A placenta prévia (PP) é uma complicação incomum da gestação. Geralmente diagnosticada à ultrassonografia de rotina feita por outras razões, mas pode se apresentar com sangramento vaginal indolor no segundo ou no terceiro trimestres.
Classificada como PP se a placenta estiver cobrindo diretamente o óstio cervical ou, como placenta baixa, se a borda placentária estiver a <2 cm do óstio cervical.
O sangramento na PP pode ser (ou se tornar) excessivo, devendo-se então realizar o monitoramento adequado. O exame vaginal por toque digital não deve ser realizado em mulheres com sangramento vaginal ativo até a posição da placenta ser conhecida com certeza.
A maioria das placentas prévias observadas na ultrassonografia precoce apresentará resolução espontânea.
Geralmente, o parto cesáreo será necessário em todos os casos de PP persistente após 36 semanas de gestação. Partos cesáreos podem ser complicados pelo sangramento excessivo e pela necessidade de histerectomia puerperal (ou embolização da artéria uterina ou outro procedimento radiológico intervencionista) e devem apenas ser realizados por médicos experientes.
Placenta prévia (PP) é definida como a placenta que se sobrepõe ao óstio cervical.[1]Jain V, Bos H, Bujold E; Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada. Guideline no. 402: diagnosis and management of placenta previa. J Obstet Gynaecol Can. 2020 Jul;42(7):906-17.e1.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32591150?tool=bestpractice.com
[2]Royal College of Obstetricians and Gynaecologists. Placenta praevia and placenta accreta: diagnosis and management. Green-top guideline no. 27a. Sep 2018 [internet publication].
https://www.rcog.org.uk/en/guidelines-research-services/guidelines/gtg27a
[3]Reddy UM, Abuhamad AZ, Levine D, et al. Fetal imaging: executive summary of a joint Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development, Society for Maternal-Fetal Medicine, American Institute of Ultrasound in Medicine, American College of Obstetricians and Gynecologists, American College of Radiology, Society for Pediatric Radiology, and Society of Radiologists in Ultrasound Fetal Imaging Workshop. J Ultrasound Med. 2014 May;33(5):745-57.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24764329?tool=bestpractice.com
A PP diagnosticada no segundo trimestre provavelmente se resolverá com o decorrer da gestação.[1]Jain V, Bos H, Bujold E; Society of Obstetricians and Gynaecologists of Canada. Guideline no. 402: diagnosis and management of placenta previa. J Obstet Gynaecol Can. 2020 Jul;42(7):906-17.e1.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32591150?tool=bestpractice.com
[3]Reddy UM, Abuhamad AZ, Levine D, et al. Fetal imaging: executive summary of a joint Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development, Society for Maternal-Fetal Medicine, American Institute of Ultrasound in Medicine, American College of Obstetricians and Gynecologists, American College of Radiology, Society for Pediatric Radiology, and Society of Radiologists in Ultrasound Fetal Imaging Workshop. J Ultrasound Med. 2014 May;33(5):745-57.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24764329?tool=bestpractice.com
Em mulheres com um útero cicatrizado (mais comumente proveniente de um parto cesáreo anterior), a PP pode estar associada ao espectro da placenta acreta (anteriormente conhecido como placenta anormalmente aderente e placenta morbidamente aderente), em que a placenta se liga à camada miometrial do útero.[4]American College of Obstetricians and Gynecologists / Society for Maternal-Fetal Medicine. ACOG SMFM obstetric care consensus #7: placenta accreta spectrum. Dec 2018 [internet publication].
https://www.smfm.org/publications/266-acog-smfm-occ-7-placenta-accreta-spectrum
Vasa prévia, onde os vasos fetais se sobrepõem ao óstio cervical interno, é uma condição associada.[5]Society for Maternal-Fetal Medicine. SMFM consult series #44: management of bleeding in the late preterm period. Oct 2017 [internet publication].
https://www.smfm.org/publications/249-smfm-consult-series-44-management-of-bleeding-in-the-late-preterm-period
Neste tópico, referimo-nos a todas as variedades de placentação invasiva como no espectro da placenta acreta.[4]American College of Obstetricians and Gynecologists / Society for Maternal-Fetal Medicine. ACOG SMFM obstetric care consensus #7: placenta accreta spectrum. Dec 2018 [internet publication].
https://www.smfm.org/publications/266-acog-smfm-occ-7-placenta-accreta-spectrum
Existem três variações comumente definidas: placenta acreta (em que as vilosidades coriônicas se ligam ao miométrio, em vez de estarem restritas ao interior da decídua basal), placenta increta (em que as vilosidades coriônicas invadem o miométrio) e placenta percreta (em que as vilosidades coriônicas invadem o miométrio e, às vezes, o tecido contíguo).[4]American College of Obstetricians and Gynecologists / Society for Maternal-Fetal Medicine. ACOG SMFM obstetric care consensus #7: placenta accreta spectrum. Dec 2018 [internet publication].
https://www.smfm.org/publications/266-acog-smfm-occ-7-placenta-accreta-spectrum
Embora essas distinções sejam importantes para os especialistas, elas não alteram as decisões de manejo para os profissionais de atenção primária.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Placenta prévia (anteriormente conhecida como prévia total) na 22ª semanaDo acervo de aulas de Janet R. Albers, MD [Citation ends].