Complicações
Pacientes podem transmitir infecção aos contatos próximos. Assim que houver suspeita de TB, o médico deve tomar ações para evitar transmissão adicional. Essas ações incluem manter o paciente em casa ou em um quarto com pressão negativa (se hospitalizado). Se ficar isolado em casa, o paciente não poderá ter novos contatos ou entrar em contato com crianças pequenas ou indivíduos imunocomprometidos.
A abordagem conservadora determina que os pacientes sejam considerados infecciosos até que apresentem 3 esfregaços de escarro de bacilos álcool-ácido resistentes consecutivos negativos, tenham estado em terapia padrão por pelo menos 2 semanas e apresentem melhora clínica na terapia anti-TB.[94]
Também conhecida como uma resposta paradoxal. Essa síndrome envolve o agravamento temporário dos sintomas e das lesões da tuberculose após o início de uma terapia contra a tuberculose. Ela é muito mais comum em pacientes HIV-positivos com imunossupressão grave que passam a receber terapia antirretroviral (TAR).[79]
Até 20% a 30% dos pacientes com tuberculose infectados pelo HIV podem desenvolver SIRI após o início da TAR (início mediano 2 semanas). A SIRI também é descrita em pacientes HIV-negativos, nos quais o início mediano dos sintomas paradoxais ocorre 8 semanas após o início da terapia. Em ambos os grupos, a SIRI parece ser mais comum na TB extrapulmonar.
A apresentação pode incluir febre, agravamento visualizado na radiografia torácica, linfadenopatia ou um aumento dos derrames pleurais.
Outras etiologias, como pneumonia bacteriana e pneumonia por Pneumocystis jirovecii, devem ser eliminadas, além de falhas no tratamento da TB decorrentes da não adesão não detectada à terapia anti-TB ou à TB resistente a medicamentos.[80][95][96]
As respostas paradoxais são temporárias e, geralmente, a terapia antituberculose ou TAR não precisa ser descontinuada. Se houver sintomas significativos, considere a administração de corticosteroides (por exemplo, 1-2 mg/kg de prednisona uma vez ao dia por algumas semanas, em seguida reduza a dose gradualmente ao longo de várias semanas) enquanto se mantêm as terapias antituberculose e a TAR. Para a SIRI grave ou que, ocasionalmente, confira risco de vida, pode ser necessário que alguma terapia ou todas sejam descontinuadas.
Tuberculose (TB) é uma causa incomum de insuficiência respiratória que exige ventilação mecânica (VM). Existe uma associação mais forte entre insuficiência respiratória e TB miliar que com pneumonia tuberculosa (risco 20 vezes maior). A taxa de mortalidade em TB que exige VM é de até 69%.[93]
O tratamento é direcionado ao suporte respiratório com VM e terapia antituberculose. Nesses pacientes criticamente enfermos, pode ocorrer má absorção, resultando em concentrações inadequadas de medicamentos, e o tratamento pode exigir o uso de medicamentos antituberculose parenterais (por exemplo, isoniazida, rifampicina, levofloxacino e amicacina).
Resulta da ruptura dentro do espaço pleural de uma cavitação periférica ou de um foco caseoso subpleural que se liquefez. A fístula broncopleural (FBP) associada pode selar ou persistir. Uma grande FBP pode causar a formação de empiema.[54] O manejo é feito com dreno torácico (toracostomia com tubo). Uma FBP persistente pode exigir reparo cirúrgico.
Pode ser observado na doença primária, mas a manifestação usual ocorre nos casos de doença parenquimatosa extensa.
O manejo é feito com dreno torácico (toracostomia com tubo). Pode ser necessária uma intervenção cirúrgica.
Pode ser resultante de TB primária, distal ao local da obstrução se a adenopatia causar compressão brônquica. Se a reativação causar destruição parenquimatosa, pode ocorrer bronquiectasia na área de envolvimento.
Os sintomas são similares aos associados a outras causas de bronquiectasia, mas podem ser mínimos (bronquiectasia seca). O diagnóstico é mais bem feito com a TC de alta resolução.
A destruição extensa do parênquima pulmonar pode ocorrer em TB primária ou de reativação. A destruição pulmonar geralmente resulta de TB pulmonar crônica, progressiva e não tratada. Os estudos radiológicos podem mostrar um pulmão fibrótico contraído; também podem estar presentes elevação hilar, enfisema do lobo inferior e bronquiectasias. Um processo incomum e rapidamente progressivo de destruição pulmonar é conhecido como gangrena pulmonar. A trombose vascular difusa causa infarto e necrose.
Colapso intermitente ou persistente do LMD em decorrência da compressão do brônquio do LMD por linfonodos adjacentes aumentados. Pode ser observado como resultado de TB ou de outras etiologias. Pode predispor a pneumonias recorrentes do LMD. Diagnosticada por broncoscopia. Casos graves podem exigir lobectomia.
A TB é responsável por <10% dos casos de hemoptise.[97][98] Ela pode ser observada em doença ativa ou tratada e geralmente é de pequeno volume. Casos de hemoptise maciça por TB podem ser resultantes de um aneurisma de Rasmussen decorrente da erosão de uma cavitação tuberculosa para o interior de uma parede vascular. Etiologias de hemoptise relacionadas à TB incluem bronquiectasias, aspergiloma ou carcinoma de cicatriz.
A avaliação da hemoptise pode incluir estudos do escarro (para recorrência de TB), broncoscopia e tomografia computadorizada (TC) do tórax.
Na TB ativa, a sedação, o repouso no leito e a terapia antituberculose podem ser adequados. Para a hemoptise mais grave, deve ser feita uma consulta a um pneumologista e o tratamento poderá envolver radiologia intervencionista (para embolização) ou cirurgia torácica para ressecção.[54]
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal