Prevenção primária
A medida de prevenção mais importante para ajudar a evitar a nefrolitíase é a hidratação adequada.[21][22] A ingestão de líquidos deve ser de no mínimo 2-3 litros por dia. Os fatores alimentares também são importantes. As medidas devem incluir a redução da ingestão de alimentos com gordura, proteína e sódio.
Prevenção secundária
A ingestão de líquidos deve ser aumentada para manter o débito urinário de mais de 2 litros por dia.[106] A modificação alimentar a longo prazo é crucial para evitar futuros cálculos. O objetivo deve ser obter um volume de urina de 24 horas de no mínimo 2 litros. O suco de laranja pode aumentar os níveis de citrato urinário muito mais que o suco de limão, devido a seu alto teor de potássio.
A dieta deve ser equilibrada, incluindo contribuições de todos os grupos alimentares, sem nenhum tipo de excesso.[38]
Frutas, vegetais e fibras: a ingestão de frutas e vegetais deve ser encorajada devido aos efeitos benéficos das fibras. O conteúdo alcalino da dieta vegetariana também aumenta o pH urinário a níveis desejáveis.
A ingestão excessiva de produtos ricos em oxalato deve ser limitada ou evitada visando evitar carga de oxalato. Isso inclui frutas e vegetais ricos em oxalato como farelo de trigo. Isso é importante principalmente nos pacientes que apresentam excreção elevada de oxalato. Os seguintes produtos possuem alto teor de oxalato:
Ruibarbo: 530 mg oxalato/100 g
Espinafre: 570 mg oxalato/100 g
Cacau: 625 mg oxalato/100 g
Folhas de chá: 375-1450 mg oxalato/100 g
Nozes: 200-600 mg oxalato/100 g
A vitamina C é um precursor de oxalato; não é recomendado tomar mais de 500-1000 mg/dia.
A proteína animal deve ser limitada a 0.8 a 1.0 g/kg de peso corporal. O consumo excessivo de proteína animal pode aumentar a hipercalciúria, a hipocitratúria, o pH baixo, a hiperoxalúria e a hiperuricosúria.
A ingestão de cálcio não deve ser restrita, a não ser que haja motivos muito fortes devido à relação inversa entre o cálcio alimentar e a formação de cálculos de cálcio. O requisito diário mínimo de cálcio é 800 mg, sendo a recomendação geral 1000 mg/dia (refere-se ao cálcio elementar). Os suplementos de cálcio não são recomendados, exceto nos casos de hiperoxalúria entérica.
Um alto consumo de sódio causa hipercalciúria devido à redução da reabsorção tubular proximal de cálcio. O citrato urinário é reduzido. O risco de formação de cristais de urato de sódio aumenta e o efeito da tiazida na redução do cálcio urinário é contra-atacado com uma ingestão elevada de sódio. A ingestão de sódio não deve ultrapassar 3 g ao dia.
A ingestão de alimentos especialmente ricos em urato deve ser restrita em pacientes com cálculos de oxalato de cálcio hiperuricosúricos, bem como em pacientes com cálculos de ácido úrico. A ingestão de urato não deve ultrapassar 500 mg/dia. Exemplos de alimentos ricos em urato:
Timo de vitelo: 900 mg urato/100 g
Fígado: 260-360 mg urato/100 g
Rins: 210-255 mg urato/100 g
Pele de frango: 300 mg urato/100 g
Arenque com pele, sardinhas, anchovas, espadilhas: 260-500 mg urato/100 g.
Talvez sejam necessárias terapias preventivas específicas em caso de anormalidades metabólicas específicas que não respondam à modificação alimentar.[89] Elas incluem:
Cálculos de ácido úrico: alcalinização da urina com citrato de potássio ou bicarbonato de sódio
Hiperuricosúria, cálculos de oxalato de cálcio recorrentes e cálcio urinário normal: alopurinol ou febuxostate
Um aumento do risco de morte foi relatado com o febuxostate em comparação com o alopurinol.[92] A Food and Drug Administration dos EUA recomenda que o febuxostate só deve ser prescrito para pacientes que não podem tolerar o alopurinol ou onde o tratamento com alopurinol tiver falhado, e que tenham sido aconselhados em relação ao risco cardiovascular.[91] Em julho de 2019, a Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency do Reino Unido emitiu um lembrete para evitar o tratamento com febuxostate em pacientes com doença cardiovascular maior preexistente, amenos que não haja outras opções de terapia adequadas.[93]
Hipercalciúria e cálculos de cálcio recorrentes: diurético tiazídico com ou sem suplementação de potássio (citrato de potássio ou cloreto de potássio)
Hipercalciúria e cálculos de cálcio recorrentes: alcalinização da urina (por exemplo, citrato de potássio; bicarbonato de sódio ou citrato de sódio podem ser considerados se o paciente apresentar risco de hipercalemia)
Hiperoxalúria: quelante de oxalato (por exemplo, cálcio, magnésio ou colestiramina), citrato de potássio, piridoxina
Cistinúria: alcalinização da urina com citrato de potássio, agente de ligação de tiol (por exemplo, tiopronina, que é mais bem tolerada que a d-penicilamina)
Cálculos de estruvita: inibidor de urease (por exemplo, ácido aceto-hidroxâmico), reservado a cálculos de estruvita complexos/recorrentes nos quais o manejo cirúrgico se esgotou.[14] A supervisão de cuidado secundário deve ser empregada, pois pode produzir efeitos adversos graves, como flebite e hipercoagulabilidade.
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