Resumo
Introdução
Delirium é uma alteração flutuante e aguda no estado mental, com desatenção, pensamento desorganizado e níveis alterados de consciência.[1]Inouye SK, Schlesinger MJ, Lydon TJ. Delirium: a symptom of how hospital care is failing older persons and a window to improve quality of hospital care. Am J Med. 1999 May;106(5):565-73. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10335730?tool=bestpractice.com Trata-se de um distúrbio com potencial risco de vida caracterizado por alta morbidade e mortalidade. As diretrizes tratam do reconhecimento, dos fatores de risco e do tratamento do delirium.[2]Devlin JW, Skrobik Y, Gélinas C, et al; American College of Critical Care Medicine. Clinical Practice Guidelines for the Prevention and Management of Pain, Agitation/Sedation, Delirium, Immobility, and Sleep Disruption in Adult Patients in the ICU. Crit Care Med. 2018 Sep;46(9):e825-73. https://journals.lww.com/ccmjournal/Fulltext/2018/09000/Clinical_Practice_Guidelines_for_the_Prevention.29.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23269131?tool=bestpractice.com [3]National Institute for Health and Care Excellence. Delirium: prevention, diagnosis and management in hospital and long-term care. Jan 2023 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/cg103
Sequelas adversas
A mortalidade intra-hospitalar de pacientes diagnosticados com delirium é duas vezes a de pacientes com quadros clínicos similares que não apresentam delirium, podendo alcançar 14% dentro de 1 mês do diagnóstico.[4]Cole MG, Primeau FJ. Prognosis of delirium in elderly hospital patients. CMAJ. 1993 Jul 1;149(1):41-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8319153?tool=bestpractice.com O delirium ocorre em 20% a 25% das hospitalizações anualmente, sendo a complicação mais comum relacionada a internações nos EUA.[5]Brown TM, Boyle MF. Delirium. BMJ. 2002 Sep 21;325(7365):644-7. http://www.bmj.com/cgi/content/full/325/7365/644 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12242179?tool=bestpractice.com [6]US Department of Health and Human Services. 2004 CMS Statistics. Washington, DC: Centers for Medicare and Medicaid Services, 2004:34. (CMS Publication No 03445) O delirium é comum na unidade de terapia intensiva, especialmente entre pacientes sob ventilação mecânica. Em pacientes críticos, esse distúrbio está associado a prolongamento da permanência hospitalar e maior mortalidade.[7]Cavallazzi R, Saad M, Marik PE. Delirium in the ICU: an overview. Ann Intensive Care. 2012 Dec 27;2(1):49. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3539890 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23270646?tool=bestpractice.com Estudos demonstraram uma prevalência de 12% de delirium em pacientes de pronto-socorro.[8]Han JH, Wilson A, Vasilevskis EE, et al. Diagnosing delirium in older emergency department patients: validity and reliability of the delirium triage screen and the brief confusion assessment method. Ann Emerg Med. 2013 Nov;62(5):457-65. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23916018?tool=bestpractice.com Apesar de sua frequência, o delirium é muitas vezes pouco reconhecido dada a natureza flutuante dos sintomas e uma subapreciação geral de sua significância pelos profissionais da saúde. Além disso, o delirium também está associado ao risco aumentado de declínio funcional e cognitivo, baixo potencial de reabilitação, institucionalização e repetidas internações.[1]Inouye SK, Schlesinger MJ, Lydon TJ. Delirium: a symptom of how hospital care is failing older persons and a window to improve quality of hospital care. Am J Med. 1999 May;106(5):565-73. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10335730?tool=bestpractice.com [9]Kiely DK, Bergmann MA, Murphy KM, et al. Delirium among newly admitted postacute facility patients: prevalence, symptoms, and severity. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2003 May;58(5):441-5. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12730254?tool=bestpractice.com [10]Murray AM, Levkoff SE, Wetle T, et al. Acute delirium and functional decline in the hospitalized elderly patient. J Gerontol. 1993 Sep;48(5):M181-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8366260?tool=bestpractice.com [11]Marcantonio ER, Simon SE, Bergmann MA, et al. Delirium symptoms in post-acute care: prevalent, persistent, and associated with poor functional recovery. J Am Geriatr Soc. 2003 Jan;51(1):4-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12534838?tool=bestpractice.com [12]van den Boogaard M, Schoonhoven L, Evers AW, et al. Delirium in critically ill patients: impact on long-term health-related quality of life and cognitive functioning. Crit Care Med. 2012 Jan;40(1):112-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21926597?tool=bestpractice.com Embora o delirium geralmente seja considerado reversível, estudos sugerem que os sintomas desse distúrbio possam durar de semanas a meses após o início.[13]Roche V. Southwestern Internal Medicine Conference. Etiology and management of delirium. Am J Med Sci. 2003 Jan;325(1):20-30. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12544081?tool=bestpractice.com Descobriu-se que o delirium persistente é frequente em idosos hospitalizados, e está associado a desfechos adversos.[14]Cole MG, Ciampi A, Belzile E, et al. Persistent delirium in older hospital patients: a systematic review of frequency and prognosis. Age Ageing. 2009 Jan;38(1):19-26. http://ageing.oxfordjournals.org/content/38/1/19.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19017678?tool=bestpractice.com
Classificação
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-5-TR) observa que, para ser diagnosticado com delirium, o paciente deve apresentar todas as 4 seguintes características.[15]American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders, 5th ed., text revision (DSM-5-TR). Washington, DC: American Psychiatric Publishing; 2022
Um distúrbio de atenção (ou seja, clareza reduzida da consciência do ambiente) é evidente, com capacidade reduzida de focar, manter ou desviar a atenção. Esse distúrbio na consciência pode ser sutil, manifestando-se inicialmente apenas como uma letargia ou distração. Muitas vezes os médicos e familiares ignoram este distúrbio, considerando que está relacionado com a doença primária.
Uma alteração cognitiva (como deficit de memória, desorientação, distúrbio de linguagem) ou o desenvolvimento de um distúrbio perceptivo não necessariamente justificado por uma demência preexistente ou em evolução.
O distúrbio desenvolve-se ao longo de um curto período (geralmente de horas a dias), representa uma alteração aguda da linha basal e tende a oscilar no decorrer do dia.
Existem evidências provenientes das histórias dos pacientes, de exames físicos e de achados laboratoriais de que o distúrbio seja causado pelas consequências fisiológicas diretas de uma afecção generalizada ou de uma intoxicação ou supressão de substâncias. As alterações de atenção e cognição não devem ocorrer no contexto de um nível de consciência gravemente reduzido, como o coma.
Foram identificados três subtipos clínicos de delirium.[16]Potter J, George J; Guideline Development Group. The prevention, diagnosis and management of delirium in older people: concise guidelines. Clin Med. 2006 May-Jun;6(3):303-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16826866?tool=bestpractice.com [17]Gupta N, de Jonghe J, Schieveld J, et al. Delirium phenomenology: what can we learn from the symptoms of delirium? J Psychosom Res. 2008 Sep;65(3):215-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18707943?tool=bestpractice.com [18]Meagher DJ, Leonard M, Donnelly S, et al. A longitudinal study of motor subtypes in delirium: frequency and stability during episodes. J Psychosom Res. 2012 Mar;72(3):236-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22325705?tool=bestpractice.com Elas incluem:
Delirium hiperativo - um quadro clínico em que o paciente pode apresentar um nível de alerta elevado, com inquietação, agitação, alucinações e comportamento inapropriado
Delirium hipoativo - um quadro clínico em que o paciente pode apresentar letargia, atividade motora reduzida, fala incoerente e falta de interesse
Delirium misto - uma combinação de sinais e sintomas hiperativos e hipoativos.
O termo delirium subsindrômico também é usado para definir formas de delirium com remissão parcial ou incompleta.
Epidemiologia
Acredita-se que a prevalência do delirium na comunidade seja de 1% a 2%, uma taxa que aumenta para 14% para os pacientes com >85 anos.[13]Roche V. Southwestern Internal Medicine Conference. Etiology and management of delirium. Am J Med Sci. 2003 Jan;325(1):20-30. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12544081?tool=bestpractice.com
A prevalência de delirium varia de 10% a 40% em pacientes idosos hospitalizados.[5]Brown TM, Boyle MF. Delirium. BMJ. 2002 Sep 21;325(7365):644-7. http://www.bmj.com/cgi/content/full/325/7365/644 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12242179?tool=bestpractice.com
O delirium afeta até 30% de todos os indivíduos em enfermarias.[3]National Institute for Health and Care Excellence. Delirium: prevention, diagnosis and management in hospital and long-term care. Jan 2023 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/cg103 A prevalência varia de 14% a 24% no pronto-socorro, de 15% a 53% no pós-operatório e de 70% a 87% em unidades de terapia intensiva.[19]Inouye SK. Delirium in hospitalized older patients. Clin Geriatr Med. 1998 Nov;14(4):745-64. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9799477?tool=bestpractice.com [20]Pisani MA, McNicoll L, Inouye SK. Cognitive impairment in the intensive care unit. Clin Chest Med. 2003 Dec;24(2):727-37. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14710700?tool=bestpractice.com [21]Neufeld KJ, Thomas C. Delirium: definition, epidemiology, and diagnosis. J Clin Neurophysiol. 2013 Oct;30(5):438-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24084176?tool=bestpractice.com
Fisiopatologia
A fisiopatologia do delirium permanece relativamente incerta. Em geral, os estudos de neuroimagem revelam interrupções na função cortical superior em várias áreas distintas do cérebro, incluindo o córtex pré-frontal, estruturas subcorticais, tálamo, gânglios da base, giro lingual e córtex frontal, fusiforme e temporoparietal.[22]Singer GG, Brenner BM. Fluid and electrolyte disturbances. In: Kasper DL, Fauci AS, Longo DL, et al. eds. Harrison's Principles of Internal Medicine, 16th ed. New York, NY: McGraw Hill; 2005:252-63.[23]Choi SH, Lee H, Chung TS, et al. Neural network functional connectivity during and after an episode of delirium. Am J Psychiatry. 2012 May;169(5):498-507. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22549209?tool=bestpractice.com
Os estudos com eletroencefalograma (EEG) também mostram uma lentificação difusa da atividade cortical.
As teorias sobre a patogênese do delirium apontam para o papel dos neurotransmissores, inflamação e estresse crônico do cérebro. Por exemplo, o papel da deficiência colinérgica na indução do delirium é fortalecido pela clara associação entre a maior incidência e o uso de anticolinérgicos.[24]Trzepacz P, van der Mast R. The neuropathophysiology of delirium. In: Lindesay J, Rockwood K, Macdonald A, eds. Delirium in old age. Oxford, UK: Oxford University Press; 2002:51-90. Os estudos em pacientes cirúrgicos demonstram uma interação disfuncional entre os sistemas imunológico e colinérgico em pacientes que desenvolveram um delirium pós-operatório.[25]Cerejeira J, Nogueira V, Luís P, et al. The cholinergic system and inflammation: common pathways in delirium pathophysiology. J Am Geriatr Soc. 2012 Apr;60(4):669-75. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22316182?tool=bestpractice.com
Acredita-se que o excesso de dopaminérgicos também contribua. As evidências não parecem dar suporte ao uso de medicamentos antipsicóticos (antagonistas da dopamina) para a prevenção ou tratamento do delirium, mas não são totalmente consistentes.[26]Oh ES, Needham DM, Nikooie R, et al. Antipsychotics for preventing delirium in hospitalized adults: a systematic review. Ann Intern Med. 2019 Oct 1;171(7):474-84. https://www.doi.org/10.7326/M19-1859 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31476766?tool=bestpractice.com [27]Janssen TL, Alberts AR, Hooft L, et al. Prevention of postoperative delirium in elderly patients planned for elective surgery: systematic review and meta-analysis. Clin Interv Aging. 2019;14:1095-117. https://www.doi.org/10.2147/CIA.S201323 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31354253?tool=bestpractice.com [28]Siddiqi N, Harrison JK, Clegg A, et al. Interventions for preventing delirium in hospitalised non-ICU patients. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Mar 11;3:CD005563. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD005563.pub3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26967259?tool=bestpractice.com [29]Nikooie R, Neufeld KJ, Oh ES, et al. Antipsychotics for treating delirium in hospitalized adults: a systematic review. Ann Intern Med. 2019 Oct 1;171(7):485-95. https://www.doi.org/10.7326/M19-1860 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31476770?tool=bestpractice.com [30]Zayed Y, Barbarawi M, Kheiri B, et al. Haloperidol for the management of delirium in adult intensive care unit patients: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. J Crit Care. 2019 Apr;50:280-6. https://www.doi.org/10.1016/j.jcrc.2019.01.009 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30665181?tool=bestpractice.com [31]Burry L, Hutton B, Williamson DR, et al. Pharmacological interventions for the treatment of delirium in critically ill adults. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Sep 3;9:CD011749. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD011749.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31479532?tool=bestpractice.com [32]Kishi T, Hirota T, Matsunaga S, et al. Antipsychotic medications for the treatment of delirium: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2016 Jul;87(7):767-74. https://www.doi.org/10.1136/jnnp-2015-311049 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26341326?tool=bestpractice.com [33]Finucane AM, Jones L, Leurent B, et al. Drug therapy for delirium in terminally ill adults. Cochrane Database Syst Rev. 2020 Jan 21;1(1):CD004770. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6984445 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31960954?tool=bestpractice.com
Outros neurotransmissores implicados na fisiopatologia do delirium incluem a noradrenalina, a serotonina, o ácido gama-aminobutírico, o glutamato e a melatonina.
Também há evidências que apontam para o papel das citocinas, como as interleucinas 1 e 2, o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa) e a interferona, como fatores desencadeantes do delirium.[34]Cerejeira J, Lagarto L, Mukaetova-Ladinska EB. The immunology of delirium. Neuroimmunomodulation. 2014;21(2-3):72-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24557038?tool=bestpractice.com
Finalmente, o hipercortisolismo crônico, quando induzido por estresse crônico secundário à doença ou trauma, também pode contribuir para o início do delirium.[35]Inouye SK. Delirium in older persons. N Engl J Med. 2006 Mar 16;354(11):1157-65. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16540616?tool=bestpractice.com
Diagnósticos diferenciais
comuns
- Demência
- Dor
- Acidente vascular cerebral (AVC) e ataque isquêmico transitório
- Infarto do miocárdio
- Infecção sistêmica aguda
- Hipoglicemia
- Hiperglicemia
- Hipóxia
- Hipercapnia
- Obstrução urinária aguda
- Relacionada a medicamentos ou substâncias ilícitas
- Cetoacidose alcoólica
- Encefalopatia hepática
- Insuficiência renal
- Hipernatremia
- Hiponatremia
- Hipercalcemia
- Meningite/encefalite
- Tumor cerebral
- Estado pós-ictal
- Desidratação (depleção de volume)
- Constipação
Incomuns
- Traumatismo cranioencefálico traumático
- Crise adrenal
- Tireotoxicose
- Coma mixedematoso
- Abscesso cerebral
- Neurossífilis
- Encefalopatia de Wernicke
Colaboradores
Autores
Margaret Pisani, MD, MPH
Associate Professor
Yale University School of Medicine
New Haven
CT
Declarações
MP declares that she has no competing interests.
Agradecimentos
Dr Margaret Pisani would like to gratefully acknowledge David M. Dosa, a previous contributor to this topic.
Declarações
DMD declares that he has no competing interests.
Revisores
Marquis Foreman, PhD, RN, FAAN
Professor and Associate Dean for Nursing Science Studies
College of Nursing
University of Illinois at Chicago
IL
Declarações
MF declares that he has no competing interests.
Andrew Parfitt, MBBS, FFAEM
Clinical Director
Acute Medicine
Associate Medical Director
Consultant Emergency Medicine
Guy's and St Thomas' NHS Foundation Trust
Clinical Lead and Consultant
Accident Emergency Medicine
St Thomas' Hospital
London
UK
Declarações
AP declares that he has no competing interests.
Diretrizes
- Delirium: prevention, diagnosis and management in hospital and long-term care
- Risk reduction and management of delirium: a national clinical guideline
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