Todos os anos, aproximadamente 27 milhões de pacientes se submetem a uma cirurgia não cardíaca nos EUA.[1]Gregoratos G. Current guideline-based preoperative evaluation provides the best management of patients undergoing noncardiac surgery. Circulation. 2008;117:3134-3144.
http://circ.ahajournals.org/content/117/24/3134.full.pdf+html
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18559713?tool=bestpractice.com
Entre eles, cerca de 50,000 têm um infarto do miocárdio (IAM) perioperatório. Além disso, mais da metade das 40,000 mortes perioperatórias a cada ano são causadas por eventos cardíacos.[2]National Center for Health Statistics. Vital statistics of the United States: 1988, 3. DHHS pub no (PHS) 89-1232. Washington, DC: NCHS US Public Health Services; 1989:10-17,66,67,100,101. A maior parte da morbidade e da mortalidade cardíaca perioperatória está relacionada a IAM, insuficiência cardíaca ou arritmias. Os pacientes com mais de 65 anos de idade têm riscos mais elevados de cardiopatia, morbidade cardíaca e morte. Considerando-se que essa população de pacientes aumentará muito nas próximas décadas, pode-se esperar que o número de pacientes com risco cardíaco perioperatório significativo submetidos a uma cirurgia não cardíaca aumentará globalmente. Os pacientes com cardiopatia congênita, especialmente aqueles com lesões não reparadas ou com carga residual de lesões e estado cardiovascular comprometido, também necessitam de manejo perioperatório individualizado.
A avaliação do risco cardíaco pré-operatório e o manejo perioperatório enfatizam a detecção, a caracterização e o tratamento da doença arterial coronariana (DAC), da disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE) e de arritmias significativas nos pacientes apropriados. As diretrizes da American Heart Association/American College of Cardiology (AHA/ACC) para o manejo de adultos com cardiopatia congênita recomendam uma abordagem gradual para avaliação cardíaca pré-operatória, mas atualmente não há diretrizes para a assistência perioperatória abrangente de crianças com cardiopatia congênita submetidas a cirurgias não cardíacas.[3]Stout KK, Daniels CJ, Aboulhosn JA, et al. 2018 AHA/ACC guideline for the management of adults with congenital heart disease: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2019 Apr 2;139(14):e698-800.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000603
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30586767?tool=bestpractice.com
[4]Nasr VG, Markham LW, Clay M, et al. Perioperative considerations for pediatric patients with congenital heart disease presenting for noncardiac procedures: a scientific statement from the American Heart Association. Circ Cardiovasc Qual Outcomes. 2023 Jan;16(1):e000113.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/HCQ.0000000000000113
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36519439?tool=bestpractice.com
Os pacientes com DAC conhecida ou suspeitada, arritmias, história de insuficiência cardíaca ou presença de sintomas consistentes com essas condições também devem ser avaliados. Nas pessoas com ≥50 anos, uma história e exame físico mais extensivos são necessários.
A finalidade da avaliação do risco cardíaco pré-operatório individual é:[5]Halvorsen S, Mehilli J, Cassese S, et al. 2022 ESC guidelines on cardiovascular assessment and management of patients undergoing non-cardiac surgery. Eur Heart J. 2022 Oct 14;43(39):3826-924.
https://www.doi.org/10.1093/eurheartj/ehac270
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36017553?tool=bestpractice.com
[6]Fleisher LA, Fleischmann KE, Auerbach AD, et al. 2014 ACC/AHA guideline on perioperative cardiovascular evaluation and management of patients undergoing noncardiac surgery: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on practice guidelines. J Am Coll Cardiol. 2014;64:e77-e137.
http://circ.ahajournals.org/content/130/24/e278.full.pdf+html
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25091544?tool=bestpractice.com
[7]Anderson JL, Antman EM, Harold JG, et al. Clinical practice guidelines on perioperative cardiovascular evaluation: collaborative efforts among the collaborative efforts among the ACC, AHA, and ESC. Circulation. 2014;130:2213-2214.
http://circ.ahajournals.org/content/130/24/2213
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25085963?tool=bestpractice.com
Avaliar o estado médico do paciente e os riscos cardíacos impostos pela cirurgia não cardíaca planejada
Recomendar estratégias apropriadas para reduzir o risco de problemas cardíacos ao longo do período perioperatório e melhorar os desfechos cardíacos em longo prazo.
Os principais objetivos gerais da avaliação são:
Identificar pacientes com risco aumentado de um evento cardíaco perioperatório adverso
Identificar pacientes com prognóstico desfavorável em longo prazo em decorrência de doença cardiovascular. Mesmo que o risco no momento da cirurgia não cardíaca possa não ser proibitivo, o tratamento adequado afetará o prognóstico em longo prazo.
A natureza da avaliação deve ser individualizada para o paciente e o cenário clínico específico.
Pacientes que se apresentarem com uma emergência cirúrgica aguda precisam apenas de uma rápida avaliação pré-operatória, com o manejo subsequente orientado a prevenir ou minimizar a morbidade cardíaca e a morte. Esses pacientes frequentemente podem ser avaliados mais detalhadamente após a cirurgia.
Pacientes submetidos a um procedimento eletivo sem urgência cirúrgica podem passar por uma avaliação pré-operatória mais detalhada.