A amenorreia é a ausência transitória ou permanente de fluxo menstrual. Não há consenso sobre a definição de amenorreia, mas ela pode ser subdividida em apresentações primárias e secundárias em relação à menarca, da seguinte forma:[1]Practice Committee of the American Society for Reproductive Medicine. Current evaluation of amenorrhea. Fertil Steril. 2008 Nov;90(suppl 5):S219-25.
https://www.fertstert.org/article/S0015-0282(08)03527-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19007635?tool=bestpractice.com
Amenorreia primária: ausência de menstruações aos 15 anos de idade em pacientes com desenvolvimento adequado das características sexuais secundárias ou ausência de menstruações aos 13 anos de idade e sem outros sinais de maturação da puberdade.
Amenorreia secundária: ausência de menstruação em não gestantes por pelo menos 3 ciclos subsequentes ao intervalo prévio, ou ausência de menstruação por 6 meses em pacientes com fluxo menstrual prévio.
Embora os atributos se sobreponham entre os dois grupos, as abordagens de diagnóstico variam significativamente.
As evidências da prevalência atual de amenorreia são escassas. Dados da década de 1990 sugerem que aproximadamente 3% das mulheres que anteriormente apresentavam ciclos menstruais regulares tiveram amenorreia. A prevalência parece ser maior em estudantes universitárias (3% a 5%), atletas de provas de resistência (5% a 60%) e bailarinas (19% a 44%).[1]Practice Committee of the American Society for Reproductive Medicine. Current evaluation of amenorrhea. Fertil Steril. 2008 Nov;90(suppl 5):S219-25.
https://www.fertstert.org/article/S0015-0282(08)03527-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19007635?tool=bestpractice.com
[2]Gordon CM, Ackerman KE, Berga SL, et al. Functional hypothalamic amenorrhea: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2017 May 1;102(5):1413-39.
https://academic.oup.com/jcem/article/102/5/1413/3077281?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28368518?tool=bestpractice.com
A prevalência de amenorreia primária nos EUA é <0.1% em comparação com 3% a 4% de amenorreia secundária.[1]Practice Committee of the American Society for Reproductive Medicine. Current evaluation of amenorrhea. Fertil Steril. 2008 Nov;90(suppl 5):S219-25.
https://www.fertstert.org/article/S0015-0282(08)03527-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19007635?tool=bestpractice.com
[2]Gordon CM, Ackerman KE, Berga SL, et al. Functional hypothalamic amenorrhea: an Endocrine Society clinical practice guideline. J Clin Endocrinol Metab. 2017 May 1;102(5):1413-39.
https://academic.oup.com/jcem/article/102/5/1413/3077281?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28368518?tool=bestpractice.com
[3]Timmreck LS, Reindollar RH. Contemporary issues in primary amenorrhea. Obstet Gynecol Clin North Am. 2003 Jun;30(2):287-302.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12836721?tool=bestpractice.com
[4]Pettersson F, Fries H, Nillius SJ. Epidemiology of secondary amenorrhea: incidence and prevalence rates. Am J Obstet Gynecol. 1973 Sep 1;117(1):80-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/4722382?tool=bestpractice.com
As causas mais comuns incluem síndrome do ovário policístico, disfunção hipotalâmica, insuficiência ovariana prematura e hiperprolactinemia.[5]Polycystic ovary syndrome and secondary amenorrhoea. In: Edmonds K, ed. Dewhurst's textbook of obstetrics and gynaecology. 9th edition. Chichester: Wiley-Blackwell; 2018:513-33.
Embora sejam muitas as causas da amenorreia secundária, a incidência de cada etiologia é baixa. Em geral, a amenorreia responde por um percentual relativamente pequeno de consultas de pacientes, mesmo em centros altamente especializados.
Embora seja baixa a prevalência de amenorreia secundária, é necessária uma avaliação imediata e abrangente, a menos que a paciente seja gestante, lactante ou use contraceptivos hormonais, pois a amenorreia é muitas vezes o sinal manifesto de distúrbios reprodutivos subjacentes. Atrasos no diagnóstico e no tratamento podem afetar negativamente o futuro dessas pacientes. Por exemplo, na hiperinsulinemia e na síndrome do ovário policístico, modificações comportamentais e alimentares podem prevenir doenças cardiovasculares subsequentes.