Intussuscepção

A intussuscepção geralmente ocorre em lactentes entre 3 e 12 meses de idade, com maior incidência em torno dos 9 meses de idade.

A apresentação frequentemente inclui cólica abdominal, flexão das pernas, febre, letargia e vômitos. Em alguns casos, há sangue nas fezes.

Quando existe suspeita clínica, um exame de imagem pode ter grande valor. A radiografia abdominal simples pode revelar obstrução intestinal e escassez de gases no quadrante inferior direito. A presença ou ausência de gás livre influenciará o tratamento subsequente; a ultrassonografia abdominal realizada por um radiologista experiente geralmente estabelecerá o diagnóstico. Enema com contraste (geralmente de ar, mas também pode ser líquido) é o teste mais específico e sensível para o diagnóstico. Em caso de dúvidas, também pode ter uso diagnóstico, não apenas terapêutico.

A localização típica da patologia é na região ileocecal.

O tratamento envolve redução por enema com contraste. O ar tem probabilidade de ser mais eficaz e seguro que o líquido. Entretanto, quando isso for ineficiente ou quando existir peritonite, uma cirurgia será necessária. Em casos simples, realiza-se a redução aberta. Em casos complicados por necrose e perfuração intestinal, realiza-se a ressecção intestinal.

A intussuscepção é uma causa comum de obstrução intestinal em crianças pequenas e é definida como prolapso de uma parte do intestino para dentro do lúmen de uma parte adjacente distal.[1]Whitehouse JS, Gourlay DM, Winthrop AL, et al. Is it safe to discharge intussusception patients after successful hydrostatic reduction? J Pediatr Surg. 2010 Jun;45(6):1182-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20620317?tool=bestpractice.com Esta afecção ocorre com maior frequência na região ileocecal. O ponto inicial da intussuscepção é, na maioria das vezes, um linfonodo aumentado (placa de Peyer) no íleo terminal. Algumas vezes, o ponto inicial é uma anormalidade anatômica do intestino (um "ponto inicial patológico"). Doenças que resultam em pontos iniciais patológicos incluem pólipos luminais, tumores malignos (como linfoma) e lesões em massa benignas, como lipoma, divertículo de Meckel, púrpura de Henoch-Schönlein e cistos de duplicação entérica.[2]Hackam DJ, Newman K, Ford HR. Pediatric surgery: gastrointestinal tract. In: Schwartz's principles of surgery, 8th ed. New York, NY: McGraw-Hill; 2005:1493-4.[3]McCollough M, Sharieff GQ. Abdominal pain in children. Pediatr Clin North Am. 2006 Feb;53(1):107-37. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16487787?tool=bestpractice.com [4]Hackam DJ, Saibil F, Wilson S, et al. Laparoscopic management of intussusception caused by colonic lipomata: a case report and review of the literature. Surg Laparosc Endosc. 1996 Apr;6(2):155-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8680642?tool=bestpractice.com

A intussuscepção é clinicamente importante. Ela resulta em obstrução venosa e edema da parede intestinal, que pode evoluir para necrose intestinal, perfuração e, raramente, óbito.[2]Hackam DJ, Newman K, Ford HR. Pediatric surgery: gastrointestinal tract. In: Schwartz's principles of surgery, 8th ed. New York, NY: McGraw-Hill; 2005:1493-4.[3]McCollough M, Sharieff GQ. Abdominal pain in children. Pediatr Clin North Am. 2006 Feb;53(1):107-37. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16487787?tool=bestpractice.com

Esta revisão irá focar na intussuscepção idiopática em lactentes. A intussuscepção em crianças mais velhas e adultos é rara e quase sempre desencadeada por um ponto inicial patológico.