A dispareunia, ou penetração sexual dolorosa, é uma queixa comum entre as mulheres.
Epidemiologia
A prevalência da dispareunia varia muito de acordo com a população amostrada e como ela é definida. Revisões sistemáticas relatam prevalência de dispareunia variando de 8% a 35%.[1]Latthe P, Latthe M, Say L, et al. WHO systematic review of prevalence of chronic pelvic pain: a neglected reproductive health morbidity. BMC Public Health. 2006 Jul 6;6:177.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1550236
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16824213?tool=bestpractice.com
[2]Banaei M, Kariman N, Ozgoli G, et al. Prevalence of postpartum dyspareunia: A systematic review and meta-analysis. Int J Gynaecol Obstet. 2021 Apr;153(1):14-24.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33300122?tool=bestpractice.com
Uma pesquisa do Reino Unido revelou que o sexo doloroso foi relatado por 7.5% das mulheres sexualmente ativas.[3]Mitchell KR, Geary R, Graham CA, et al. Painful sex (dyspareunia) in women: prevalence and associated factors in a British population probability survey. BJOG. 2017 Oct;124(11):1689-97.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5638059
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28120373?tool=bestpractice.com
Nos EUA, estima-se que a dispareunia afete 10% a 20% das mulheres.[4]Laumann EO, Paik A, Rosen RC. Sexual dysfunction in the United States: prevalence and predictors. JAMA. 1999 Feb 10;281(6):537-44.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/188762
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10022110?tool=bestpractice.com
[5]Fuldeore MJ, Soliman AM. Prevalence and symptomatic burden of diagnosed endometriosis in the United States: national estimates from a cross-sectional survey of 59,411 women. Gynecol Obstet Invest. 2017;82(5):453-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27820938?tool=bestpractice.com
Classificação
A dispareunia e o vaginismo foram agrupados como transtorno de dor gênito-pélvica/penetração no DSM-5-TR.[6]American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 5th ed., text revision (DSM-5-TR). Washington, DC: American Psychiatric Publishing; 2022. Isso é categorizado como dificuldade persistente ou recorrente na penetração vaginal; dor pélvica ou vulvovaginal acentuada durante a penetração ou ao tentá-la; medo ou ansiedade a respeito da dor antes, durante ou depois da penetração; e aperto ou tensionamento dos músculos do assoalho pélvico quando for tentada a penetração.[7]IsHak WW, Tobia G. DSM-5 changes in diagnostic criteria of sexual dysfunctions. Reprod Sys Sexual Disorders 2013;2:122. Os critérios do DSM-5-TR especificam que os sintomas devem estar presentes por aproximadamente 6 meses, causando sofrimento clinicamente significativo à paciente e não serem mais bem explicados por um transtorno mental não sexual ou consequência de sofrimento no relacionamento ou outros estressores significativos.[6]American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 5th ed., text revision (DSM-5-TR). Washington, DC: American Psychiatric Publishing; 2022.
A dispareunia pode ser classificada como primária ou secundária, bem como superficial ou profunda:[8]MacNeill C. Dyspareunia. Obstet Gynecol Clin N Am. 2006;33:565-577.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17116501?tool=bestpractice.com
A dispareunia primária caracteriza-se por dor associada à penetração desde o início da atividade sexual.
A dispareunia secundária é adquirida durante a vida sexual da paciente.
A penetração dolorosa localizada no introito vaginal é característica de dispareunia superficial decorrente de distúrbios da vulva e do vestíbulo.
Os sintomas profundos frequentemente estão relacionados a distúrbios na pelve.