Difteria

A difteria é uma doença bacteriana mediada por toxina, que pode ser prevenida com vacina, causada por Corynebacterium diphtheriae.

Ainda ocorrem surtos pelo mundo, em populações com baixa cobertura vacinal. Casos esporádicos ocorrem em ambientes com alta cobertura vacinal, com foco principalmente em indivíduos vulneráveis que chegaram de locais de alto risco.

A difteria respiratória é o principal quadro clínico. Infecção local mediada por toxina pode causar obstrução das vias aéreas superiores com risco de vida. A disseminação sistêmica da toxina pode causar mortalidade tardia por danos cardíacos e neurológicos.

A difteria cutânea é outra apresentação comum; geralmente ela é menos grave.

A intervenção precoce com administração de antitoxina é essencial para prevenir manifestações graves da doença. A administração imediata de antitoxina é necessária para desativar a toxina livre no soro antes que penetre nas células.

O tratamento com antibióticos é necessário para eliminar a bactéria e prevenir a transmissão adicional. A imunidade protetora nem sempre se desenvolve após a recuperação; assim, a vacinação com toxoide de pacientes, contatos e população em geral é importante para a prevenção e controle da difteria.

Para minimizar a transmissão, os pacientes com difteria respiratória precisam de precauções respiratórias e de contato (inclusive isolamento, máscara facial, luvas e aventais), e os pacientes com difteria cutânea precisam de isolamento de contato, de preferência até que as culturas colhidas após a conclusão da terapia sejam negativas.

A maioria dos casos de transmissão da doença é atribuível a casos sintomáticos, mas portadores assintomáticos também desempenham um papel.

A difteria respiratória é uma doença do trato respiratório superior causada por cepas de Corynebacterium diphtheriae produtoras de exotoxina. Raramente ela também pode ser causada por outras corinebactérias que produzem a toxina da difteria, como Corynebacterium ulcerans ou Corynebacterium pseudotuberculosis.[1]Centers for Disease Control and Prevention. Manual for the surveillance of vaccine-preventable diseases. Chapter 1: diphtheria. Dec 2022 [internet publication]. https://www.cdc.gov/vaccines/pubs/surv-manual/chpt01-dip.html ​ É caracterizada por faringite, febre e uma pseudomembrana aderente que pode cobrir as amígdalas e a mucosa da faringe, laringe e nariz. Ocasionalmente, a mucosa dos olhos, das orelhas ou dos órgãos genitais também pode ser afetada. O aumento dos linfonodos cervicais anteriores e o edema dos tecidos moles circundantes podem causar uma aparência característica de "pescoço de touro". A toxina causa necrose dos tecidos e a formação de pseudomembrana. Ela também causa as complicações tardias, mais importantes, de miocardite e de neurite.

A difteria cutânea pode ser causada por cepas toxigênicas ou não toxigênicas de C diphtheriae e, geralmente, é uma doença mais leve, que causa lesões cutâneas ou úlceras superficiais. As complicações tóxicas são raras na doença cutânea.[2]Centers for Disease Control and Prevention. Diphtheria: clinicians. Sep 2022 [internet publication]. https://www.cdc.gov/diphtheria/clinicians.html [3]Moore LSP, Leslie A, Meltzer M, et al. Corynebacterium ulcerans cutaneous diphtheria. Lancet Infect Dis. 2015 Sep;15(9):1100-07. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26189434?tool=bestpractice.com