Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

contagem celular do líquido cefalorraquidiano (LCR) e diferencial

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Uma punção lombar para obter LCR é a investigação mais importante quando há suspeita de diagnóstico de meningite bacteriana; no entanto, se a punção lombar for adiada (por exemplo, devido à espera de exames de imagem), isso não deve atrasar o início dos antibióticos.[59]

Na meningite bacteriana não tratada, achados típicos no LCR incluem pleocitose, tipicamente com contagem de leucócitos >1.0 × 10⁹/L (>1000 células/microlitro) e predominância de leucócitos polimorfonucleares.

Mais de 90% dos pacientes apresenta contagem de leucócitos no LCR >0.1 × 10⁹/L (>100/microlitro).[43] No entanto, a contagem de leucócitos no LCR pode ser normal na fase inicial da doença e em neonatos.[65]


Punção lombar diagnóstica em adultos: demonstração animada
Punção lombar diagnóstica em adultos: demonstração animada

Como realizar uma punção lombar diagnóstica em adultos. Inclui uma discussão sobre o posicionamento do paciente, a escolha da agulha e a medição da pressão de abertura e fechamento.


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pleocitose polimorfonuclear

proteína do líquido cefalorraquidiano (LCR)

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Na meningite bacteriana, o nível de proteína no LCR geralmente está elevado (>1.5 g/L; normal <0.5 g/L).[93]

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elevado

glicose do líquido cefalorraquidiano (LCR)

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Na meningite bacteriana, a concentração de glicose no LCR é 2.5 mmol/L (<45 mg/dL) ou <40% da glicose sérica medida simultaneamente.[43]

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baixa

coloração de Gram do líquido cefalorraquidiano (LCR)

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Uma coloração de Gram geralmente identifica o organismo em 80% dos casos.[43][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Bactérias da espécies de Streptococcus com coloração de GramCDC Public Health Image Library [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7636d2fd

No entanto, o rendimento diagnóstico pode ser menor em pacientes que receberam antibióticos antes da obtenção das culturas.

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positiva

cultura do líquido cefalorraquidiano (LCR)

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A cultura bacteriana do LCR é positiva em 80% dos casos não tratados.[43]

No entanto, o rendimento diagnóstico pode ser menor em pacientes que receberam antibióticos antes da obtenção das culturas.

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positiva

detecção de antígeno no líquido cefalorraquidiano (LCR)

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O antígeno polissacarídeo dos sorogrupos A, B, C, Y e W-135 pode ser detectado pelo teste de aglutinação em látex em 22% a 93% dos pacientes com meningite meningocócica.[4] O antígeno pode permanecer no LCR por vários dias, o que torna esse teste útil em pacientes tratados com antibióticos antes da obtenção de espécimes para diagnóstico, e no diagnóstico presuntivo de infecção meningocócica. Os polissacarídeos do sorogrupo B da Neisseria meningitidis e o sorotipo K1 da Escherichia coli reagem de forma cruzada, portanto os resultados do teste devem ser interpretados com cautela em neonatos. Não se recomenda realizar testes de detecção de antígenos em outros fluidos corporais além do LCR, incluindo soro e urina, devido à sua baixa sensibilidade e especificidade.

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antígeno polissacarídeo capsular da N meningitidis

hemocultura

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Realizada preferencialmente antes da administração de antibióticos. No entanto, a coleta de sangue para cultura não deve protelar a administração de antibióticos. Os resultados das hemoculturas podem ser influenciados por terapêutica antimicrobiana prévia. Por exemplo, em uma revisão retrospectiva, as hemoculturas foram positivas em, aproximadamente, 50% dos pacientes não tratados com doença meningocócica, mas em apenas 5% dos pacientes que receberam antibiótico antes da internação.[79]

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positiva

hemograma completo e diferencial

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Pacientes com meningite bacteriana podem ter leucócitos elevados com predominância polimorfonuclear. Pacientes com infecções rapidamente progressivas, no entanto, podem inicialmente ter leucócitos normais. Neutropenia não é incomum em infecções graves. A trombocitopenia e a anemia leve são comuns.

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leucocitose, anemia, trombocitopenia

proteína C-reativa

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A proteína C-reativa sérica tende a ser elevada em pacientes com meningite bacteriana.

Em pacientes nos quais a coloração de Gram do líquido cefalorraquidiano (LCR) for negativa e o diagnóstico diferencial estiver entre meningite bacteriana e meningite viral, uma concentração normal de proteína C-reativa sérica descarta meningite bacteriana com aproximadamente 99% de certeza.[80][81]

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alta

eletrólitos, cálcio (Ca), magnésio (Mg), glicose

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Os pacientes com meningite bacteriana grave frequentemente têm anormalidades metabólicas, principalmente acidose, hipocalemia, hipoglicemia e hipocalcemia.

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acidose, Ca/Mg baixo ou hiper/hipoglicemia

perfil de coagulação (tempo de protrombina, razão normalizada internacional [INR], tempo de tromboplastina parcial [TTP] ativada, fibrinogênio, produtos de degradação da fibrina)

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A coagulopatia é comum em infecções de meningite graves. A coagulação intravascular disseminada (CIVD) é causada por deficiências adquiridas de proteína C, proteína S e antitrombina III, aumentos no inibidor do ativador de plasminogênio e no inibidor de fibrinólise ativável por trombina e pela ativação reduzida da proteína C nas células endoteliais.

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evidência de CIVD (tempo de trombina prolongado, produtos de degradação da fibrina elevados ou dímero D, fibrinogênio ou níveis de antitrombina diminuídos)

tomografia computadorizada (TC) do crânio

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Deve-se considerar a realização de uma TC do crânio antes da punção lombar na presença de deficit neurológico focal, ocorrência de novo episódio de convulsões, papiledema, estado mental alterado ou imunocomprometimento, a fim de excluir a presença de abscesso cerebral ou edema cerebral generalizado.[59]

Imagens do crânio podem ser utilizadas para identificar condições subjacentes e complicações associadas à meningite.

Infarto encefálico, edema cerebral e hidrocefalia são achados comuns, especialmente na meningite pneumocócica.[85]

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pressão intracraniana normal ou elevada na presença de outras patologias

reação em cadeia da polimerase

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A amplificação por reação em cadeia da polimerase do DNA bacteriano presente no sangue e no líquido cefalorraquidiano (LCR) é mais sensível e específica que as técnicas microbiológicas tradicionais. Esse exame é útil para distinguir a meningite bacteriana da meningite viral.

A PCR também pode ajudar no diagnóstico da meningite bacteriana em pacientes que haviam sido tratados anteriormente com antibióticos.[73]

O ensaio da reação em cadeia da polimerase em tempo real pode identificar o sorogrupo (Neisseria meningitidis) ou sorotipo (Haemophilus influenzae) específico a partir de isolados clínicos (normalmente sangue ou LCR).[94]

A reação em cadeia da polimerase multiplex (como o painel QIAstat-Dx Meningitis/Encephalitis [ME] ou o painel BioFire FilmArray ME) é usada para rastrear rapidamente múltiplos patógenos causadores em uma única reação.[76][77][78]

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positiva

Investigações a serem consideradas

ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio

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Esse tipo de exame de imagem deve ser utilizado se houver sinais neurológicos focais.

Imagens do crânio podem ser utilizadas para identificar condições subjacentes e complicações associadas à meningite.

Infarto encefálico, edema cerebral e hidrocefalia são achados comuns, especialmente na meningite pneumocócica.[85]

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normal ou evidência de lesão intracraniana na presença de outras patologias

Doppler transcraniano

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Pode ser considerado se houver preocupações com vasculopatia associada à meningite bacteriana.[86]

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estenose arterial intracraniana da artéria cerebral média e isquemia são os achados mais comuns na meningite aguda

procalcitonina sérica

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Apresenta sensibilidade e especificidade acima de 90% quando utilizada para distinguir a meningite bacteriana da meningite viral.[82][83][84]

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normal ou elevado

Novos exames

proteína ligante de heparina (PLH)

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Pode ter um papel como um possível biomarcador rápido para infecções bacterianas. Em estudos de revisão sistemática e metanálise, a PLH mostrou alta precisão diagnóstica de infecções bacterianas, incluindo infecção do trato urinário e meningite. Entretanto, mais estudos são necessários para determinar seu valor prognóstico e se ela pode orientar a antibioticoterapia.[87]

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elevada nas infecções bacterianas

testes rápidos de antígeno no líquido cefalorraquidiano (LCR)

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Podem ser úteis na triagem de meningite pneumocócica.

Uma grande revisão sistêmica e metanálise analisou o uso de testes rápidos de antígeno no LCR para triagem e diagnóstico de meningite pneumocócica. Os estudos descobriram que os testes rápidos de antígeno têm sensibilidade e especificidade de 99.5% (intervalo de confiança [IC] de 95%: 92.4% a 100%) e 98.2% (IC de 95%: 96.9% a 98.9%), respectivamente. Estudos adicionais são necessários para investigar a precisão para se descartar meningite pneumocócica com base nos resultados desses testes.[88]

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sequenciamento metagenômico de nova geração (mNGS)

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É uma técnica diagnóstica que sequencia todo o DNA e RNA em uma amostra para identificar micróbios. Uma revisão sistemática e metanálise mostraram que, em casos de meningoencefalite bacteriana inexplicada, o mNGS de amostras de líquido cefalorraquidiano ofereceu uma vantagem sobre os métodos convencionais, especialmente em casos complexos quando um patógeno raro está implicado ou o paciente está tomando antibióticos.[89]

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