Epidemiologia

Na era pré-vacina, o sarampo era comum; a Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que ocorriam grandes epidemias a cada 2 a 3 anos, com 30 milhões de infecções e mais de 2 milhões de mortes relacionadas ao sarampo por ano no mundo todo.[2]​ Nos EUA, aproximadamente 500,000 casos de sarampo e 500 mortes eram relatadas anualmente; estima-se que no número real de casos era de 3 a 4 milhões anualmente, sendo mais de 90% em crianças com menos de 15 anos.[3] A vacina contra o sarampo foi introduzida em 1963, ocasionando mais de 95% de redução nas notificações de casos de sarampo. As epidemias ocorreram com menos frequência, afetando uma maior proporção de lactentes, adolescentes e adultos. O sarampo foi declarado uma doença não endêmica nos EUA no ano 2000.

O sarampo continua sendo uma infecção comum ao redor do mundo. Após uma queda global entre 2000 e 2016, os relatos de sarampo aumentaram nas seis regiões da OMS de 2017 a 2019. Em 2019 foram relatados 869,770 casos, o maior número de casos relatados desde 1996.[4] A mortalidade global estimada por sarampo também aumentou quase 50%, com 207,500 mortes em 2019. Acredita-se que a não vacinação oportuna com as duas doses da vacina contra sarampo seja a principal causa desses aumentos.[4] A maioria dos casos de morbidade e mortalidade devido ao sarampo ocorre em países em desenvolvimento com uma infraestrutura de saúde deficiente.[2]​ Os números de casos de sarampo relatados foram menores em 2020-2022 no mundo todo, mas a OMS e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças relatam que o progresso em direção à eliminação do sarampo continua a diminuir após a interrupção das campanhas contra o sarampo durante a pandemia de COVID-19, com apenas 81% das crianças recebendo a primeira dose da vacina contra o sarampo em 2021 e 84% em 2022.[5][6]​​​

Em 2019, nos EUA, foram relatados 1274 casos, o que representa um drástico aumento no número de casos em relação aos 375 casos em 2018 e o maior número de casos relatado nos EUA desde 1992.[7]​ O elevado número de casos em 2019 decorreu de alguns surtos grandes ligados a pessoas que voltaram de viagens a outros países onde ocorriam surtos de sarampo; a maioria das infecções se deu em pessoas não vacinadas.[7]​ Em 2018, a OMS informou que o sarampo apresentou efeito rebote na região europeia da OMS.[8] Após uma baixa recorde de 5273 casos em 2016, mais de 82,500 crianças e adultos em 47 países da Região Europeia contraíram sarampo em 2018 e 72 crianças e adultos morreram em consequência da infecção.[9] Em 2019, a OMS anunciou que quatro países da região europeia (Reino Unido, Albânia, República Tcheca, Grécia) perderam o status de país livre de sarampo.[10] De janeiro a outubro de 2023, a região europeia da OMS registrou mais de 30,000 casos de sarampo, um aumento de 30 vezes comparado com todo o ano de 2022 (941 casos).[11]

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