Resumo
A perda auditiva é uma das deficiências sensoriais mais comuns. Estima-se que 1.57 bilhão de pessoas no mundo todo tinham perda auditiva em 2019.[1]
A perda auditiva afeta indivíduos de todas as idades e pode ser permanente se não tratada corretamente. O diagnóstico adequado consiste na compreensão abrangente da anatomia e da fisiologia da orelha.
Anatomia
A orelha humana se divide em 3 partes: orelha externa, orelha média e orelha interna.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Anatomia da orelhaCriado pelo BMJ Knowledge Centre [Citation ends].
A orelha externa compreende o pavilhão auricular (ou pina), o meato acústico externo e a membrana timpânica (ou tímpano). A membrana timpânica divide a orelha externa e a orelha média.
Assim como a orelha externa, a orelha média é preenchida por ar em seu estado normal. Conectado ao martelo (malleus) está a bigorna (incus), que, por sua vez, é conectada ao estribo (stapes). Na parede medial da orelha média está o promontório, que demarca a orelha interna e, especificamente, o giro basal da cóclea. O estribo se localiza em uma área chamada janela do vestíbulo. A janela da cóclea é inferior à janela do vestíbulo. Essas janelas levam à orelha interna.
A orelha interna é preenchida de fluido e contém os órgãos auditivos (cóclea) e os órgãos de equilíbrio (canais semicirculares, utrículo e sáculo). O nervo vestibulococlear conecta os órgãos-alvo às vias auditivas e vestibulares.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Imagem de uma orelha esquerda normalDo acervo de Dr. Richard Buckingham [Citation ends].
Fisiologia
As ondas sonoras exigem um meio, como o ar ou a água. A compressão em uma onda sonora é canalizada através do meato acústico externo para a membrana timpânica. As vibrações da membrana timpânica são, então, transmitidas pela cadeia ossicular através da janela oval para a cóclea. As vibrações da cóclea causam uma onda fluida, que estimula as células ciliadas dentro da cóclea. Isso gera um impulso elétrico, que é transmitido pelo nervo coclear para o cérebro, onde é interpretado.
Qualquer coisa que interfira no movimento do som a partir da orelha externa até a orelha média e para a orelha interna, e depois para o cérebro, pode causar perda auditiva. A orelha externa e a orelha média poderão parecer normais ao exame se a causa estiver na orelha interna ou no cérebro.
Classificação da perda auditiva
Geralmente, a perda auditiva é classificada como condutiva ou neurossensorial.
Perda auditiva condutiva: causada por uma patologia da orelha externa, da membrana timpânica ou da orelha média que interrompe a transmissão do som para a orelha interna. Muitas causas podem ser tratadas com êxito por meio de cirurgia.
Perda auditiva neurossensorial: causada por uma função anormal da cóclea, do nervo auditivo ou das vias de processamento auditivo mais altas.[2] Muitas perdas auditivas neurossensoriais são permanentes, porque a orelha interna e as células ciliadas humanas têm uma capacidade apenas limitada de se repararem.[3]
Diagnósticos diferenciais
comuns
- Impactação de cerume
- Corpo estranho
- Tumores benignos (por exemplo, exostose, osteoma, pólipos)
- Otite externa não complicada
- Otite média aguda
- Otite média com efusão
- Colesteatoma
- Labirintite
- Perda auditiva relacionada a ruído
- Trauma do meato acústico externo
- Complicação da meningite
- Acidente vascular cerebral (AVC)
- Presbiacusia
Incomuns
- Neoplasia do meato acústico externo
- Otite externa necrosante
- Perfuração da membrana timpânica
- Fratura do osso temporal
- Anormalidade de desenvolvimento isolada
- Perda auditiva congênita
- Síndrome de Alport
- Síndrome de Jervell Lange-Nielsen
- Anormalidades craniofaciais (por exemplo, síndrome de Pierre Robin, disostose craniofacial e acrocefalossindactilia)
- Síndrome de Waardenburg
- Neuroma acústico (schwannoma vestibular)
- Tumor do glomo
- Infecção por citomegalovírus (CMV)
- Infecção por toxoplasmose
- Infecção por sífilis
- Doença de Paget
- Lúpus eritematoso sistêmico (LES)
- Granulomatose com poliangiite (anteriormente conhecida como granulomatose de Wegener)
- Diabetes mellitus
- Osteogênese imperfeita
- Dissecção da artéria vertebral
- Esclerose múltipla (EM)
- Malformação de Arnold-Chiari
- Neuropatia auditiva
- Perda auditiva neurossensorial idiopática súbita
- Medicamentos ototóxicos
- Doença de Ménière
- Hiperbilirrubinemia neonatal
- Otosclerose
- Doença autoimune da orelha interna
- Fístula perilinfática
Colaboradores
Autores
Seth R. Schwartz, MD, MPH
Otolaryngologist (Otology/Neurotology)
Department of Otolaryngology
Virginia Mason Medical Center
Medical Director
The Listen for Life Center at Virginia Mason
Seattle
WA
Declarações
SRS is an author of a reference cited in this topic.
Agradecimentos
Dr S.R. Schwartz would like to gratefully acknowledge Dr S.J. Marzo, Dr J.P. Leonetti, and Dr R.J. Buckingham, previous contributors to this topic. SJM, JPL, and RJB declare that they have no competing interests.
Revisores
Alan Micco, MD, FACS
Assistant Professor
Department of Otolaryngology
Department of Neurosurgery
Northwestern University Feinberg School of Medicine
Chicago
IL
Declarações
AM declares that he has no competing interests.
George Browning, MD ChB FRCS (Ed & Glasg)
Professor of Otorhinolaryngology
MRC Institute of Hearing Research
Glasgow
UK
Declarações
GB is an author of several books that include discussion of evaluation of hearing loss.
Diretrizes
- Clinical practice guideline: age-related hearing loss
- Hearing loss in adults: assessment and management
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