Ambliopia

A ambliopia é um défice visual resultante da estimulação anormal da visão durante a primeira infância cuja prevalência varia de 1% a 4%.

Pode ser resultado de estrabismo, privação de forma (por exemplo, devido a catarata congênita ou opacidades corneanas) e vários tipos de erros de refração. Esses erros incluem anisometropia (erro de refração desigual entre os dois olhos), isometropia (erro de refração alto, mas semelhante nos dois olhos) e astigmatismo alto em um ou nos dois olhos.

A ambliopia resultante de estrabismo com ou sem erro de refração geralmente é tratada com correção óptica inicial e subsequente tamponamento ou penalização por atropina do olho de melhor visão. A ambliopia causada apenas por erro de refração frequentemente responde à correção óptica isolada.

A ambliopia decorrente de privação de forma é tratada inicialmente com cirurgia precoce para remover a obstrução visual. Nos casos unilaterais ou assimétricos, o tamponamento do olho de melhor visão é necessário após a cirurgia.

O tratamento é extremamente bem-sucedido quando instituído durante a primeira infância e na idade pré-escolar, embora algumas crianças na faixa dos 13 aos 17 anos respondam bem ao tratamento, especialmente quando não foi realizada terapia anterior.

A ambliopia é uma redução da melhor acuidade visual corrigida (geralmente unilateral, mas pode ser bilateral) que não é atribuível apenas a uma anormalidade estrutural do olho ou das vias visuais.[1]Cruz OA, Repka MX, Hercinovic A, et al. Amblyopia preferred practice pattern. Ophthalmology. 2023 Mar;130(3):P136-78. https://www.aaojournal.org/article/S0161-6420(22)00865-X/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36526450?tool=bestpractice.com ​​ Para que o cérebro aprenda a ver com os dois olhos e desenvolva a capacidade da visão binocular, cada olho precisa ter uma imagem retiniana clara e nítida, e os dois olhos devem estar alinhados. Pesquisas demonstraram que há períodos críticos para o desenvolvimento da visão normal, e que a ambliopia está associada a alterações estruturais no córtex visual primário.[2]Wiesel TN, Hubel DH. Single-cell responses in striate cortex of kittens deprived of vision in one eye. J Neurophysiol. 1963 Nov;26:1003-17. https://jn.physiology.org/cgi/reprint/26/6/1003 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14084161?tool=bestpractice.com [3]Hubel DH, Wiesel TN. The period of susceptibility to the physiological effects of unilateral eye closure in kittens. J Physiol. 1970 Feb;206(2):419-36. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1113/jphysiol.1970.sp009022/abstract http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/5498493?tool=bestpractice.com