Diagnósticos diferenciais

Doença do coronavírus 2019 (COVID-19)

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Residência/viagem para um país/área ou território com transmissão local ou contato próximo com um caso confirmado, ou provável de COVID-19 nos 14 dias anteriores ao início dos sintomas.

Os sinais e sintomas são semelhantes, e por isso pode ser difícil de se diferenciar clinicamente essas condições. Mantenha um alto índice de suspeita de COVID-19 em pacientes com DPOC que apresentam sintomas de exacerbação, especialmente se acompanhados de febre, alteração do paladar ou olfato ou queixas gastrointestinais.[1]

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Reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa em tempo real: positiva para RNA de síndrome respiratória aguda grave por coronavírus 2 (SARS-CoV-2).

Exacerbação aguda da asma

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O aumento da tosse pode ser o primeiro sintoma de uma exacerbação da asma. Pergunte sobre a presença de aperto no peito.

Pode ocorrer piora progressiva do sibilo e da dispneia. Avalie o uso de músculos acessórios, taquipneia e taquicardia.

Os principais fatores de risco incluem: infecção viral, exposição à fumaça de cigarro, exposição a alérgenos, eczema atópico, irritantes ambientais, baixa qualidade do ar interno, doença do refluxo gastroesofágico, histórico de asma, uso de corticosteroides orais e não adesão à medicação para asma.

Investigações

A extensão da exacerbação da asma pode ser determinada medindo o pico de fluxo como uma porcentagem do valor normal: leve > 80%; moderado 60% a 80%; grave < 60%.

Os valores de saturação de oxigênio medidos pela oximetria de pulso variam com o grau de exacerbação: leve > 95%; moderada 91% a 95%; grave < 90%.

O tratamento com um broncodilatador de ação curta também pode ser usado como um ensaio diagnóstico. A ausência de resposta é extremamente incomum e sugere que a condição não é causada pela asma.

Insuficiência cardíaca congestiva

SINAIS / SINTOMAS
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Os pacientes com insuficiência cardíaca congestiva sistólica esquerda ou biventricular geralmente têm uma história de insuficiência cardíaca. A insuficiência cardíaca diastólica subjacente em geral é pouco reconhecida.

O exame físico pode reconhecer sinais consistentes com a insuficiência cardíaca, como pressão venosa jugular elevada, sons cardíacos extras, murmúrios vesiculares com estertores acima das bases dos pulmões, sibilância e edema depressível dependente.[117] Pode ser difícil distinguir a insuficiência cardíaca, principalmente a insuficiência cardíaca esquerda, de uma exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

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Imagens do tórax podem mostrar um aumento da área cardíaca, congestão vascular pulmonar e/ou derrames pleurais. Os níveis de peptídeo natriurético do tipo B estão muitas vezes elevados.[118][119] Um ecocardiograma pode ser usado para determinar a função cardíaca.

Pneumonia

SINAIS / SINTOMAS
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Muitos aspectos das exacerbações agudas, incluindo dispneia, tosse e produção de expectoração, podem ser encontrados em pacientes com pneumonia e muitas vezes não é possível chegar ao diagnóstico diferencial sem imagens do tórax.

Cerca de 10% a 15% dos pacientes que apresentam aparente exacerbação aguda são diagnosticados com pneumonia ou outras anormalidades identificadas por imagens do tórax.[120][121][122] Em geral, pacientes com pneumonia apresentam febre alta, início mais agudo da doença e doença aguda com maior gravidade em comparação com pacientes com DPOC sem pneumonia.[120][123] A presença de pneumonia como causa de uma descompensação respiratória em um paciente com DPOC não implica necessariamente na presença de uma exacerbação em si da DPOC (por exemplo, a presença de piora da limitação do fluxo aéreo relacionada à inflamação e/ou à broncoconstrição das vias aéreas) e, deste modo, deve-se considerar cuidadosamente se corticosteroides sistêmicos são necessários para esses pacientes.

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Imagens do tórax em pacientes com pneumonia devem identificar mudanças consistentes com um processo infiltrante no parênquima pulmonar.

Derrame pleural

SINAIS / SINTOMAS
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Derrames pleurais podem exacerbar a dispneia em pacientes com DPOC. O exame físico pode demonstrar murmúrio vesicular diminuído ou ausente com macicez à percussão, relacionado ao derrame pleural.

Investigações

É recomendada a realização de exames de imagem do tórax.

Pneumotórax

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Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) que apresentam pneumotórax podem ou não exibir sinais ou sintomas adicionais sugestivos de uma infecção do trato respiratório, mas sua manifestação pode espelhar, de forma muito próxima, uma exacerbação aguda. É possível identificar murmúrio vesicular diminuído no lado afetado e pode haver presença de desvio da traqueia no lado oposto ao afetado e/ou hipotensão, em pacientes com pneumotórax hipertensivo.

Investigações

É recomendada a realização de exames de imagem do tórax para excluir um possível pneumotórax em pacientes com episódios de intensidade maior que leve.[124]

Embolia pulmonar

SINAIS / SINTOMAS
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Clinicamente, a embolia pulmonar pode apresentar sinais e sintomas similares aos de uma exacerbação aguda da DPOC, sendo difícil distingui-los.[125] Deve-se considerar a embolia pulmonar uma causa dos sintomas agudos caso nenhum outro fator desencadeante da exacerbação esteja evidente. Pessoas com doença tromboembólica ou malignidade subjacente prévias podem apresentar um risco específico.[125]

Uma pressão arterial sistólica baixa e/ou a incapacidade de aumentar a PaO2 > 60 mmHg com oxigênio podem indicar a presença de embolia pulmonar.

Investigações

A embolia pulmonar pode ser diagnosticada em pacientes com DPOC por meio de exame do dímero D, angiografia por tomografia computadorizada helicoidal ou angiografia pulmonar. A seleção de exames deve ser baseada na especialidade do local. Devem ser considerados Dopplers dos membros inferiores para avaliar trombose venosa profunda.

Isquemia cardíaca

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Clinicamente, pode ser difícil de distinguir. A dor torácica pode ser mais aparente, com radiação para baixo no lado esquerdo. Podem ocorrer náuseas, dor na mandíbula e/ou diaforese.

Investigações

Deve ser realizado um eletrocardiograma, especialmente nos pacientes que precisem de hospitalização para tratar uma exacerbação aguda da DPOC, para identificar possível isquemia cardíaca e arritmias.[1]

Arritmia cardíaca

SINAIS / SINTOMAS
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Os achados que permitem o diagnóstico diferencial podem incluir palpitações, tontura, perda de consciência e/ou colapso.

Investigações

Deve ser realizado um eletrocardiograma, especialmente em pacientes que precisem de hospitalização para tratar uma exacerbação aguda da DPOC ou que estejam apresentando palpitações ou tontura, para identificar possível isquemia cardíaca e arritmias.[1]

Obstrução das vias aéreas superiores

SINAIS / SINTOMAS
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Uma obstrução das vias aéreas de grosso calibre tipicamente se manifesta com dispneia e sibilos (em particular durante os esforços físicos e com manobra de expiração forçada), sendo muitas vezes confundida com exacerbações refratárias da DPOC; a obstrução variável das vias aéreas superiores intratorácicas geralmente é causada por traqueobroncomalácia, por um objeto aspirado ou por tumor nas vias aéreas centrais; a obstrução variável extratorácica das vias aéreas superiores geralmente é causada por paralisia nas pregas vocais, assim como por inflamação e inchaço dos tecidos moles perilaríngeos e espasmos intermitentes das cordas vocais, associados à doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), à apneia obstrutiva do sono não diagnosticada ou não tratada e ao gotejamento pós-nasal crônico; a obstrução fixa das vias aéreas superiores pode ser causada por estenose da traqueia (por exemplo, decorrente de intubação prévia para ventilação mecânica), por compressão extrínseca das vias aéreas centrais (por exemplo, linfadenopatia ou massa) ou por um grande tumor nas vias aéreas; a ausculta da laringe, traqueia e brônquios principais, durante a respiração silenciosa e a exalação forçada, ou manobra de hiperpneia, deve ser feita para avaliar a presença de obstrução das vias aéreas superiores; a resolução completa da sibilância, durante respiração silenciosa de descanso que está presente o esforço ou durante a manobra de exalação forçada, contraria a presença de broncoconstrição relacionada à exacerbação da DPOC.

Investigações

A espirometria com circuito de volume e fluxo pode identificar a presença de obstrução das vias aéreas superiores; quando houver suspeita de traqueobroncomalácia, a tomografia computadorizada (TC) com visão da inspiração e expiração ou uma inspeção com broncoscopia direta das vias aéreas poderão apontar o diagnóstico.

Oxigenoterapia inadequada

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SINAIS / SINTOMAS

Embora a oxigenoterapia seja claramente indicada para muitos pacientes com DPOC e exacerbações agudas, o oxigênio em excesso pode levar a uma maior degradação da fisiologia respiratória do paciente. A exposição ao oxigênio leva à diminuição da vasoconstrição hipóxica das artérias que suprem espaços pouco ventilados, aumentando o grau de desequilíbrio da relação V/Q e/ou do shunt pulmonar.[126][127] Um excesso de oxigênio também pode diminuir a capacidade dos eritrócitos de transportar CO2 (efeito Haldane).[128] Essas mudanças podem resultar na piora da hipercapnia e da acidose respiratória do paciente. Pacientes selecionados, com comprometimento do estímulo respiratório, também podem evoluir com piora da hipercapnia.

Investigações

A gasometria arterial deve ser realizada em pacientes que são hipoxêmicos ou que estão recebendo oxigenoterapia e que apresentam exacerbação aguda aparente da DPOC.

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