Avaliação da proteinúria
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Resumo
A excreção urinária média diária de proteínas em adultos é de 80 mg/dia, e a excreção considerada normal é de <150 mg/dia.
A albumina representa aproximadamente 15% da excreção urinária de proteína diária em pessoas saudáveis, e outras proteínas plasmáticas (por exemplo, imunoglobulinas, beta-2-microglobulina) e a proteína de Tamm-Horsfall constituem os 85% restantes.
A proteinúria varia em quantidade e pode ser transitória ou persistente.[1]Viswanathan G, Upadhyay A. Assessment of proteinuria. Adv Chronic Kidney Dis. 2011 Jul;18(4):243-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21782130?tool=bestpractice.com [2]Montañés Bermúdez R, Gràcia García S, Pérez Surribas D, et al. Consensus document. Recommendations on assessing proteinuria during the diagnosis and follow-up of chronic kidney disease. Nefrologia. 2011;31(3):331-45. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21780317?tool=bestpractice.com
A excreção urinária de quantidades anormais de proteína por ≥3 meses, com ou sem diminuição da taxa de filtração glomerular (TFG), é diagnóstica da doença renal crônica.[3]Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO 2012 clinical practice guideline for the evaluation and management of chronic kidney disease. Jan 2013 [internet publication]. https://kdigo.org/guidelines/ckd-evaluation-and-management [4]Levey AS, de Jong PE, Coresh J, et al. The definition, classification, and prognosis of chronic kidney disease: a KDIGO Controversies Conference report. Kidney Int. 2011 Jul;80(1):17-28. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21150873?tool=bestpractice.com
A medição da albumina urinária é um componente importante no rastreamento da doença renal crônica. A presença de proteinúria é um fator de risco independente para doença cardiovascular, doença renal em estágio terminal, AVC e morte na população em geral, assim como nos pacientes com doença renal crônica.[5]Chronic Kidney Disease Prognosis Consortium; Matsushita K, van der Velde M, Astor BC, et al. Association of estimated glomerular filtration rate and albuminuria with all-cause and cardiovascular mortality in general population cohorts: a collaborative meta-analysis. Lancet. 2010 Jun 12;375(9731):2073-81. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20483451?tool=bestpractice.com [6]Astor BC, Matsushita K, Gansevoort RT, et al. Lower estimated glomerular filtration rate and higher albuminuria are associated with mortality and end-stage renal disease. A collaborative meta-analysis of kidney disease population cohorts. Kidney Int. 2011 Jun;79(12):1331-40. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21289598?tool=bestpractice.com [7]van der Velde M, Matsushita K, Coresh J, et al. Lower estimated glomerular filtration rate and higher albuminuria are associated with all-cause and cardiovascular mortality. A collaborative meta-analysis of high-risk population cohorts. Kidney Int. 2011 Jun;79(12):1341-52. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21307840?tool=bestpractice.com [8]Gansevoort RT, Matsushita K, van der Velde M, et al. Lower estimated GFR and higher albuminuria are associated with adverse kidney outcomes. A collaborative meta-analysis of general and high-risk population cohorts. Kidney Int. 2011 Jul;80(1):93-104. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21289597?tool=bestpractice.com [9]British Medical Journal. Low eGFR and high albuminuria predict end stage kidney disease and death at all ages. BMJ. 2012 Nov 7;345:e7478. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23135200?tool=bestpractice.com [10]Harrison TG, Tam-Tham H, Hemmelgarn BR, et al. Change in proteinuria or albuminuria as a surrogate for cardiovascular and other major clinical outcomes: a systematic review and meta-analysis. Can J Cardiol. 2019 Jan;35(1):77-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30595186?tool=bestpractice.com [11]Huang R, Chen X. Increased spot urine albumin-to-creatinine ratio and stroke incidence: a systematic review and meta-analysis. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2019 Oct;28(10):104260. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31350166?tool=bestpractice.com A presença de proteinúria está associada a uma maior mortalidade nos pacientes em estado crítico;[12]Han SS, Ahn SY, Ryu J, et al. Proteinuria and hematuria are associated with acute kidney injury and mortality in critically ill patients: a retrospective observational study. BMC Nephrol. 2014 Jun 18;15:93. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4072664 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24942179?tool=bestpractice.com [13]Lin LY, Jenq CC, Liu CS, et al. Proteinuria can predict short-term prognosis in critically ill cirrhotic patients. J Clin Gastroenterol. 2014 Apr;48(4):377-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24440941?tool=bestpractice.com o grau de proteinúria no pós-transplante renal é preditivo de sobrevida do enxerto e do paciente.[14]Borrego J, Mazuecos A, Gentil MA, et al. Proteinuria as a predictive factor in the evolution of kidney transplantation. Transplant Proc. 2013;45(10):3627-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24314978?tool=bestpractice.com
A redução da proteinúria como resultado de terapia farmacológica é usada como um marcador alternativo no tratamento da doença renal crônica e de várias doenças glomerulares agudas e está associada a melhores desfechos renais.[15]Lewis EJ, Hunsicker LG, Bain RP, et al. The effect of angiotensin-converting-enzyme inhibition on diabetic nephropathy. N Engl J Med. 1993 Nov 11;329(20):1456-62. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199311113292004#t=article http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8413456?tool=bestpractice.com [16]The GISEN Group. Randomised placebo-controlled trial of effect of ramipril on decline in glomerular filtration rate and risk of terminal renal failure in proteinuric, non-diabetic nephropathy. Lancet. 1997 Jun 28;349(9069):1857-63. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9217756?tool=bestpractice.com [17]Brenner BM, Cooper ME, de Zeeuw D, et al. Effects of losartan on renal and cardiovascular outcomes in patients with type 2 diabetes and nephropathy. N Engl J Med. 2001 Sep 20;345(12):861-9. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa011161#t=article http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11565518?tool=bestpractice.com [18]Lewis EJ, Hunsicker LG, Clarke WR, et al. Renoprotective effect of the angiotensin-receptor antagonist irbesartan in patients with nephropathy due to type 2 diabetes. N Engl J Med. 2001 Sep 20;345(12):851-60. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa011303#t=article http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11565517?tool=bestpractice.com [19]Parving HH, Lehnert H, Bröchner-Mortensen J, et al; Irbesartan in Patients with Type 2 Diabetes and Microalbuminuria Study Group. The effect of irbesartan on the development of diabetic nephropathy in patients with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2001 Sep 20;345(12):870-8. http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa011489#t=article http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11565519?tool=bestpractice.com [20]Wright JT Jr, Bakris G, Greene T, et al. Effect of blood pressure lowering and antihypertensive drug class on progression of hypertensive kidney disease: results from the AASK trial. JAMA. 2002 Nov 20;288(19):2421-31. http://jama.ama-assn.org/cgi/content/full/288/19/2421 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12435255?tool=bestpractice.com [21]Inker LA, Levey AS, Pandya K, et al. Early change in proteinuria as a surrogate end point for kidney disease progression: an individual patient meta-analysis. Am J Kidney Dis. 2014 Jul;64(1):74-85. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24787763?tool=bestpractice.com
Definições de proteinúria
Pode-se medir a quantidade total de proteínas urinárias ou apenas a fração de albumina. As mensurações da albumina urinária são mais bem validadas em relação à associação com os riscos de progressão para doença renal crônica e de eventos cardiovasculares.
Albuminúria
A albuminúria é classificada da seguinte maneira:[3]Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO 2012 clinical practice guideline for the evaluation and management of chronic kidney disease. Jan 2013 [internet publication]. https://kdigo.org/guidelines/ckd-evaluation-and-management
A1 (albuminúria normal a leve)
Taxa de excreção da albumina: <30 mg/24 horas.
Relação entre albumina e creatinina (RAC): <30 mg/g.
A2 (albuminúria moderada)
Taxa de excreção da albumina: 30-300 mg/24 horas.
Relação entre albumina e creatinina (RAC): 30-300 mg/g.
Associada a um aumento do risco de doença renal progressiva e de eventos cardiovasculares.
A3 (albuminúria grave)
Taxa de excreção da albumina: >300 mg/24 horas.
Relação entre albumina e creatinina (RAC): >300 mg/g.
Altas taxas de proteinúria estão associadas a menor sobrevida renal. Esses pacientes devem ser encaminhados a um nefrologista.
Proteinúria na faixa nefrótica
Proteína urinária total: ≥3.5 g/dia.
A síndrome nefrótica é definida pela presença de proteinúria na faixa nefrótica com edema, hipoalbuminemia (<3.0 g/dL) e hiperlipidemia.
Proteinúria glomerular
Proteína urinária total: 1-20 g/dia.
Passagem de proteína do sangue capilar glomerular (principalmente albumina) para a urina.
Proteinúria tubular
Proteína urinária total: <2 g/dia.
Passagem de proteínas de baixo peso molecular (por exemplo, proteína de ligação ao retinol, alfa-2-microglobulina, beta-2-microglobulina) para a urina.
Proteinúria por excesso (overflow)
Proteína urinária total: até 20 g/dia.
A produção excessiva de proteínas pequenas (por exemplo, mioglobinas, de cadeia leve) leva a maior filtração glomerular e à presença destas na urina.
A análise de tira reagente para o exame da urina é uma ferramenta de rastreamento semiquantitativa para a proteinúria. 1+ corresponde a 30 mg/dL de proteína, 2+ a 100 mg/dL e 3+ a 300 mg/dL. Uma urina muito diluída pode gerar um resultado falso-negativo. Uma urina muito concentrada, uma urina alcalina, o pus, as secreções vaginais ou o sêmen podem gerar resultados falso-positivos.[22]Carroll MF, Temte JL. Proteinuria in adults: a diagnostic approach. Am Fam Physician. 2000 Sep 15;62(6):1333-40. https://www.aafp.org/afp/2000/0915/p1333.html http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11011862?tool=bestpractice.com A padronização da mensuração da proteína em termos da quantidade de creatinina na urina ajuda a evitar os erros introduzidos por amostras de urina concentradas ou diluídas.
As tiras reagentes não devem ser usadas para identificar a proteinúria em crianças e jovens (porque são menos úteis para descartar a proteinúria, o objetivo principal, do que para confirmar uma proteinúria).[23]National Institute for Health and Care Excellence. Chronic kidney disease in adults: assessment and management. Jan 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng203
Epidemiologia
A proteinúria é comum, e a prevalência aumenta com a progressão da doença renal. Há evidências de que tanto a albuminúria moderada quanto a altamente elevada são mais comuns em pessoas negras que em pessoas brancas.[24]Afkarian M, Zelnick LR, Hall YN, et al. Clinical manifestations of kidney disease among US adults with diabetes, 1988-2014. JAMA. 2016 Aug 9;316(6):602-10. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5444809 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27532915?tool=bestpractice.com
Com o declínio da taxa de filtração glomerular (TFG) de >90 mL/minuto/1.73 m² para 15-59 mL/minuto/1.73 m², a prevalência de albuminúria moderadamente elevada (relação albumina/creatinina [RAC] <300 mg/g) aumenta de 6.0% para 23.2%, e a prevalência de albuminúria gravemente elevada (RAC >300 mg/g) aumenta de 0.6% para 8.6%.[25]Astor BC, Hallan SI, Miller ER 3rd, et al. Glomerular filtration rate, albuminuria, and risk of cardiovascular and all-cause mortality in the US population. Am J Epidemiol. 2008 May 15;167(10):1226-34. http://aje.oxfordjournals.org/cgi/content/full/167/10/1226 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18385206?tool=bestpractice.com Também foi demonstrado que a prevalência de albuminúria moderada aumenta com o aumento do índice de massa corporal (IMC). Dados de um programa de rastreamento populacional em Sheffield, Reino Unido, demonstraram que a prevalência aumentou de 3.1% em indivíduos com IMC <25% para 27.2% em indivíduos com IMC >30.[26]Kawar B, Bello AK, El Nahas AM. High prevalence of microalbuminuria in the overweight and obese population: data from a UK population screening programme. Nephron Clin Pract. 2009;112(3):c205-12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19451722?tool=bestpractice.com
Detecção: testes semiquantitativos
Os testes de tira reagente semiquantitativos podem apontar a relação entre albumina e creatinina na faixa da microalbuminúria, assim como a relação entre a proteína total e a creatinina.
A padronização da mensuração da proteína em termos da quantidade de creatinina na urina ajuda a evitar erros introduzidos por amostras de urina concentradas ou diluídas. Se uma proteinúria inexplicada for um achado incidental em uma tira reagente, a TFGe, a creatinina e a relação albumina/creatinina devem ser determinadas para se investigar uma possível DRC.[23]National Institute for Health and Care Excellence. Chronic kidney disease in adults: assessment and management. Jan 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng203
A mensuração de proteína total também permite a detecção de proteinúria tubular e por excesso (overflow). Esses testes de tira reagente semiquantitativos apresentam sensibilidade de 80% a 97%, com uma especificidade de 33% a 80%.[27]Comper WD, Osicka TM. Detection of urinary albumin. Adv Chronic Kidney Dis. 2005 Apr;12(2):170-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15822052?tool=bestpractice.com
Detecção: testes quantitativos
Testes quantitativos de albumina que utilizam concentração de albumina ou razão albumina/creatinina são sensíveis e específicos para detectar albuminúria.[28]McTaggart MP, Newall RG, Hirst JA, et al. Diagnostic accuracy of point-of-care tests for detecting albuminuria: a systematic review and meta-analysis. Ann Intern Med. 2014 Apr 15;160(8):550-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24733196?tool=bestpractice.com [29]Wu HY, Peng YS, Chiang CK, et al. Diagnostic performance of random urine samples using albumin concentration vs ratio of albumin to creatinine for microalbuminuria screening in patients with diabetes mellitus: a systematic review and meta-analysis. JAMA Intern Med. 2014 Jul;174(7):1108-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24798807?tool=bestpractice.com
Medir a concentração de albumina na urina sem medir a concentração de creatinina na urina é mais barato, e demonstrou sensibilidade e especificidade semelhantes à relação albumina/creatinina para fins de rastreamento em diabéticos.[29]Wu HY, Peng YS, Chiang CK, et al. Diagnostic performance of random urine samples using albumin concentration vs ratio of albumin to creatinine for microalbuminuria screening in patients with diabetes mellitus: a systematic review and meta-analysis. JAMA Intern Med. 2014 Jul;174(7):1108-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24798807?tool=bestpractice.com
Coletas de urina de 24 horas têm sido tradicionalmente usadas, embora estejam sujeitas a sub e sobre-coletas. Além disso, coletas de urina de 24 horas são inconvenientes para os pacientes. Padronizar o total de proteína urinária de 24 horas em relação à creatinina urinária de 24 horas (gramas de proteína/gramas de creatinina) ajuda no ajuste das possíveis variações na duração da coleta.
Uma coleta adequada tipicamente contém de 15 a 20 mg de creatinina por kg de peso corporal em mulheres, e de 20 a 25 mg/kg em homens.
Alternativamente, a quantidade de creatinina excretada em gramas pode ser estimada por 140 com subtração da idade e multiplicação pelo peso/5000 [(140 - idade) × peso/5000], em que o peso é expresso em quilogramas. Esse resultado é multiplicado por 0.85 em mulheres.[30]Ginsberg JM, Chang BS, Matarese RA, et al. Use of single voided urine samples to estimate quantitative proteinuria. N Engl J Med. 1983 Dec 22;309(25):1543-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6656849?tool=bestpractice.com
Mais comumente, as relações entre proteína e creatinina ou entre albumina e creatinina urinárias em uma amostra isolada de urina são usadas para se estimar a excreção de proteína urinária em 24 horas e a excreção de albumina urinária em 24 horas, respectivamente.[31]Valdés E, Sepúlveda-Martínez Á, Tong A, et al. Assessment of protein:creatinine ratio versus 24-hour urine protein in the diagnosis of preeclampsia. Gynecol Obstet Invest. 2016;81(1):78-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26045043?tool=bestpractice.com
A relação albumina/creatinina é mais sensível que a relação proteína/creatinina na detecção de níveis baixos de proteinúria.[23]National Institute for Health and Care Excellence. Chronic kidney disease in adults: assessment and management. Jan 2021 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ng203
Uma amostra da primeira urina da manhã é mais precisa para estimar a excreção de proteína de 24 horas, mas uma amostra aleatória é aceitável caso aquela não esteja disponível.[3]Kidney Disease: Improving Global Outcomes. KDIGO 2012 clinical practice guideline for the evaluation and management of chronic kidney disease. Jan 2013 [internet publication]. https://kdigo.org/guidelines/ckd-evaluation-and-management [30]Ginsberg JM, Chang BS, Matarese RA, et al. Use of single voided urine samples to estimate quantitative proteinuria. N Engl J Med. 1983 Dec 22;309(25):1543-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6656849?tool=bestpractice.com [32]Johnson DW, Jones GR, Mathew TH, et al. Chronic kidney disease and measurement of albuminuria or proteinuria: a position statement. Med J Aust. 2012 Aug 20;197(4):224-5. https://www.mja.com.au/journal/2012/197/4/chronic-kidney-disease-and-measurement-albuminuria-or-proteinuria-position http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22900872?tool=bestpractice.com
Por causa da variação diurna, será melhor coletar amostras de urina spot no mesmo horário a cada dia se o teste estiver sendo usado para acompanhar os pacientes em longo prazo. Além disso, a correlação da amostra pontual da urina com a excreção de proteínas em 24 horas é menos eficiente com a proteinúria na faixa nefrótica. Essa relação também pode ser menos precisa nas gestantes com >300 mg de proteinúria.[33]Papanna R, Mann LK, Kouides RW, et al. Protein/creatinine ratio in preeclampsia: a systematic review. Obstet Gynecol. 2008 Jul;112(1):135-44. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18591319?tool=bestpractice.com [34]Côté AM, Brown MA, Lam E, et al. Diagnostic accuracy of urinary spot protein:creatinine ratio for proteinuria in hypertensive pregnant women: systematic review. BMJ. 2008 May 3;336(7651):1003-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2364863 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18403498?tool=bestpractice.com
Indivíduos com áreas de superfície corporal de 1.73 m² excretam aproximadamente 1 g de creatinina. Assim, a relação entre proteína e creatinina de 1 g proteína/g creatinina em uma pessoa de tamanho médio é de aproximadamente 1 g de proteinúria em 24 horas. É importante reconhecer que a relação de 2.5 g proteína/g creatinina em uma pessoa musculosa que excrete 2 g de creatinina em 24 horas pode representar, na verdade, uma proteinúria na faixa nefrótica de 5 g/dia. Similarmente, uma mulher de idade avançada e frágil pode excretar <1 g de creatinina por dia, e nesse caso, a relação da urina spot superestimaria a sua proteinúria.
Efeito da albuminúria no prognóstico da doença renal crônica
A albuminúria é um fator de risco independente para a progressão da doença renal crônica.[35]Chen TK, Knicely DH, Grams ME. Chronic kidney disease diagnosis and management: a review. JAMA. 2019 Oct 1;322(13):1294-304. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7015670 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31573641?tool=bestpractice.com Níveis muito elevados de albuminúria com taxa de filtração glomerular (TFG) normal podem significar um maior risco para doença renal crônica (DRC) progressiva que uma TFG levemente reduzida com normoalbuminúria.
Em pacientes com DRC avançada, a proteinúria é o principal preditor de tempo para a doença renal em estágio terminal.[36]Raman M, Green D, Middleton RJ, et al. Older people with chronic kidney disease: definition, and influence of biomarkers and medications upon cardiovascular and renal outcomes. J Ren Care. 2016 Sep;42(3):150-61. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27364740?tool=bestpractice.com [37]Grams ME, Li L, Greene TH, et al. Estimating time to ESRD using kidney failure risk equations: results from the African American Study of Kidney Disease and Hypertension (AASK). Am J Kidney Dis. 2015 Mar;65(3):394-402. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25441435?tool=bestpractice.com Além disso, alterações no ACR estão relacionados ao risco de desenvolver doença renal em estágio terminal.[38]Coresh J, Heerspink HJL, Sang Y, et al. Change in albuminuria and subsequent risk of end-stage kidney disease: an individual participant-level consortium meta-analysis of observational studies. Lancet Diabetes Endocrinol. 2019 Feb;7(2):115-127. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6379893 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30635225?tool=bestpractice.com [39]Heerspink HJL, Greene T, Tighiouart H, et al. Change in albuminuria as a surrogate endpoint for progression of kidney disease: a meta-analysis of treatment effects in randomised clinical trials. Lancet Diabetes Endocrinol. 2019 Feb;7(2):128-139. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30635226?tool=bestpractice.com
Diagnósticos diferenciais
comuns
- Febre
- Esforço físico intenso
- Infecção do trato urinário
- Hemorragia urológica
- Proteinúria ortostática
- Doença de lesão mínima
- Glomeruloesclerose e segmentar focal
- Nefropatia membranosa
- Glomerulonefrite membranoproliferativa
- Nefropatia por imunoglobulina A (IgA)
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Glomerulonefrite pós-infecciosa
- Lesão tubular aguda
- Nefrite intersticial
- Obstrução do trato urinário
- Síndrome metabólica
- Nefropatia diabética
- Hipertensão
- Vasculite de pequenos e médios vasos
- Rabdomiólise (mioglobinúria)
Incomuns
- Gestação
- Amiloidose
- Doenças de depósito de cadeias leves e pesadas
- Glomerulopatias imunotactoide e fibrilar
- Doença antimembrana basal glomerular (anti-GBM) (síndrome de Goodpasture)
- Síndrome de Fanconi
- Doença renal cística
- Hipercalciúria
- Doença de Dent
- Nefropatia por ácido aristolóquico
- Nefropatia com cilindros de cadeia leve
- Doença de Fabry
- Síndrome hemolítico-urêmica (SHU)
- Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT)
- Crise renal esclerodérmica
- Envenenamento por metais pesados
- Glomeruloesclerose nodular idiopática
- Glomerulonefrite (GN) proliferativa com deposições de imunoglobulina G (IgG) monoclonal
- Polimiosite
- Trombose da veia renal
Colaboradores
Autores
Sana Waheed, MD
Staff Nephrologist
Piedmont Nephrology and Internal Medicine
Atlanta
GA
Declarações
SW declares that she has no competing interests.
Agradecimentos
Dr Sana Waheed would like to gratefully acknowledge Dr Derek M. Fine and Dr C. John Sperati, previous contributors to this topic.
Declarações
DMF is an author of a reference cited in this topic. CJS declares that he has no competing interests.
Revisores
Mark Perazella, MD
Associate Professor
Yale University School of Medicine
New Haven
CT
Declarações
MP declares that he has no competing interests.
Arif Showkat, MD, FASN
Assistant Professor
Division of Nephrology
University of Tennessee
Memphis
TN
Declarações
AS declares that he has no competing interests.
Guy Neild, MD, FRCP, FRCPath
Professor of Nephrology
Institute of Urology and Nephrology
University College London
London
UK
Declarações
GN declares that he has no competing interests.
Frederick Tam, MBBS
Senior Lecturer in Renal Medicine
Division of Medicine
Imperial College London
UK
Declarações
FT has received travelling grants from Amgen, MSD, Novartis, and Roche to attend International Nephrology conferences. He has also received research grants from Wellcome Trust, Medical Research Council UK, Baxter Biosciences, and Roche Palo Alto. He has also provided consultancy to research work with GE Healthcare and Baxter Biosciences.
Diretrizes
- Chronic kidney disease: assessment and management NG 203
- Chronic kidney disease and measurement of albuminuria or proteinuria: a position statement
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Glomerulonephritis
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