Neutropenia febril

A neutropenia febril é a complicação com risco de vida mais comum da terapia do câncer; seu tratamento é uma emergência oncológica.

A antibioticoterapia empírica imediata promoveu melhoras drásticas nos desfechos e redução da mortalidade por neutropenia febril.

Selecionar o(s) agente(s) ideal(is) para a terapia empírica é essencial, e deve-se levar em consideração os padrões de resistência a antibióticos locais e regionais, a história individual do paciente e os sinais e sintomas presentes associados com a febre

Um organismo causador é identificado apenas em aproximadamente um terço dos pacientes com neutropenia febril.

Devido à capacidade reduzida de desencadear uma resposta inflamatória, muitos pacientes com neutropenia febril relacionada a um foco de infecção profundo não conseguem demonstrar sinais ou sintomas típicos localizados.

Antibióticos profiláticos no início da neutropenia podem reduzir a febre e eventos de infecção na corrente sanguínea em pacientes de alto risco. No entanto, o uso de profilaxia requer a avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios e o monitoramento rigoroso do surgimento de resistência antibiótica e efeitos adversos ou toxicidade associados ao antibiótico.

Neutropenia febril é a presença de febre em paciente neutropênico. É a complicação com risco de vida mais comum da terapia contra o câncer e é considerada uma emergência oncológica.

A neutropenia febril é definida como uma única medida da temperatura oral >38.3 °C (>101 ºF) ou temperatura ≥38.0 ºC (≥100.4 ºF) mantida por 1 hora, com uma contagem absoluta de neutrófilos (ANC) <500 células/microlitro, ou uma ANC que deve diminuir para <500 células/microlitro nas 48 horas seguintes.[1]Freifeld AG, Bow EJ, Sepkowitz KA, et al. Clinical practice guideline for the use of antimicrobial agents in neutropenic patients with cancer: 2010 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2011 Feb 15;52(4):e56-93. https://academic.oup.com/cid/article/52/4/e56/382256 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21258094?tool=bestpractice.com

Os pacientes com alto risco de complicações clínicas são aqueles com duração prevista de neutropenia grave (ANC <500 células/microlitro) por >7 dias. Vários escores (por exemplo, escore de Talcott, escore Multinational Association of Supportive Care in Cancer [MASCC] e escore Clinical Index of Stable Febrile Neutropenia [CISNE]) foram propostos para classificar o risco de complicações graves com base na idade, comorbidades, sinais vitais e resultados laboratoriais na apresentação, e a presença de mucosite.[2]Talcott JA, Siegel RD, Finberg R, et al. Risk assessment in cancer patients with fever and neutropenia: a prospective, two-center validation of a prediction rule. J Clin Oncol. 1992 Feb;10(2):316-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1732432?tool=bestpractice.com [3]Klastersky J, Paesmans M, Rubenstein EB, et al. The Multinational Association for Supportive Care in Cancer risk index: a multinational scoring system for identifying low-risk febrile neutropenic cancer patients. J Clin Oncol. 2000 Aug;18(16):3038-51. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10944139?tool=bestpractice.com [4]Carmona-Bayonas A, Jiménez-Fonseca P, Virizuela Echaburu J, et al. Prediction of serious complications in patients with seemingly stable febrile neutropenia: validation of the Clinical Index of Stable Febrile Neutropenia in a prospective cohort of patients from the FINITE study. J Clin Oncol. 2015 Feb 10;33(5):465-71. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25559804?tool=bestpractice.com