Câncer de ovário

O câncer epitelial de ovário é o subtipo histológico mais comum de câncer de ovário e o foco principal deste tópico.

As pacientes muitas vezes apresentam sintomas vagos e inespecíficos, como distensão abdominal, saciedade precoce e dispepsia (sugestivas de doença na parte superior do abdome). Outros sintomas são mais sugestivos de doença pélvica, como dor pélvica, pressão abdominal ou pélvica, lombalgia e urgência urinária.

Mulheres com massa pélvica suspeita devem ser encaminhadas a um oncologista ginecológico para uma avaliação mais aprofundada.

Se for detectada alguma massa ovariana, normalmente, não se recomendam nem uma biópsia nem a aspiração com agulha fina, pois estas podem disseminar células tumorais para a cavidade peritoneal. Esses procedimentos são também propensos a erros de amostragem e possíveis complicações hemorrágicas.

Normalmente, a cirurgia é necessária para o diagnóstico definitivo, estadiamento e citorredução do tumor.

A quimioterapia adjuvante pode ser necessária para erradicar a doença residual após a cirurgia de citorredução. Bevacizumabe e/ou um inibidor da poli ADP-ribose polimerase (PARP) pode ser considerado para a terapia de manutenção após o tratamento inicial.

O foco principal deste tópico é o câncer epitelial de ovário, o subtipo histológico mais comum de câncer de ovário (responsável por aproximadamente 90% dos casos).[1]Torre LA, Trabert B, DeSantis CE, et al. Ovarian cancer statistics, 2018. CA Cancer J Clin. 2018 Jul;68(4):284-96. https://acsjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.3322/caac.21456 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29809280?tool=bestpractice.com

O câncer epitelial de ovário se desenvolve quando há uma transformação maligna do epitélio que cobre a cápsula ovariana e a tuba uterina distal.[2]Fleming GF, Ronette BM, Seidman J, et al. Epithelial ovarian cancer. In: Barakat RR, Markman M, Randall ME, eds. Principles and practice of gynecologic oncology. 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott, Williams & Wilkins; 2009.[3]Ducie J, Dao F, Considine M, et al. Molecular analysis of high-grade serous ovarian carcinoma with and without associated serous tubal intra-epithelial carcinoma. Nat Commun. 2017 Oct 17;8(1):990. https://www.nature.com/articles/s41467-017-01217-9 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29042553?tool=bestpractice.com [4]Labidi-Galy SI, Papp E, Hallberg D, et al. High grade serous ovarian carcinomas originate in the fallopian tube. Nat Commun. 2017 Oct 23;8(1):1093. https://www.nature.com/articles/s41467-017-00962-1 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29061967?tool=bestpractice.com O epitélio que cobre o ovário e as tubas uterinas consiste nas mesmas células epiteliais que revestem a cavidade peritoneal. Portanto, o câncer epitelial de ovário e o câncer peritoneal primário ocorrem por via da mesma fisiopatologia e são tratados com os mesmos princípios básicos.

Para fins deste tópico, o câncer de ovário também se refere ao câncer das tubas uterinas e ao câncer peritoneal primário.

Os cânceres de ovário não epiteliais (por exemplo, tumores de células germinativas e tumores estromais do cordão sexual) não são especificamente abordados neste tópico.