Epiglotite
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
apresentação inicial
vias aéreas protegidas
Não se deve tomar nenhuma medida que possa estimular uma criança com suspeita de epiglotite. A epiglotite é um diagnóstico clínico, e a intervenção laboratorial ou outras não devem impedir nem atrasar o controle oportuno das vias aéreas em caso de suspeita de epiglotite. Isso inclui exame físico da cavidade oral, iniciar punções intravenosas, coletas de sangue ou mesmo separar a criança dos pais. O mesmo cuidado é necessário na epiglotite aguda fulminante em adultos. O paciente deve ser mantido em posição ereta, pois a posição supina pode agravar a obstrução das vias aéreas.[24]Lindquist B, Zachariah S, Kulkarni A. Adult Epiglottitis: a case series. Perm J. 2017;21:16-089. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5283781 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28241903?tool=bestpractice.com
A laringoscopia rígida direta e a intubação são as mais comumente realizadas. O exame físico com fibra óptica flexível deve ser realizado com grande cuidado apenas em adultos.
O tratamento escolhido será determinado pela situação clínica do paciente e pelos recursos das instalações. Muitas vezes, a ventilação por máscara seguida de intubação é a primeira escolha.
Os pacientes adultos podem ter uma apresentação mais indolente, e nem sempre necessitam de intervenção nas vias aéreas (apenas cerca de 10% dos adultos necessitam de intervenção nas vias aéreas, enquanto a maioria das crianças necessita).[4]Wong EY, Berkowitz RG. Acute epiglottitis in adults: the Royal Melbourne Hospital experience. ANZ J Surg. 2001 Dec;71(12):740-3. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11906390?tool=bestpractice.com [25]Booth AWG, Pungsornruk K, Llewellyn S, et al. Airway management of adult epiglottitis: a systematic review and meta-analysis. BJA Open. 2024 Mar;9:100250. https://www.bjaopen.org/article/S2772-6096(23)00129-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38230383?tool=bestpractice.com A intervenção desnecessária nas vias aéreas em adultos pode aumentar a morbidade e a mortalidade, dada a taxa relativamente alta de falha de intubação, de uma em 25.[25]Booth AWG, Pungsornruk K, Llewellyn S, et al. Airway management of adult epiglottitis: a systematic review and meta-analysis. BJA Open. 2024 Mar;9:100250. https://www.bjaopen.org/article/S2772-6096(23)00129-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38230383?tool=bestpractice.com No entanto, os adultos podem apresentar risco de obstrução das vias aéreas e declínio súbito devido à inflamação e edema supraglóticos. Eles devem ser transferidos para cuidados de nível de UTI (com capacidade de realizar intervenção nas vias aéreas) para manejo ventilatório se estiverem intubados, ou para observação se não estiverem intubados, para o caso de deterioração.[26]Bridwell RE, Koyfman A, Long B. High risk and low prevalence diseases: Adult epiglottitis. Am J Emerg Med. 2022 Jul;57:14-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35489220?tool=bestpractice.com [27]Pineau PM, Gautier J, Pineau A, et al. Intubation decision criteria in adult epiglottitis. Eur Ann Otorhinolaryngol Head Neck Dis. 2021 Oct;138(5):329-32. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1879729620302842?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33358682?tool=bestpractice.com
Pode-se realizar uma traqueotomia/cricotireoidotomia em uma emergência em pacientes que não podem ser intubados com segurança.
Raramente a tentativa de extubação inicial de um paciente falha ou as vias aéreas não estão prontas para a extubação após 72 horas e é preciso garantir a intubação prolongada até que o paciente atenda aos critérios para extubação.
antibióticos intravenosos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os antibióticos são defendidos como terapia empírica, e seu uso depende da suscetibilidade das culturas obtidas.[1]Flint PW, Haughey BH, Lund VJ, et al. Cummings otolaryngology: head and neck surgery. 7th ed. Elsevier; 2020.[28]McEwan J, Giridharan W, Clarke RW. Paediatric acute epiglottitis: not a disappearing entity. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2003 Apr;67(4):317-21. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12663101?tool=bestpractice.com A vancomicina ou a clindamicina podem ser usadas em pacientes alérgicos à penicilina.[29]Dowdy RAE, Cornelius BW. Medical management of epiglottitis. Anesth Prog. 2020 Jun 1;67(2):90-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32633776?tool=bestpractice.com
Muitas vezes, as instituições possuem seus próprios esquemas de antibióticos, conforme a resistência local. Um infectologista pode ser consultado e as diretrizes locais devem ser seguidas para se obter a cobertura antimicrobiana adequada, já que a antibioticoterapia de combinação é uma potencial consideração em um paciente com epiglotite. Até a terapia orientada por cultura ser possível, pode ser recomendada uma cobertura de amplo espectro que inclua Haemophilus influenza e Staphylococcus aureus.
Opções primárias
cefotaxima: crianças: 150-200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-8 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa a cada 6-12 horas; no máximo 12 g/dia
ou
ceftriaxona: crianças com infecções leves a moderadas: 50-75 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; crianças com infecções graves: 80-100 mg/kg/dia por via intravenosa/intramuscular administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; no máximo 4 g/dia
ou
ampicilina/sulbactam: crianças: 100-200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 1.5 a 3 g por via intravenosa a cada 6 horas; no máximo 12 g/dia
Mais ampicilina/sulbactamA dose refere-se ao componente de ampicilina.
ou
oxacilina: crianças: 200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 6 horas; no máximo 12 g/dia
ou
nafcilina: crianças: 100 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 2 g por via intravenosa a cada 6 horas; no máximo 12 g/dia
ou
clindamicina: crianças: 15-25 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas; adultos: 600 mg por via intravenosa a cada 6 horas
ou
vancomicina: crianças: 40 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-8 horas; adultos: 2 g/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas
--E--
cefotaxima: crianças: 150-200 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6-8 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa a cada 6-12 horas; no máximo 12 g/dia
ou
ceftriaxona: crianças com infecções leves a moderadas: 50-75 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; crianças com infecções graves: 80-100 mg/kg/dia por via intravenosa/intramuscular administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; adultos: 1-2 g por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12-24 horas; no máximo 4 g/dia
oxigênio suplementar
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Oxigênio suplementar e possivelmente heliox podem ser usados como uma medida de temporização. É uma opção viável em um paciente estável sem sinais de comprometimento iminente das vias aéreas.
corticosteroides
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Embora não comprovados em ensaios controlados, os corticosteroides podem ser usados para reduzir a inflamação supraglótica a critério do médico.[10]Guardiani E, Bliss M, Harley E. Supraglottitis in the era following widespread immunization against Haemophilus influenzae type B: evolving principles in diagnosis and management. Laryngoscope. 2010 Nov;120(11):2183-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20925091?tool=bestpractice.com
Opções primárias
dexametasona: crianças: 0.08 a 0.3 mg/kg/dia por via oral administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas; adultos: 0.75 a 9 mg/dia por via oral, administrados em doses fracionadas a cada 6-12 horas de acordo com a resposta
depois de estável e extubado
antibióticos orais
Quando o paciente não está intubado e tolera a terapia oral, pode-se administrar antibióticos adicionais para tratamento domiciliar.
Opções primárias
amoxicilina/ácido clavulânico: crianças: 25-45 mg/kg/dia por via oral administrados em doses fracionadas a cada 12 horas; adultos: 500-875 mg por via oral a cada 12 horas
Mais amoxicilina/ácido clavulânicoAdequados para culturas Gram-positivas.
A dose se refere ao componente amoxicilina.
ou
cefaclor: crianças: 20-40 mg/kg/dia por via oral administrados em doses fracionadas a cada 8-12 horas; adultos: 250-500 mg por via oral a cada 8 horas
Mais cefaclorAdequados para culturas Gram-negativas.
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