Abordagem

A história característica e os achados do exame físico geralmente são suficientes ou patognomônicos para diagnosticar a doença.[20][21] Durante o diagnóstico, não se deve tomar nenhuma medida que possa estimular uma criança com suspeita de epiglotite. A epiglotite é um diagnóstico clínico, e a intervenção laboratorial ou outras não devem impedir nem atrasar o controle oportuno das vias aéreas em caso de suspeita de epiglotite. As medidas estimulantes incluem exame físico da cavidade oral, iniciar punções intravenosas, coletas de sangue ou mesmo separar a criança dos pais. Essas medidas só devem ser tomadas quando as vias aéreas estão protegidas. O mesmo cuidado é necessário na epiglotite aguda fulminante em adultos. O exame físico com fibra óptica flexível deve ser realizado com grande cuidado, apenas em adultos, para evitar a exacerbação do comprometimento das vias aéreas. Em adultos com sintomas menos específicos, a afecção pode representar um diagnóstico desafiador; portanto, é importante ter um alto índice de suspeita.

História

Com frequência, há uma faringite rapidamente progressiva com disfagia, sialorreia, dificuldade para respirar, ingestão oral marcadamente reduzida e dificuldade para controlar secreções. Um fator de risco importante é não estar imunizado contra o Haemophilus influenzae tipo B (Hib).

Os pacientes adultos tendem a ter um início mais lento, sintomas respiratórios menos graves e mais sintomas faríngeos que os pacientes pediátricos. Normalmente, os adultos apresentam faringite, odinofagia e disfagia a ponto de não conseguirem engolir a própria saliva.[22]

Exame físico

As crianças parecem "toxêmicas", com sofrimento agudo, febris, na posição em tripé e podem estar sialorreicas. Elas também podem apresentar estridor causado pelo fluxo aéreo obstruído pelo estreitamento das vias aéreas. A posição em tripé é quando a criança coloca o pescoço e a cabeça para frente e apoia as mãos nos joelhos. O deslocamento anterior da mandíbula e do pescoço permitem que a criança respire mais facilmente já que o hioide e a epiglote também se movem para a frente, abrindo um espaço efetivo nas vias aéreas para respirar.


Estridor
Estridor

Sons de ausculta: estridor


Testes diagnósticos

Na maioria dos pacientes, o quadro clínico é altamente sugestivo do diagnóstico. Este se confirma pela laringoscopia, a qual quando combinada à intubação nasotraqueal também age como uma medida terapêutica, já que estabelece uma via aérea. O ideal é que ela seja realizada em um ambiente controlado de sala de cirurgia com uma equipe devidamente treinada presente para que se possa obter uma via aérea cirúrgica de emergência quando a intubação endotraqueal não for possível. A cooperação entre o otorrinolaringologista, o intensivista, o médico do pronto-socorro, o anestesista e o pediatra (quando relevante) é crucial. Uma radiografia lateral do pescoço em posição ereta vai mostrar uma epiglote acentuadamente aumentada, conhecida como "sinal da impressão digital". Ela deve ser obtida apenas por profissionais capazes de assegurar as vias aéreas com equipamento apropriado disponível durante o exame. O paciente deve ser mantido em posição ereta. Geralmente é seguro realizá-la em adultos que não estejam em estado grave. Após o exame endoscópico e de imagem, um hemograma completo poderá mostrar leucocitose com desvio à esquerda. Quando puderem ser realizadas sem perturbar o paciente e/ou uma vez que as vias aéreas estejam protegidas, obter culturas do sangue e diretamente da epiglote é crucial na identificação do agente infeccioso.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Filme lateral do pescoço mostrando o sinal do polegar (setas)Do acervo do Dr. Petri [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@3e3cea49

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