Dor pélvica crônica em mulheres

A dor pélvica crônica é uma síndrome de dor que emana de um ou mais órgãos pélvicos e pode incluir qualquer ou todos os músculos ou vísceras pélvicas.

Uma história metódica, completa e baseada em critérios é necessária para determinar quantos e quais sistemas de órgãos estão envolvidos e para revelar condições psiquiátricas comórbidas, especialmente depressão ou uma história de abusos.

O exame físico deve ser metódico e completo, procurando por sensibilidades pontuais em todos os músculos e órgãos pélvicos, especificamente que incluem o vestíbulo, o músculo elevador do ânus, a bexiga, o colo uterino e o útero, os anexos e a parede abdominal inferior.

Os exames diagnósticos são determinados pelos sistemas de órgãos geradores da dor e podem incluir urinálise com cultura, ultrassonografia pélvica, cistoscopia com hidrodistensão e laparoscopia diagnóstica.

Devido ao fato de a dor crônica às vezes ser uma disfunção da percepção da dor, pode ser encontrada uma mudança patológica mínima ou mesmo nenhuma.

O tratamento é focado em cada sistema de órgãos envolvendo a produção da dor. Dor global em todos os órgãos ou recusa de manejo não narcótico podem representar um comportamento de dependência de medicamentos.

Complicações são inerentes a todos os tratamentos, que frequentemente incluem cirurgia.

A dor pélvica crônica tem definição inconsistente, mas a definição recomendada pelo American College of Obstetricians and Gynecologists é "sintomas de dor originados em estruturas/órgãos pélvicos, que normalmente duram mais de 6 meses. Geralmente, está associada a consequências negativas de cunho cognitivo, comportamental, sexual e emocional e a sintomas que sugerem disfunção do trato urinário inferior, sexual, intestinal, do assoalho pélvico, miofascial ou ginecológica".[1]Chronic Pelvic Pain: ACOG Practice Bulletin, Number 218. Obstet Gynecol. 2020 Mar;135(3):e98-e109. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32080051?tool=bestpractice.com ​​

As pacientes geralmente apresentam pelo menos dois de vários diagnósticos comuns relacionados à dor: cistite intersticial, síndrome do intestino irritável, fibromialgia, síndrome do músculo elevador do ânus (mialgia tensional do assoalho pélvico), endometriose, adenomiose, leiomioma ou vulvodinia. As comorbidades comuns incluem a depressão, a ansiedade e transtornos do estresse pós-traumático.