária, o CMV estabelece um estado de latência vitalício em várias células hospedeiras, com reativações subclínicas periódicas que são controladas por um sistema imunológico funcionante. Quando a reativação (ou infecção primária) ocorre em pacientes com função imune gravemente comprometida (pacientes transplantados ou com síndrome de imunodeficiência adquirida [AIDS] e com uma contagem de CD4 <50 células/microlitro), muitas vezes acontece uma replicação descontrolada do CMV, o que causa manifestações clínicas caracterizadas por febre, supressão da medula óssea e doença com invasão tecidual.[8][9]

Uma das infecções oportunistas mais diagnosticadas entre pessoas vivendo com HIV, principalmente em pacientes com contagem de CD4 <200 células/microlitro.[3] Envolve uma infecção local de tecidos orais por leveduras do gênero Candida, principalmente C albicans. Embora a Candida seja considerada parte da flora normal nos tratos gastrointestinal e geniturinário em humanos, ela pode causar infecção local nas membranas mucosas (candidíase orofaríngea, esofagite, vulvovaginite), invasão focal (endoftalmite, meningite, endocardite) e disseminação (candidemia).

É a neoplasia mais comum que surge em indivíduos com HIV. É uma neoplasia vasoformadora de baixo grau associada à infecção por herpes-vírus humano tipo 8 (HHV-8, também conhecido como herpes-vírus do sarcoma de Kaposi).[10] As lesões costumam envolver locais mucocutâneos, mas podem se estender e acabar envolvendo linfonodos e órgãos viscerais. As lesões cutâneas evoluem de uma mancha inicial para uma placa e, mais tarde, para nódulos tumorais ulcerativos.

As manifestações cutâneas frequentemente refletem o estado imunológico e podem oferecer esclarecimentos sobre o prognóstico em longo prazo dos pacientes infectados por HIV. As etiologias de diferentes doenças que envolvem todo o espectro da pele e do HIV variam, mas uma distinção etiológica útil é que algumas doenças cutâneas são bastante específicas ao HIV (por exemplo, sarcoma de Kaposi, leucoplasia pilosa oral, erupção pruriginosa papular do HIV, fotodermatite do HIV) e outras doenças cutâneas podem surgir em populações não infectadas por HIV, mas com apresentação alterada quando o HIV está presente.

As causas de alteração no estado mental na infecção por HIV incluem as afecções agudas (que frequentemente representam infecções oportunistas relacionadas ao HIV ou doença sistêmica associada) e as doenças neurocognitivas ou comorbidades psicológicas mais progressivas. Podem surgir questões neuropsicológicas como um efeito direto da infecção por HIV: por exemplo, como parte de um espectro de transtornos neurocognitivos associados ao HIV ou como uma comorbidade psiquiátrica (por exemplo, depressão ou abuso de álcool/substâncias).

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