Intolerância à lactose e deficiência de lactase

A deficiência de lactase existe em quatro formas distintas: primária (a mais comum), secundária, congênita e do desenvolvimento.

O tratamento da deficiência de lactase primária é indicado apenas quando ela se manifesta como uma síndrome clínica de intolerância à lactose.

A intolerância à lactose é caracterizada por sintomas gastrointestinais, como diarreia, distensão abdominal e desconforto abdominal. Alguns pacientes apresentam sintomas sistêmicos (por exemplo, cefaleia, má memória de curto prazo, cansaço intenso, dores articulares e/ou musculares, eczema, ulceração bucal)

Eliminação e teste de desafio alimentares geralmente são diagnósticos.

O tratamento inclui redução ou eliminação da lactose alimentar.

Se for preciso eliminar a lactose, recomenda-se fontes de cálcio alternativas.

A deficiência de lactase é geralmente primária (hereditária) devido à não persistência da lactase com um declínio relacionado à idade que começa após o desmame, embora seja rara antes dos 2-3 anos de idade. Isso resulta em hipolactasia (baixa atividade da lactase), caracterizada pela concentração reduzida de lactase (enzima lactase-florizina hidrolase) na borda em escova (microvilosidades) da mucosa do intestino delgado.[1]Matthews SB, Waud JP, Roberts AG, et al. Systemic lactose intolerance: a new perspective on an old problem. Postgrad Med J. 2005 Mar;81(953):167-73. https://pmj.bmj.com/content/81/953/167.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15749792?tool=bestpractice.com [2]Heyman MB; American Academy of Pediatrics, Committee on Nutrition. Lactose intolerance in infants, children, and adolescents. Pediatrics. 2006 Sep;118(3):1279-86. http://pediatrics.aappublications.org/content/118/3/1279.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16951027?tool=bestpractice.com [3]Lomer ME, Parkes GC, Sanderson JD. Lactose intolerance in clinical practice - myths and realities. Aliment Pharmacol Ther. 2008 Jan 15;27(2):93-103. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17956597?tool=bestpractice.com Com menos frequência, a deficiência de lactase é secundária a lesão do intestino delgado: as causas incluem infecção (por exemplo, enteropatia por HIV, espru tropical), afecções sistêmicas (por exemplo, síndrome carcinoide), quimioterapia e radioterapia. Nos lactentes, a deficiência de lactase é mais frequentemente secundária a uma infecção (gastroenterite) ou alergia à proteína do leite de vaca.

A deficiência congênita de lactase é um distúrbio extremamente raro, vitalício, caracterizado por deficit no crescimento pôndero-estatural e diarreia intratável desde a primeira exposição ao leite materno ou fórmula contendo lactose. Os bebês afetados têm uma atividade da lactase mínima ou ausente. A deficiência de lactase também é observada em bebês prematuros devido à estrutura da mucosa não estar totalmente desenvolvida.

Todas as formas de deficiência de lactase causam má absorção de lactose quando a quantidade de lactose ingerida é maior do que a capacidade do corpo de digeri-la devido à baixa atividade da lactase. Má absorção da lactose; no entanto, nem sempre se manifesta com sintomas gastrointestinais.

Intolerância à lactose refere-se ao desenvolvimento de sintomas gastrointestinais e/ou sistêmicos secundários à má absorção da lactose causada por hipolactasia. O desenvolvimento e a gravidade dos sintomas dependem da quantidade e da taxa de lactose que atingem o cólon, bem como do tipo e da quantidade da flora colônica.[1]Matthews SB, Waud JP, Roberts AG, et al. Systemic lactose intolerance: a new perspective on an old problem. Postgrad Med J. 2005 Mar;81(953):167-73. https://pmj.bmj.com/content/81/953/167.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15749792?tool=bestpractice.com