Visão geral do diabetes

Última revisão: 23 Jun 2024
Última atualização: 28 Mar 2023

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Introdução

CondiçãoDescrição

Diabetes mellitus do tipo 2 em adultos

Doença comum caracterizada por resistência insulínica e deficiência relativa de insulina. A maioria dos pacientes é assintomática e é diagnosticada por meio de rastreamento (glicemia de jejum, hemoglobina A1c e/ou teste oral de tolerância à glicose anormais).[1]Os fatores de risco fortes incluem idade avançada, sobrepeso/obesidade, sedentarismo, diabetes mellitus gestacional anterior, pré-diabetes, ascendência não branca, história familiar de diabetes ou síndrome dos ovários policísticos.[1]

Diabetes mellitus do tipo 1

Caracterizada por deficiência absoluta de insulina. Geralmente se desenvolve como resultado da destruição autoimune das células beta pancreáticas em indivíduos geneticamente suscetíveis.[2]​ O diabetes do tipo 1 pode ser diagnosticado em qualquer idade, mas a incidência mais elevada é observada em crianças de 10-14 anos de idade.[2] Com mais frequência, os pacientes apresentam-se com poliúria, polidipsia, perda de peso e fraqueza durante alguns dias ou semanas. Alguns pacientes podem apresentar cetoacidose diabética.

Diabetes do tipo 2 em crianças

A obesidade, levando à resistência insulínica, é a causa principal de diabetes do tipo 2 em crianças. A incidência de diabetes do tipo 2 em jovens (entre 10 e 19 anos de idade) está aumentando.[3] Comumente acompanhada de acantose nigricans (90% a 95% dos pacientes).[4]

Diabetes mellitus gestacional (DMG)

O DMG se desenvolve durante a gestação e é diagnosticado com base em níveis elevados de glicose plasmática, embora os critérios diagnósticos precisos continuem controversos. Os fatores de risco para DMG incluem idade materna avançada (>40 anos), obesidade, história pessoal de diabetes gestacional ou macrossomia em gestação anterior, síndrome dos ovários policísticos, ascendência não branca e história familiar de diabetes mellitus do tipo 2.[1][5][6] É alto o risco de recorrência de diabetes mellitus gestacional (DMG) em gestações subsequentes ou progressão para diabetes do tipo 2.

Cetoacidose diabética (CAD)

A cetoacidose diabética (CAD) e o estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH) são emergências metabólicas agudas. A CAD é caracterizada pela deficiência absoluta de insulina e é a complicação hiperglicêmica aguda mais comum do diabetes do tipo 1.[7] O sucesso do tratamento inclui a correção da depleção de volume, da cetogênese, da hiperglicemia, dos desequilíbrios eletrolíticos e dos eventos desencadeantes de comorbidade (por exemplo, infecção), com monitoramento frequente.

Estado hiperosmolar hiperglicêmico

Hiperglicemia grave, hiperosmolalidade e depleção de volume, na ausência de cetoacidose grave.[7] Ocorre mais comumente em pacientes com idade mais avançada com diabetes do tipo 2, com alta mortalidade. O tratamento inclui a correção de deficit de fluidos e das anormalidades eletrolíticas, e administração intravenosa de insulina.

Doença cardiovascular diabética

A doença cardiovascular é a principal causa de morte em pessoas com diabetes. Pessoas com diabetes apresentam um risco até quatro vezes maior de AVC e têm uma probabilidade duas vezes maior de morrer após um infarto do miocárdio que pessoas sem diabetes.[8][9]​ As modificações dos fatores de risco cardiovasculares (por exemplo, hipertensão, dislipidemia) são questões importantes no tratamento em longo prazo.​[1][10]​​

Doença renal diabética

Definida por albuminúria (aumento da excreção urinária da albumina definido como ≥3.4 mg/mmol [30 mg/g]) e redução progressiva estimada na taxa de filtração glomerular (TFGe) quando o diabetes for de longa duração (>10 anos de duração do diabetes do tipo 1; pode estar presente ao diagnóstico do diabetes do tipo 2) e tipicamente associada a retinopatia.[1]​ Os sintomas podem estar ausentes até que a doença esteja avançada. 

Neuropatia diabética

A complicação crônica mais comum do diabetes, que afeta diferentes partes do sistema nervoso e apresenta-se com diferentes manifestações clínicas.[11] A neuropatia periférica pode se manifestar como dor, perda de sensibilidade, úlceras indolores em pontos de pressão, embora muitos pacientes sejam assintomáticos.  

Complicações do pé diabético

Engloba as condições da úlcera do pé diabético (ou seja, uma ruptura na pele que inclui, no mínimo, a epiderme e parte da derme e ocorre abaixo/distal aos maléolos nos indivíduos com diabetes) e infecções do pé diabético (isto é, qualquer infecção óssea ou nos tecidos moles que ocorre no pé diabético, inclusive osteomielite). A prevenção e/ou recuperação das úlceras ajuda a evitar infecções e, portanto, minimizam o risco de perda do membro.[12][13]

Retinopatia diabética

A manifestação retiniana progressiva crônica do dano vascular hiperglicêmico e da alteração neurodegenerativa. Sua prevalência aumenta com a duração do diabetes.[1]​ Os sinais que indicam risco à visão incluem edema macular, surgimento de novos vasos na retina ou no disco óptico e hemorragia vítrea.

Gerenciamento da glicemia em pacientes hospitalizados

Refere-se à identificação e ao tratamento da hiperglicemia no cenário da doença aguda em pacientes hospitalizados, tanto com diabetes preexistente quanto com hiperglicemia de início recente. O desenvolvimento de hiperglicemia durante uma afecção clínica ou cirúrgica aguda não é uma condição fisiológica ou benigna, mas um marcador de maus desfechos clínicas e maior mortalidade.[14]

Síndrome metabólica

Um conjunto de anormalidades comuns, incluindo resistência insulínica, intolerância à glicose, obesidade abdominal, níveis reduzidos de colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), triglicerídeos elevados e hipertensão.[15][16]​ O principal meio para diagnosticar a síndrome metabólica é a identificação de pessoas com alto risco de doença cardiovascular, além dos níveis de colesterol de lipoproteína de baixa densidade. No entanto, existe uma grande controvérsia sobre se um diagnóstico de síndrome metabólica fornece informações mais úteis que seus componentes individuais sobre o risco cardiovascular.

Diabetes insípido (DI)

Caracterizado por polidipsia, poliúria e formação de urina inadequadamente hipotônica (diluída). O diabetes insípido (DI) central é decorrente de defeitos na síntese na liberação de arginina-vasopressina (AVP).[17] O DI nefrogênico é decorrente da insensibilidade renal à AVP.[18]

Colaboradores

Autores

Editorial Team

BMJ Publishing Group

Declarações

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