Parassonias em crianças

As parassonias em crianças são comuns e podem consistir em movimentos, comportamentos, emoções e atividades autonômicas anormais durante a transição entre as fases do sono, do sono à vigilância ou durante despertares do sono.

As parassonias do sono sem movimento rápido dos olhos incluem sonambulismo, terrores noturnos e despertares confusionais, que ocorrem com mais frequência na primeira metade da noite.

As parassonias do sono de movimento rápido dos olhos (REM) ocorrem mais tarde e consistem em experiências como pesadelos, paralisia do sono isolada e recorrente e distúrbio comportamental do sono (DCR). Este último é extremamente raro em crianças.

Os três gatilhos mais comuns das parassonias em crianças, os quais podem ser modificados incluem privação do sono, síndrome das pernas inquietas e apneia obstrutiva do sono. O tratamento desses distúrbios pode reduzir significativamente ou acabar com as parassonias nas crianças afetadas.

As parassonias são diagnosticadas com base clínica, a partir de descrições de um observador, como os pais ou irmão com quem pode compartilhar o quarto. Geralmente, não é necessário um estudo do sono (polissonograma diagnóstico) para estabelecer o diagnóstico. Todavia, o exame pode ser solicitado quando se suspeitar de outros distúrbios primários do sono concomitantes, como apneia do sono e é necessário para o diagnóstico de distúrbio comportamental do sono REM (DCR).

O manejo geralmente consiste no tratamento da causa subjacente da parassonia, tranquilização, modificação do ambiente em que se dorme e, em adolescentes, evitar substâncias como cafeína e álcool. Quando as parassonias se tornam mais frequentes e mais problemáticas, agentes farmacológicos podem ajudar ocasionalmente.

O ambiente doméstico deve ser modificado para aumentar a segurança. Isso inclui remover todos os itens potencialmente perigosos e objetos cortantes, trancar as portas, providenciar espaço para dormir no andar térreo e instalar alarmes nas portas.

As parassonias são fenômenos motores ou subjetivos indesejados e não deliberados que ocorrem durante a transição de um estado do sono para o outro, da vigília para o sono ou no despertar do sono.[1]Mahowald MW, Ettinger MG. Things that go bump in the night: the parasomnias revisited. J Clin Neurophysiol. 1990;7:119-143. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2406282?tool=bestpractice.com [2]Broughton R. Behavioral parasomnias. In: Chokroverty S, ed. Sleep disorders medicine: basic science, technical considerations, and clinical aspects. 2nd ed. Boston, MA: Butterworth-Heinemann; 1999:635-660.[3]Brooks S, Kushida CA. Behavioral parasomnias. Curr Psychiatry Rep. 2002;4:363-368. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12230965?tool=bestpractice.com [4]Mahowald MW, Bornemann MC, Schenck CH. Parasomnias. Semin Neurol. 2004;24:283-292. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15449221?tool=bestpractice.com

Elas são comuns em crianças e mais frequentes que em adultos. A maioria das parassonias pediátricas é benigna, autolimitada e geralmente não persiste na idade adulta.[5]Mason TB 2nd, Pack AI. Pediatric parasomnias. Sleep. 2007;30:141-151. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17326539?tool=bestpractice.com

Parassonias são consideradas distúrbios clínicos por causa de suas consequências, que incluem lesão, perturbação do sono, efeitos adversos à saúde e efeitos psicossociais negativos. Elas não são um único fenômeno e podem resultar de uma ampla gama de afecções, das quais a maior parte é prontamente diagnosticável, tratável e explicável.[4]Mahowald MW, Bornemann MC, Schenck CH. Parasomnias. Semin Neurol. 2004;24:283-292. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15449221?tool=bestpractice.com [6]Mahowald MW. Overview of parasomnias. In: AASM. National sleep medicine course. Westchester, IL: American Academy of Sleep Medicine; 1999.[7]Kowey PR, Mainchak RA, Rials SJ. Things that go bang in the night. N Engl J Med. 1992;327:1884. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1448132?tool=bestpractice.com [8]Thorpy MJ, Glovinsky PB. Parasomnias. Psychiatr Clin North Am. 1987;10:623-639. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3332321?tool=bestpractice.com [9]Stores G. Dramatic parasomnias. J R Soc Med. 2001;94:173-176. http://jrsm.rsmjournals.com/cgi/content/full/94/4/173 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11317618?tool=bestpractice.com [10]Parkes JD. The parasomnias. Lancet. 1986;2:1021-1025. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2877180?tool=bestpractice.com

As parassonias podem incluir movimentos, comportamentos, emoções e atividade autônoma anormais, e podem ser manifestações de ativação do sistema nervoso central.[2]Broughton R. Behavioral parasomnias. In: Chokroverty S, ed. Sleep disorders medicine: basic science, technical considerations, and clinical aspects. 2nd ed. Boston, MA: Butterworth-Heinemann; 1999:635-660. Este tópico abrangerá despertares confusionais, sonambulismo, terrores noturnos, pesadelos, paralisia do sono recorrente e isolada e distúrbio comportamental do sono de movimento rápido dos olhos (DCR).

O termo "distúrbio do despertar" é usado para indicar despertar incompleto do sono de movimento não rápido dos olhos (NREM), manifestando-se com parassonias. Despertares confusionais são caracterizados por confusão mental ou comportamento confuso que ocorre enquanto o paciente está na cama. Há ausência de terror ou deambulação fora da cama. Quando o paciente sai da cama, podemos classificar como "sonambulismo".[11]American Academy of Sleep Medicine. The AASM international classification of sleep disorders - third edition, text revision (ICSD-3-TR). Jun 2023 [internet publication].