Visão geral do transtorno convulsivo

Última revisão: 21 Oct 2024
Última atualização: 02 Aug 2023

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Introdução

CondiçãoDescrição

Estado de mal epiléptico

Afecção neurológica que oferece risco de vida, definida como atividade convulsiva contínua ou convulsões repetitivas com duração de 5 minutos ou mais sem recuperação da consciência.[4] O estado de mal epiléptico pode ocorrer igualmente em pacientes com diagnóstico estabelecido de epilepsia ou como primeira convulsão não provocada em pacientes sem histórico conhecido de epilepsia. O estado de mal epiléptico convulsivo generalizado, em seus subtipos sutil ou observável, constitui a variante mais frequente. O reconhecimento é crucial, pois o término rápido ajuda a prevenir lesões cerebrais graves, especialmente nos pacientes com comprometimento da consciência.

Convulsões generalizadas em adultos

As convulsões generalizadas (crises tônico-clônicas generalizadas [CTCG]) classicamente envolvem perda de consciência e um enrijecimento tônico fásico dos membros, seguido por contrações clônicas involuntárias repetitivas. A maioria das CTCGs são autolimitadas sem intervenção. O eletroencefalograma (EEG) mostra atividade epileptiforme bissincrônica em ambos os hemisférios cerebrais. A CTCG ocorre em muitos tipos diferentes de epilepsia.​ A CTCG também pode ser provocada por uma lesão em um indivíduo que não tenha epilepsia.

Convulsões generalizadas em crianças

As convulsões podem ocorrer como eventos isolados ou recorrentes. Os principais fatores de risco incluem uma predisposição genética ou história familiar, asfixia perinatal, distúrbios metabólicos/neurodegenerativos, trauma cranioencefálico ou anormalidades estruturais do sistema nervoso central.[5][6]​ Uma anamnese detalhada é fundamental no diagnóstico, pois os principais fatores diagnósticos residem na história, e não nas investigações auxiliares.

Convulsões febris

Convulsão que ocorre em crianças febris entre 6 e 60 meses de idade, sem evidências de infeção intracraniana, distúrbio metabólico ou história de convulsões afebris. Convulsões febris são comuns na infância. A incidência cumulativa é estimada entre 2% e 5% nos EUA e Europa Ocidental, entre 6% e 9% no Japão e 14% na Índia e Guam.[7] A maioria das convulsões febris apresenta resolução espontânea e não exige tratamento anticonvulsivante agudo ou em longo prazo.

Crises de ausência

Normalmente se caracterizam por uma interrupção abrupta da atividade e da responsividade, duram entre 5 e 10 segundos, com mínima movimentação associada e sem aura/estado pós-ictal. As crises de ausência típicas podem ser precipitadas por hiperventilação e fotoestimulação. O eletroencefalograma (EEG) é o exame definitivo. A maioria das crises de ausência típica responde à medicação, e a epilepsia do tipo ausência da infância (EAI) tende a remitir na fase adulta. As crises de ausência atípicas têm início e término menos diferenciados e, geralmente, não são precipitadas por hiperventilação. As crises de ausência atípicas tendem a ser refratárias à medicação e associadas a deficiência intelectual.

Convulsões focais

As crises focais (parciais) são manifestações elétricas e clínicas de uma atividade epiléptica que se origina de uma parte do cérebro. Elas podem ocorrer no contexto de uma anormalidade cerebral estrutural subjacente, ou podem ser idiopáticas. O EEG geralmente indica uma descarga localizada sobre a área de início, ou regiões além do início inicial, à medida que a atividade elétrica anormal se propaga. O lobo temporal é a área mais comum de início de crises focais, mas elas podem surgir de qualquer lobo. A consciência fica preservada nas crises focais conscientes, enquanto as crises focais com comprometimento da consciência apresentam perda de memória pela duração do evento clínico ou do comprometimento da responsividade no momento do evento.[2] As convulsões focais podem evoluir para convulsões tônico-clônicas bilaterais.

Síndrome de espasmos infantis

Síndrome epiléptica que tipicamente se apresenta na infância, com etiologia variável. Os espasmos podem ser flexores, extensores, uma forma mista de flexores/extensores, simétricos ou assimétricos, e geralmente ocorrem em salvas. Um padrão de hipsarritmia no eletroencefalograma (EEG) é característico, mas não se manifesta universalmente. Geralmente, os espasmos infantis são associados a um distúrbio subjacente. Quando não é detectada uma causa subjacente e o desenvolvimento é normal antes do início, o prognóstico tende a ser melhor.[8]

Avaliação de síncope

A síncope é uma perda da consciência súbita e transitória que está associada com uma perda de tônus postural e apresenta resolução espontânea e completamente sem intervenção. A distinção entre síncope e crise epiléptica pode, às vezes, ser desafiadora. Contorções e espasmos são frequentemente observados na síncope vasovagal ou cardíaca, podendo ser diferenciados do espasmo rítmico de todos os membros nas convulsões tônico-clônicas. A perda de controle do intestino e da bexiga, comumente observada nas convulsões, é rara durante a síncope. A presença de uma aura e inconsciência por >5 minutos é mais típica de convulsão.

Colaboradores

Autores

Editorial Team

BMJ Publishing Group

Declarações

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