Em sua forma típica, esta condição é caracterizada eletrocardiograficamente por ondas de flutter, que são um padrão de ativação atrial em dente de serra, mais proeminente nas derivações II, III, aVF e V1.
Normalmente, as frequências atriais ficam acima de 250 bpm e até 320 bpm.
As frequências ventriculares variam de 120 a 160 bpm, sendo 150 bpm a mais característica, uma vez que é comum haver um bloqueio atrioventricular 2:1 associado.
Esse ritmo é, em geral, associado à fibrilação atrial, condição para a qual ele pode evoluir. A fibrilação atrial também pode converter-se em flutter atrial.
Se o ritmo persiste, apesar do tratamento da causa subjacente ou na ausência de uma causa reversível, a cardioversão elétrica é utilizada para cessar a arritmia.
Se a cardioversão elétrica não estiver disponível ou não for aceitável para o paciente, pode-se tentar a cardioversão farmacológica.
Em virtude de alterações na ativação atrial, é comum que o eletrocardiograma (ECG) flutue entre os dois ritmos no mesmo paciente.
O flutter atrial típico (flutter atrial anti-horário dependente do istmo cavotricuspídeo) é uma taquicardia atrial macrorreentrante com frequências atriais geralmente acima de 250 bpm até 320 bpm. Ele resulta de atividade elétrica organizada, na qual grandes áreas do átrio participam do circuito reentrante. A forma típica depende do chamado istmo cavotricuspídeo em parte do circuito: anel tricúspide como o limite anterior e crista terminalis/válvula de Eustáquio como o limite posterior, além da cavidade endocárdica do átrio direito. O termo anti-horário refere-se à direção da ativação quando o anel tricúspide é visto de frente, situação na qual a ativação ocorre do septo para a parede livre do átrio direito, no sentido anti-horário. Suas características no eletrocardiograma (ECG) são as deflexões atriais em dente de serra direcionadas negativamente (ondas f) observadas nas derivações II, III e aVF, com deflexões direcionadas positivamente na derivação V1.[1]Estes NA 3rd, Halperin JL, Calkins H, et al; American College of Cardiology; American Heart Association Task Force on Performance Measures; Physician Consortium for Performance Improvement. ACC/AHA/Physician Consortium 2008 clinical performance measures for adults with nonvalvular atrial fibrillation or atrial flutter. J Am Coll Cardiol. 2008 Feb 26;51(8):865-84.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18294574?tool=bestpractice.com
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Flutter atrial típico com bloqueio variável (3 a 4:1)Do acervo de Dr K.C. Wu [Citation ends]. Esse ritmo está estreitamente relacionado à fibrilação atrial.[2]Page RL, Joglar JA, Caldwell MA, et al. 2015 ACC/AHA/HRS guideline for the management of adult patients with supraventricular tachycardia. J Am Coll Cardiol. 2016 Apr 5;67(13):e27-115.
http://content.onlinejacc.org/article.aspx?articleid=2443667
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26409259?tool=bestpractice.com
[3]Saoudi N, Cosío F, Waldo A, et al. A classification of atrial flutter and regular atrial tachycardia according to electrophysiological mechanisms and anatomical bases; a statement from a joint expert group from the Working Group of Arrhythmias of the European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and Electrophysiology. Eur Heart J. 2001 Jul;22(14):1162-82.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/22/14/1162/494426
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11440490?tool=bestpractice.com
[4]Lévy S, Camm AJ, Saksena S, et al. International consensus on nomenclature and classification of atrial fibrillation; a collaborative project of the Working Group on Arrhythmias and the Working Group on Cardiac Pacing of the European Society of Cardiology and the North American Society of Pacing and Electrophysiology. Europace. 2003 Apr;5(2):119-22.
https://academic.oup.com/europace/article/5/2/119/2344543
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12633634?tool=bestpractice.com
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Fibrilação atrialDo acervo de Dr K.C. Wu [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Geralmente, o flutter atrial envolve um circuito no átrio direitoExtraída de: Cox D, Dougall H. Student BMJ. 2001;9:399-442; usado com permissão [Citation ends].