Obstrução das vias aéreas centrais

A obstrução central das vias aéreas (OCVA) pode se apresentar de diversas formas e os pacientes são frequentemente diagnosticados de forma errônea com asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). É necessário um alto grau de suspeita para determinar o diagnóstico.

A abordagem ao paciente deve ser rápida, mas com atenção especial à proteção das vias aéreas. Uma vez que isso tenha sido alcançado, uma variedade de intervenções nas vias aéreas, incluindo broncoscopia, esvaziamento mecânico, broncoplastia com balão e colocação de endoprótese, pode ser empregada.

Radiografia simples e tomografia computadorizada (TC) do tórax, assim como curvas fluxo-volume, são testes auxiliares úteis.

O diagnóstico definitivo exige uma broncoscopia diagnóstica que permita a inspeção das vias aéreas e a avaliação da lesão ou do corpo estranho, a remoção de secreções e a biópsia diagnóstica, a ser executada quando for indicado. Nas mãos de um broncoscopista experiente, o manejo endoscópico agressivo não impossibilita procedimentos cirúrgicos futuros, caso necessário.

Uma abordagem multidisciplinar para o tratamento, com o envolvimento de um pneumologista, otorrinolaringologista, cirurgião torácico, radiologista torácico e broncoscopista intervencionista, é fundamental para o sucesso em curto e longo prazo.

A distinção entre OCVA maligna e a não maligna é muito importante, pois isso afeta o prognóstico e a abordagem terapêutica. Em caso de suspeita ou confirmação de malignidade, deve-se procurar a opinião de um oncologista e de um rádio-oncologista.

A ressecção cirúrgica pode ser considerada em pacientes com probabilidade de tolerar a cirurgia que se apresentem com doenças benignas ou malignidades ressecáveis. A opinião de um cirurgião torácico com experiência em doenças complexas das vias aéreas é inestimável.

A obstrução central das vias aéreas (OCVA) refere-se a uma variedade de processos obstrutivos que impedem o fluxo aéreo no interior das vias aéreas centrais, traqueia e brônquios principais. A OCVA pode ser secundária a uma doença maligna ou benigna e representa uma fonte significativa de morbidade e mortalidade, com um impacto expressivo na qualidade de vida. Uma vez que a OCVA se apresenta frequentemente com insuficiência respiratória que acarreta risco de vida, alguns especialistas recomendam que a expressão não maligna seja usada, em vez de benigna.[1]Ernst A, Feller-Kopman D, Becker HD, et al. Central airway obstruction. Am J Respir Crit Care Med. 2004;169:1278-1297. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15187010?tool=bestpractice.com